TIP recusa que tenha havido ataque cibernético e culpa a sobrecarga do sistema, resultado da concentração de procura. Para amenizar o problema, nas lojas da Trindade, Casa da Música, Hospital de São João e Campanhã o horário de atendimento foi prolongado até às 23h00.

Dezenas de clientes concentrados ao final do dia de terça-feira junto à Loja Andante da Casa da Música. Foto: Fernanda Lima/ JPN

Têm sido dias difíceis para quem precisa de tirar ou renovar uma assinatura Andante no Porto. Desde o início da semana, altura em que virou o mês, que se observa uma concentração muito maior do que o habitual de clientes à porta das Lojas Andante, sobretudo em estações mais concorridas como a Trindade ou a Casa da Música.

Na origem do problema, terá estado um enorme aumento de procura, que é tradicional nesta altura do ano, o que terá, por sua vez, provocado falhas nos meios de carregamento remoto do cartão Andante – nas redes Payshop, caixas de multibanco e Topup da aplicação Anda.

O JPN tentou contactar a Transportes Intermodais do Porto (TIP), responsável pela gestão do Andante, mas sem sucesso.

Ao “Jornal de Notícias” (JN), uma fonte da empresa declarou que o problema foi gerado por uma forte procura de última hora que provocou uma sobrecarga no sistema: “Desde 1 de julho que a renovação era possível. Fizemos campanha, vários alertas e enviamos mensagem”, o que não terá sido suficiente para levar a que os clientes tratassem da renovação dos títulos noutra altura. Nos canais oficiais da TIP, não há mais informações, nem consta se o problema com a rede de carregamento foi completamente resolvido. 

Inicialmente, especulou-se sobre a possibilidade de um ataque cibernético, semelhante ao ocorrido em Lisboa, mas a hipótese foi recusada, novamente por fonte da empresa, ao “JN”. 

Junto à loja Andante da Trindade foram entretanto colocadas cadeiras para os clientes esperarem. Foto: Fernanda Lima/JPN

O incidente gerou transtornos para muitos passageiros, que enfrentaram longas filas e atrasos nas suas rotinas diárias. Lurdes Simões, 21 anos, publicitária, ficou quatro horas à espera para ser atendida. Quando a sua senha estava prestes a ser chamada, o sistema de computadores apresentou uma falha de cerca de 15 minutos. Ao JPN, comentou: “Isto está a atrapalhar-me, porque o que eu preciso de fazer, não consigo fazer através da aplicação. Preciso de mudar o tipo de passe, e era mais fácil se não estivesse aqui tanta gente”.

Como uma tentativa de amenizar o problema, nas lojas de Trindade, Casa da Música, Hospital de São João e Campanhã o horário de atendimento foi prolongado até às 23h00. Inês Guimarães, de 49 anos, esperava, por volta das 19h00, na Casa da Música para ser atendida. Antes dela, o filho esteve na fila desde as 17h45, mas, por ser menor, a mãe decidiu assumir o lugar do filho e foi atendida apenas por volta das 21h00. “Eu preferi fazer a troca de turno para não ter que voltar amanhã”, disse ao JPN. “Estava agora de pé, porque o meu pé ficou dormente” por estar há tanto tempo sentada no chão, comentou Inês. Ao JPN, expressou ainda a esperança de que no próximo mês não enfrente a mesma situação.

Editado por Filipa Silva