O FC Porto venceu o Arouca por 4-0, no Estádio do Dragão, num jogo com golos apenas na segunda parte. Os “lobos de Arouca” viram-se reduzidos a dez ainda no primeiro tempo, após o segundo amarelo mostrado a Yalçin.

O jovem espanhol Saiu voltou a fazer o gosto ao pé. Foi ele quem abriu o marcador para os dragões. Foto: FC Porto/Facebook

O FC Porto venceu, este domingo (29), por 4-0, o Arouca, no Estádio do Dragão. Com esta vitória, os dragões mantêm a perseguição ao Sporting, líder isolado com mais três pontos. O Arouca desce para o 14.º lugar, com seis pontos, apenas um ponto acima dos lugares de despromoção.

Os dragões dominaram a partida desde o apito inicial, mas os golos só chegaram no segundo tempo, quando a equipa arouquense já estava reduzida a dez jogadoresSamu abriu o marcador e soma cinco golos em cinco jogos pelo FC Porto. Nico, Galeno e Deniz Gül foram os outros marcadores dos golos portistas.

Onzes iniciais e homenagens pré-jogo

O FC Porto entrou para a esta partida “obrigado” a vencer, para manter o segundo lugar na tabela classificativa, depois dos rivais diretos terem vencido os respetivos jogos da sétima jornada.

Os dragões, que vinham de uma derrota europeia na Noruega, fizeram quatro alterações no onze titular. Alan Varela, Vasco Sousa, Pepê e Galeno regressaram à formação inicial de Vítor Bruno. Fábio Vieira foi a maior novidade no banco portista. O médio de 24 anos foi convocado apesar de constar do boletim clínico após uma lesão na virilha que ainda não o tinha permitido jogar esta época. Rodrigo Mora e Deniz Gül também começaram no banco de suplentes, depois de terem feito a sua estreia pelos azuis e brancos na Noruega.

Em equipa que ganha não se mexe, e esse foi o mote da equipa dirigida por Gonzalo García, que não fez alterações no onze titular que venceu o Farense, em Arouca.

Antes do apito inicial, cantou-se o hino do FC Porto com uma performance ao vivo de Mimi, para assinalar o aniversário de 131 anos dos dragões, celebrado na véspera, dia 28.

As equipas fizeram também uma guarda de honra aos bombeiros de São Mamede Infesta, como forma de agradecimento e homenagem pelo trabalho dos soldados da paz no combate aos grandes fogos que lavraram em Portugal há duas semanas. 

Os 44.209 adeptos prestaram ainda homenagem a João Rodrigues, antigo presidente da FPF, que morreu no dia do jogo, domingo (29), aos 91 anos. “A homenagem será respeitada em todos os jogos das competições da FPF até quarta-feira, dia 2 outubro”, explica em comunicado a federação.

Primeira parte dominada por um FC Porto ineficaz

Apesar do entusiasmo do público, a ação no relvado demorou cerca de 20 minutos para começar.

Ao minuto 19’, surgiu o primeiro remate do jogo, saído dos pés de Alan Varela, numa recarga à entrada da área, após um cruzamento de Galeno ser afastado pela defesa arouquense. Dois minutos depois, foi a vez do Arouca criar perigo com um contra-ataque venenoso. Yalçin rematou contra a malha lateral dos dragões, ameaçando o golo.

O FC Porto continuou a insistir na meia distância, com destaque para um remate em ‘’vólei’’ de Nico, ao minuto 25’, que não passou muito longe da baliza de Mantl, guarda-redes do Arouca.

A primeira grande oportunidade de golo surgiu ao minuto 29. Pepê recebeu a bola dentro da área, após um cruzamento rasteiro de João Mário, mas, com a baliza aberta, não conseguiu finalizar, devido a um corte milagroso do defesa central Popovic que desviou a bola para canto.

Ao minuto 43’, o Arouca viu-se reduzido a dez unidades. Yalçin viu o segundo amarelo após uma entrada dura sobre Alan Varela. Na sequência da falta, surgiu uma grande oportunidade vinda de um livre estudado. João Mário apareceu na ala direita e cruzou rasteiro para Vasco Sousa, que viu a sua tentativa de golo defendida pelo guardião Metl.

Antes do final do primeiro tempo, Vítor Bruno lançou para aquecimento cinco jogadores: Rodrigo Mora, Deniz Gül, Fábio Vieira, André Franco e Iván Jaime, pensado em alterar o esquema ofensivo da sua equipa, que apresentou alguma dificuldade em romper a defesa adversária, apesar do domínio na posse de bola.

Segunda parte avassaladora dos Dragões

Vítor Bruno, ao ver as dificuldades no processo de construção de jogo ofensivo que a sua equipa teve na primeira parte, substituiu Vasco Sousa por Deniz Gül, alterando o seu sistema tático para um 4-4-2.

A segunda parte começou, praticamente, com o primeiro golo da partida. Samu finalizou um lance dentro de área numa segunda tentativa de remate, após a primeira ter sido bloqueada pelo defesa. A bola bateu na trave, ressaltou no relvado e balançou as redes. O avançado espanhol carimbou, assim, o seu quinto golo com a camisola azul e branca.

Sem dar qualquer tempo ao Arouca para respirar, o Futebol Clube do Porto continuou a pressionar e conseguiu chegar ao segundo golo ao minuto 52’, por Nico González, que aproveitou a falha de comunicação da defesa adversária num pontapé de baliza para roubar a bola e bater o guarda-redes com um remate rasteiro no um para um.


Com mais tranquilidade no resultado, e com superioridade numérica, a equipa da casa controlou a posse de bola de forma mais tranquila e pensada, criando muito mais perigo do que na primeira parte.

Ao minuto 57’, Galeno apareceu ao primeiro poste, cabeceou em direção ao segundo e fez o terceiro golo dos dragões na partida, no seguimento de um canto batido por Alan Varela.

Foi ao minuto 62’ que o Arouca fez as primeiras alterações na partida: saíram Sylla e Trezza, e entraram Pedro Santos e Chico Lamba. Logo de seguida, mexeu o FC Porto, ao minuto 69’. Galeno e Alan Varela saíram para dar a vez a Eustáquio e Fábio Vieira, que foi recebido com uma enorme ovação no regresso à casa que o viu crescer.

O cenário do jogo manteve-se o mesmo, com o Porto a dominar e com o Arouca fechado a tentar não sofrer mais golos.

A um quarto de hora do fim, grande oportunidade azul e branca: João Mário, com um passe a rasgar, serviu Samu mas o remate do espanhol saiu à malha lateral direita da baliza do Arouca.

Pouco depois, as duas equipas voltaram a fazer alterações: no Futebol Clube do Porto, saiu Nico González para a entrada de André Franco. No Arouca, Ivo Rodrigues deu a vez a Jason. Cinco minutos depois, os dragões esgotaram as alterações com a entrada de Rodrigo Mora a render Pepê.

Ao minuto 80’, Fábio Vieira voltou a mostrar a magia do seu pé esquerdo ao público do Dragão, com um remate de meia distância, travado apenas por uma bela intervenção do guarda-redes alemão.

Deniz Gül fechou o marcador ao minuto 86’, após uma bela jogada que começou nos pés de Mora, passou por Francisco Moura e terminou nos pés do avançado sueco que só teve de encostar: 4-0.

Aos 90+3’, o árbitro André Narciso apitou para o final da partida, neste que foi o regresso do FC Porto às vitórias.

Na flash interview dos dragões, Fábio Vieira agradeceu o carinho demonstrado pelos portistas e prometeu dar tudo pela camisola azul e branca, neste que é o regresso à sua “verdadeira casa”, como o próprio referiu.

Vítor Bruno: ”Golear sempre? O futebol não é assim”

Na sala de imprensa, o treinador portista mostrou-se satisfeito com a resposta que os seus jogadores deram após a derrota europeia, contra um Arouca “bem trabalhado, bem orientado” e que “vai criar problemas a muitos adversários”.

Sobre a entrada de Deniz Gül, Vítor Bruno comentou que era necessário colocar mais bolas na área e que contra dez, com dois adversários na área, os golos iam “aparecer”. 

Afirmou ainda que apesar de o adversário não ter chegado à baliza de Diogo Costa, não estava mal preparado. “Às vezes, pensamos que temos que golear sempre. O futebol não é assim, não há gente incapaz, não há gente mal preparada, toda a gente trabalha bem”, afirmou.

O treinador dos dragões referiu ainda que a segunda parte o deixou feliz por ter mantido a sua baliza a zeros e por ter ganho num contexto novo para a sua equipa: “em superioridade numérica”.

Gonzalo García: “Com dez, torna-se difícil…”

O treinador do Arouca elogiou a primeira parte da sua equipa: “Acho que fizemos as coisas bem, tornámos o jogo difícil para o FC Porto”. Afirmou ainda que a sua equipa teve personalidade e esteve bem organizada defensivamente.

O treinador espanhol lamentou ainda a inferioridade numérica em que a sua equipa se viu depois da expulsão de Yalçin ainda na primeira parte e que o Arouca “pagou a fatura” da derrota no jogo anterior dos dragões. “Com dez, torna-se difícil. Se tivéssemos continuado 11 contra 11, talvez seja difícil saber, mas não teria sido igual.”

Quando questionado sobre o porquê da alteração de David Simão e Tiago Esgaio, o técnico arouquense afirmou que “não fazia sentido continuarem no campo” e que optou substituir os jogadores por estarem cansados e em risco de receber um cartão.

À sétima jornada, os azuis e brancos estão com dois pontos de avanço sobre o SL Benfica e a três do líder Sporting CP.

O FC Porto regressa ao Estádio do Dragão esta quinta-feira, dia 3, onde vai defrontar o Manchester United, num jogo a contar para a Liga Europa. Segue-se o SC Braga, no domingo, em jogo a contar para o campeonato. Já o Arouca, joga no próximo sábado, dia 5, onde recebe o AVS SAD no Estádio Municipal de Arouca.

Editado por Filipa Silva