O presidente da Câmara de Gaia e da Área Metropolitana do Porto fez um ponto da situação acerca das soluções para mitigar o trânsito de pesados na VCI, em declarações aos jornalistas, à margem da cerimónia de constituição formal da empresa Transportes Metropolitanos do Porto.

A VCI é uma das vias mais movimentadas do país. Foto: Filipa Brito/CM Porto

Governo, Infraestruturas de Portugal (IP) e autarcas chegaram a um acordo quanto ao plano para minimizar o trânsito na Via de Cintura Interna (VCI) do Porto. A estrada circular que liga Porto e Gaia, passando pelas pontes da Arrábida e do Freixo, é uma das mais utilizadas em Portugal, diariamente.

Eduardo Vítor Rodrigues confirmou a informação avançada pelo JN, esta segunda-feira (13), ao responder às questões dos jornalistas, colocadas no final da apresentação formal da Transportes Metropolitanos do Porto.

“A novidade é a que temos vindo a afirmar – que o assunto está encerrado. Os autarcas foram contactados pelo governo, depois de um longo tempo de trabalho”, reiterou. Foi consolidada uma solução que o governo “nos próximos dias ou semanas vai apresentar e que significa um contributo absolutamente determinante para a qualidade da mobilidade”.

Eduardo Vítor Rodrigues defende que se deve “olhar para a CREP (Circular Regional Externa do Porto) como um instrumento da mobilidade, sobretudo, dos pesados de mercadorias”, mas o autarca reforçou que “no fim, a decisão é do governo”, pelo que compete ao Executivo dar mais pormenores. Acrescentou que é uma boa opção e “sistémica, no sentido de não significar apenas uma medida isolada”.

O plano deve ser apresentado pelo ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, e vai ao encontro do que tem vindo a ser pedido pelos autarcas da AMP, segundo Eduardo Vítor Rodrigues. O autarca reforçou que a solução vai passar pela CREP (Circular Regional Externa do Porto), também denominada A41, sendo o fim das portagens para veículos pesados uma das possíveis medidas a implementar, mas lembra que esta opção implica “sempre um trabalho de finanças, porque significa uma alteração das regras de concessão”.

Uma vez que a VCI é o acesso fundamental ao “Terminal de Cruzeiros, à APDL (Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana), a toda a estrutura do Porto de Leixões”, Eduardo Vítor Rodrigues frisou que uma parte do trabalho desenvolvido pelos municípios neste âmbito foi de “auscultação de todos os agentes”. “Ouvir as empresas que operam no transporte de mercadorias é muito importante, porque permitiu-nos discutir com eles e fazê-los perceber que, às vezes, produzir mais quilómetros pode não significar ter mais despesa, pode significar tão-só poupar em minutos”, explicou.

Fica a faltar a data do Governo para a apresentação da estratégia que promete melhorar a mobilidade na VCI, num país onde, como noticiou o JN, o número de carros a circular no Porto e em Lisboa bateu números recorde em 2024. Esta subida reflete-se, por exemplo, no aumento de 18% das receitas das portagens em 2023, em comparação com 2022. 

Editado por Filipa Silva