A Universidade do Porto, a Universidade Lusófona e o Coliseu Porto Ageas juntam-se para celebrar o centenário da morte de Franz Kafka com um programa de reflexão e discussão que passa pela literatura, teatro e cinema, sobre a obra e vida do escritor.

Franz Kafka em 1923, um ano antes de morrer. Anónimo/Wikimedia Commons

Uma conversa sobre Franz Kafka e a sua obra, um colóquio sobre a adaptação dos seus textos ao teatro e ainda a exibição de um filme baseado no livro mais emblemático do autor. Estas são as três iniciativas que formam o programa “Fim-de-semana com Kafka” com o qual a Universidade do Porto, a Universidade Lusófona do Porto e o Coliseu Porto Ageas se propõem celebrar o escritor, por ocasião do centenário da sua morte. 

O primeiro evento acontece às 18h00 de quinta-feira (24) com a conversa “O Meu Kafka”, em que André Lamas Leite (professor na Faculdade de Direito da Universidade do Porto), Carlos Magno (jornalista e professor universitário) e Renata Portas (encenadora, atriz e dramaturga) conversam sobre o primeiro contacto que tiveram com a obra de Franz Kafka, se através da literatura, do cinema ou do teatro, como tomaram conhecimento do autor e qual o primeiro livro que leram. A moderação é de Gonçalo Vilas-Boas, professor catedrático jubilado da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e o encontro vai ter lugar na Sala Novo Ático do Coliseu.

No dia seguinte (25), a partir das 15h00, vai decorrer o colóquio “Kafka à beira-rio” – nome que, com o Douro por perto, terá ido buscar inspiração ao “Kafka à beira-mar” de Haruki Murakami. O momento vai servir para discutir os desafios da adaptação dos textos de Kafka ao teatro e os “resultados alcançados”. O debate vai ter lugar na Sala Nobre da Universidade Lusófona e conta com a participação de quatro encenadores, Miguel Loureiro, João Garcia Miguel, Rui Queiroz de Matos e Carlos Pimenta, e vai ser moderado por Nuno Bessa Moreira, professor da Universidade Lusófona.

Este “fim de semana” de comemoração termina no sábado (26) com a exibição do filme “O Processo”, de Orson Welles, baseado na obra com o mesmo nome. Este filme será comentado por Katharina Baab, tendo por base os textos escritos por Vera Schneider, que se dedicou aos estudos comparativos do romance com a adaptação ao cinema de Welles. A exibição vai ter lugar na Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto, pelas 18h.

Franz Kafka é um dos escritores mais conhecidos do século XX. Morreu ainda jovem, em 1924, com 40 anos, deixando a sua obra ao amigo Max Brod, com a indicação de ser totalmente destruída. O amigo ignorou o pedido, publicando postumamente os seus romances inacabados, entre eles “O Processo” e “O Castelo”, exemplos das obras mais conhecidas do autor.

A entrada nas iniciativas do programa é livre, mas encontra-se restrita à limitação dos espaços.