Depois de excedido o prazo planeado para a abertura do Parque Mário Soares, o projeto continua por concluir. O JPN esteve no local e contactou a Câmara Municipal do Porto para saber quais os motivos para a inauguração pendente do novo pulmão da Lapa.
Muito mudou na zona da Lapa, no Porto, nos últimos dois anos, mas o parque urbano que ali vai servir a comunidade continua por abrir. Apesar de em março de 2023 ter sido previsto que o parque estaria aberto “no espaço de um ano” e de, já em junho deste ano, o nome Parque Dr. Mário Soares ter sido aprovado, o espaço continua vedado e há trabalhos em curso. A autarquia não se compromete com uma data de inauguração.
Em resposta enviada por escrito na quinta-feira ao JPN, a Câmara Municipal do Porto aponta duas razões para o parque não estar aberto ao público: a instalação dos “ramais de abastecimento de energia” pela E-Redes, ainda em curso, juntamente com a aplicação de “guarda-corpos em alguns troços do percurso”.
Através do gradeamento, o novo pulmão da cidade do Porto já apresenta várias das características projetadas, como os percursos pedonais e diferentes espécies de árvores.
Quanto aos anunciados lagos, que vão permitir o controlo das cheias, ainda não muito visíveis aquando da passagem do JPN pelo local, eles deverão aparecer de forma mais significativa nas estações que se seguem: “Prevê-se que a água seja mais abundante nos períodos chuvosos e menos abundante nos períodos secos”, explicou a Câmara ao JPN, garantindo que um troço renaturalizado da Ribeira de Vilar “já corre no leito definido pelo projeto”.
A obra do parque de 17 mil metros quadrados foi financiada pelo grupo Mercan Properties, dona do Hotel Renaissance na Lapa que abriu em abril de 2023 naquele local. O grupo fez uma parceria com o município do Porto e assumiu a responsabilidade de construir o parque nos terrenos que comprou para instalar um hotel de quatro estrelas com 163 quartos que vai ter um segundo edifício, atualmente em construção, ao lado do principal. Além da construção do parque, foram também requalificadas as ruas de Cervantes e Alves Redol no âmbito desta parceria.
O Parque Urbano da Lapa será construído em duas fases. A segunda envolve mais 2.500 metros quadrados, mas ainda vai demorar a ficar concretizada. Essa fase, confirma a Câmara ao JPN, inclui “a construção de um pequeno edifício de apoio ao serviço de espaços verdes do Município e de uma cafetaria, localizados junto à rua de Alves Redol”. Prevê-se que “o concurso de empreitada possa ser lançado no próximo ano”.
No plano dos parques urbanos, outra novidade é a inauguração do Parque da Alameda de Cartes, este sábado (28). O espaço verde de 40 mil metros quadrados permite a união de pontos estratégicos de Campanhã e conta com cerca de 1,5 quilómetros de caminhos pedonais e mais de mil árvores e arbustos autóctones. Junta-se, entre outros, ao Parque das Águas, ao Parque da Asprela ou ao Parque de São Roque no conjunto de parques urbanos reabilitados, construídos ou alargados pelo município nos últimos anos.