Turmas mistas, com crianças de várias idades e línguas, onde o trabalho é individual, mas a interajuda é bem-vinda. O JPN esteve presente numa aula de ALOHA num colégio privado do Porto, para entender a sua metodologia.

Aluno a realizar exercícios com o auxílio do ábaco. Foto: ALOHA Portugal

O programa ALOHA Mental Arithmetic está integrado no CLIP Oporto International School há seis anos como uma atividade extracurricular. O colégio privado é um dos 13 onde o método é aplicado no distrito do Porto. Conta com duas aulas por semana e cerca de quarenta alunos no total, dizem as professoras Sofia Gonçalves e Beatriz Lopes, no dia em que o JPNvisitou o CLIP para assistir a uma aula.

As aulas do método ALOHA (Abacus Learning of Higher Arithmetic) têm a duração de cerca de uma hora e são dadas a turmas mistas, com alunos de várias idades.

A rotina dos alunos 

Quando se aproxima o horário da atividade, as crianças que começam a chegar trazem consigo uma tote bag onde se lê “ALOHA” e onde transportam o material necessário: o ábaco e o livro de fichas. Do livro, sobressaem as cores e ilustrações apelativas, que pretendem tornar o estudo mais envolvente, especialmente para os mais novos.

Material necessário para as aulas ALOHA: livro de fichas e ábaco. Foto: Beatriz Veloso/JPN

As crianças dirigem-se aos seus lugares, individuais, sentam-se e começam de imediato a trabalhar, num ambiente de alegre interajuda. Uns começam a aula com novas fichas de exercícios, outros terminam o trabalho inacabado.

Para além das turmas serem mistas, também agrupam alunos de diferentes idades e nacionalidades. O facto de as turmas serem heterogéneas não traduz dificuldades de integração dos novos alunos, visto que cada um trabalha de forma independente, apesar da interação ser valorizada. O português é a língua mais falada, mas o inglês também é utilizado para comunicar com os estudantes internacionais e esta diversidade contribui para um ambiente de partilha onde as crianças aprendem conversando umas com as outras, referem as professoras.

“É fácil porque alguns alunos já estão cá há algum tempo. Eles ajudam os mais novos a integrarem-se e, como o método é individual, cada um avança ao seu ritmo”, explica a professora Sofia, ao relembrar o arranque do ano letivo que implica sempre a entrada de novos alunos.

Diferenças sentidas por quem ensina

As professoras incentivam os alunos com palavras de encorajamento. You can do it, diz a professora Sofia a uma aluna que insiste que o exercício que tenta resolver é muito difícil. A relação entre professores e alunos é de proximidade, procurando sobretudo reforçar a confiança em quem estuda. Uma das técnicas usadas para o aumento da motivação é a atribuição de autocolantes no final das aulas, o que funciona especialmente com os mais novos, garantem as docentes.

As primeiras aptidões na área da matemática, que são desenvolvidas mais rapidamente com o auxílio do ALOHA, estão relacionadas com o desenvolvimento das capacidades de raciocínio e lógica, intrinsecamente ligadas à disciplina. No entanto, há também um incremento da autoconfiança das crianças.

Uma das professoras com quem o JPN falou, Beatriz Lopes, dá como exemplo disto um aluno que costumava resistir a trabalhar, afirmando frequentemente “não querer fazer nada”. Atualmente, admite a professora, tem demonstrado melhorias. “Nos últimos dias, já começou a participar e a realizar os exercícios. É uma questão de eles perceberem que são capazes e, a partir daí, tornam-se mais confiantes e independentes”, relata a professora Beatriz.

Alunos a realizar exercícios introdutórios. Foto: ALOHA Portugal

Avaliações

A avaliação dos alunos consiste em testes que apuram as capacidades de cada um, determinando assim se avançam de nível ou não. O primeiro teste é “simples”, com o objetivo de introduzir o sistema do ábaco, o que exige, por outro lado, que os alunos dominem a técnica, para que no futuro consigam resolver cálculos mais complexos.

A atividade envolve não só alunos e professores, como também os encarregados de educação, uma relação onde a comunicação está disponível “em qualquer altura”, dependendo da necessidade e importância. No entanto, as reuniões com os encarregados de educação são realizadas no final de cada período, ou seja, três vezes no ano letivo, para discutir o desempenho e progresso das crianças.

Este artigo foi realizado no âmbito da disciplina TEJ II – Online

Editado por Filipa Silva