Arranca este sábado (28), na freguesia de Paranhos, uma nova edição do festival “Verteatro”, que chama toda a população a assistir, sem custos, a diversas produções teatrais. Organização admite dificuldades em cativar público.
Um festival cada vez mais profissional e à procura de alargar o seu público. Assim chega à 26.ª edição o “Verteatro”, festival que começa este sábado, no Auditório da Junta de Freguesia de Paranhos, e se prolonga até 26 de outubro, com a apresentação de quatro peças de outras tantas companhias. A entrada é gratuita, mas com reserva obrigatória.
Este sábado, pelas 21h00, a companhia Contilheiras apresenta “Pimenta na Boca”. Já a 12 de outubro, “Os Implantes” da companhia Palmilha Dentada sobem ao palco. Segue-se a companhia Gaterc com “O rei Laudamuco, Senhor de Nenhures”, no dia 19. Para finalizar, a companhia responsável pela organização, a TIPAR Teatro, encerra o festival com a apresentação de “O Porto é Pecado”, em sessão dupla prevista para os dias 25 e 26.
Para Rui Dias, responsável artístico e presidente da Assembleia Geral da TIPAR Teatro, o objetivo do festival é claro: “É a dinamização do teatro”, que tendo começado por ser exclusivamente amador, conta hoje com a colaboração de companhias profissionais, “para prestigiar mais o festival, para o festival conseguir ter outra dinâmica e outra amplitude”, explica ao JPN. “Temos este ano duas companhias profissionais e duas amadoras”, completa.
As companhias não são exclusivamente de Paranhos ou do Porto. As escolhas, reflete Rui Dias, decorrem da rede de ligações que têm, sobretudo em Gaia e na zona norte: “Temos uma série de contactos com umas dezenas de companhias de teatro e geralmente convidámo-las. Há um intercâmbio”, afirma, referindo-se à participação da TIPAR também em festivais dinamizados por outras companhias, prática mais comum dentro do teatro amador.
Questionado sobre a adesão do público ao projeto ao longo dos anos, Rui Dias é categórico: “Essa é a nossa maior dificuldade.” Apesar dos cerca de 46.000 residentes em Paranhos, a freguesia mais populosa do concelho do Porto, o responsável nota um certo paradoxo: “Às vezes, vamos a uma pequena aldeia aqui do distrito, a um lugar recôndito, de Castelo de Paiva, Argoncilhe, etc., e eles têm a sala sempre cheia. Nós, para conseguirmos ter muita gente, temos sempre muita dificuldade”, conta ao JPN.
Neste sentido, o investimento na divulgação tem-se imposto como uma das prioridades: “Damos informação no Facebook, o ano passado pusemos uma carrinha com um ecrã gigante na freguesia toda durante dois dias para publicitar, metemos no Instagram, temos uma série de publicidade”. Contudo, “num centro urbano como o Porto, é difícil”, confessa, lembrando que apesar da crescente adesão, houve no último ano espetáculos que não passaram dos 50 espectadores. A expectativa é que este ano haja mais gente a ver teatro no Auditório da Junta.
Sobre a TIPAR Teatro, Rui Dias destaca a maior atividade deste ano, com um total de duas peças produzidas e outra atualmente em produção, com lançamento previsto para perto do Natal. Outro projeto a que dá ênfase é a criação, no ano passado, de uma Academia de Jovens Atores, composta por 14 jovens que vão figurar na peça “O Porto é Pecado” e que constitui, presentemente, um dos principais focos de investimento da companhia: “Quer queiramos quer não, tendo atores temos hipótese de ter futuros espectadores amanhã, e sempre”, finaliza, esperançoso.
Editado por Filipa Silva