O vereador da Economia e das Finanças, na Câmara Municipal do Porto, renunciou ao mandato, justificando ter cumprido as suas responsabilidades e recebido propostas pessoais, mas deixará o cargo definitivamente apenas em janeiro.
O vereador Ricardo Valente, eleito pelas listas do PSD em 2013, mas que em 2016 aceitou integrar o Executivo de Rui Moreira com responsabilidades na Economia, renunciou às funções que tinha na autarquia. Além da Economia, eram também suas as pastas das Finanças, Fiscalização, Emprego e Empreendedorismo. A saída foi conhecida esta quinta-feira (5).
No mesmo dia, à margem da inauguração do Parque Dr. Mário Soares, na Lapa, o presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Moreira foi questionado pelos jornalistas sobre o caso. Segundo o autarca, o responsável pelas Finanças e Atividades Económicas manifestou o desejo de abandonar o cargo, afirmando que já havia cumprido as principais responsabilidades que lhe foram conferidas.
“O vereador Ricardo Valente procurou-me anteontem [3 de dezembro], dizendo-me que tinha vontade de abandonar o executivo. Acreditava que grande parte das tarefas que estavam na mão dele estavam realizadas. Estamos em fim de mandato e, tendo ele recebido convites que lhe interessam do ponto de vista pessoal, perguntou-me se eu o dispensava de completar o mandato”, disse Rui Moreira.
O presidente da CMP admitiu que preferia que Ricardo Valente se mantivesse em funções, e agradeceu pelo trabalho “fundamental” realizado pelo vereador, que desde 2020 era militante da Iniciativa Liberal. Rui Moreira ressaltou ainda que a decisão é compreensível, dado o momento de transição política vivido na Câmara do Porto, onde o atual presidente se prepara para completar o terceiro e último mandato: “Daqui a alguns meses também vou sair. Todos estamos em fim de ciclo e, havendo um fim de ciclo, parece-me perfeitamente normal que as pessoas comecem a olhar pela sua vida”, afirmou.
Segundo o “Jornal de Notícias” desta quinta-feira, o vereador “sai por vontade própria e por entender não estarem reunidas as condições para que possa continuar”. O mesmo jornal refere que o vereador deixa o cargo “por não se rever no rumo da gestão municipal”. O próprio declinou, contudo, comentar o caso ao jornal.
Em 2022, Ricardo Valente já tinha decidido sair do movimento de Rui Moreira, acusando a associação cívica de falta de “solidariedade institucional interna”, num caso em que foi visado por uma reportagem jornalística.
Apesar do pedido de renúncia, Ricardo Valente só deixará o cargo em definitivo em janeiro. A decisão foi acordada com Rui Moreira, que solicitou mais tempo para redistribuir os pelouros entre os restantes vereadores e preparar a entrada de uma nova vereadora da lista. O presidente da Câmara destacou que ainda não definiu a reorganização, mas afirmou confiar na equipa para assegurar a continuidade e a normalidade dos trabalhos.
Editado por Filipa Silva