Candidato republicano tem garantida a vitória e já discursou. Os estados "oscilantes" mostraram-se novamente decisivos. Republicanos recuperam também o Senado. "A América deu-nos um mandato sem precedentes e poderoso", afirmou aos apoiantes.

Retrato oficial da Casa Branca. Foto: Shealah Craighead/Casa Branca Foto: Shealah Craighead/Casa Branca

Donald J. Trump vai ser o 47.º presidente dos Estados Unidos da América. No país, a contagem dos votos ainda prossegue – falta fechar as contas de quatro estados -, mas o candidato republicano já assegurou a maioria de que precisa no Colégio Eleitoral para garantir a sua eleição.

Trump já passou a fasquia dos 270 votos de que precisa (a estimativa do “The New York Times” é que possa chegar entre os 286 e os 312), ao passo que a adversária, Kamala Harris, do Partido Democrata, deverá ficar-se pelos 226 a 252 votos.

Trump vencerá também no voto popular ao nível nacional, provavelmente por uma margem superior à da eleição de 2016.

É, assim, um regresso de Donald Trump com estrondo à Casa Branca e ao cargo que ocupou entre 2016 e 2020. É apenas o segundo presidente da história dos EUA a ser eleito para um segundo mandato não consecutivo. 

Os chamados “estados oscilantes” voltaram a ser decisivos, com Trump a conquistar importantes vitórias no Wisconsin, Pensilvânia e Geórgia, que mudaram para o lado republicano face a 2020, e na Carolina do Norte, que se manteve republicana.

Depois de ter perdido a reeleição para Joe Biden (D) em 2020, e de ter sido alvo, de forma inédita, de um segundo processo de impeachment, este por “incitamento à insurreição” nos alvores de 2021 – foi na sequência de um discurso seu, em Washington, que os seus apoiantes invadiram de forma violenta o Capitólio a 6 de janeiro de 2021 – Trump resistiu e voltou a apresentar-se como candidato presidencial em 2022.

Já este ano, foi condenado em tribunal por pagamentos indevidos e falseamento de contas da sua campanha de 2016 e, como candidato republicano, foi ainda alvo de uma tentativa de assassinato – foi atingido numa orelha por uma bala num comício na Pensilvânia. Na Flórida, foi também detido um indivíduo suspeito de estar a orquestrar um ataque contra o ex-Presidente num campo de golfe onde este se encontrava.

Tudo isto não impediu Trump de chegar à Casa Branca, como corolário daquilo que o próprio classificou, esta manhã, no discurso de vitória, como “o melhor movimento político de sempre”, numa referência ao movimento MAGA [acrónimo de Make America Great Again].

“Sinceramente, acho que este é foi o melhor movimento político de sempre, nunca houve nada assim neste país ou além dele. E agora vai atingir outro nível porque nós vamos ajudar o nosso país a sarar. Temos um país que precisa muito de ajuda. Vamos resolver as fronteiras e tudo isso, vamos fazer história, porque ultrapassamos obstáculos que ninguém julgava possível”, disse Trump à plateia entusiasta que o ouviu na Flórida.

 Trump garantiu a “todos os cidadãos”: “Não descansarei enquanto não entregar a América forte, segura e próspera que as nossas crianças merecem”, e deixou a promessa de uma “era dourada” para o país. 

Numa referência à recuperação do controlo do Senado, considerou também que a América lhe deu “um mandato sem precedentes e poderoso”. JD Vance, um senador do Ohio com 40 anos que se converteu ao “trumpismo” depois de ter sido inicialmente um crítico do presidente eleito, vai ser o vice-presidente. 

Kamala Harris, a vice-presidente dos EUA, candidata de “última hora” do Partido Democrata, depois de Joe Biden ter abdicado da corrida a poucos meses das eleições, sob pressão da opinião pública, ainda não se dirigiu ao país.