Plano para alargar e requalificar parques infantis na cidade foi divulgado na reunião municipal desta segunda-feira (27), na sequência da proposta apresentada pelo Bloco de Esquerda, aprovada com votos a favor da esquerda e abstenção do centro e da direita do executivo municipal.

Parque infantil junto ao Terminal Intermodal de Campanhã foi inaugurado no início de 2024. Foto: Guilherme Costa Oliveira

A Câmara Municipal do Porto (CMP) anunciou que vai criar 13 novos parques infantis até 2028. Em paralelo, estão a ser requalificados outros dez e há mais seis que vão ser ampliados. O anúncio foi feito pelo vice-presidente da autarquia, Filipe Araújo, no seguimento de uma proposta de recomendação apresentada pelo vereador Sérgio Aires, do Bloco de Esquerda, na reunião pública do Executivo Municipal desta segunda-feira (27).

Existem hoje 39 espaços de jogo e recreio distribuídos pelo Porto, com base na distribuição demográfica apontada pelos Censos de 2021, segundo a autarquia. Filipe Araújo fez também questão de frisar que 21 destes espaços nasceram depois de 2013, ano em que o Movimento de Rui Moreira chegou à presidência da autarquia. Os últimos dois parques foram inaugurados em janeiro e junho de 2024, junto ao Terminal Intermodal de Campanhã e em Agra do Amial, respetivamente. A estes, acrescem 15 campos de streetbasket e um skatepark com acesso livre.

Que espaços novos vão ser criados?

A Câmara prevê a criação de 13 espaços novos. De acordo com Filipe Araújo, vão ficar instalados no Jardim da Lomba, CETA – Cooperativa Habitações Económicas, Praceta Cidade da Praia, Passeio Alegre, Jardim Sá da Bandeira, Largo de Valverde, Parque Alameda de Cartes, Quinta de Salgueiros, Rua Prof. Joaquim Bastos, Bairro Central de Francos, Senhora do Porto, Rua João Araújo Correia e Jardim dos Álamos. Todas estas intervenções estão planeadas para os próximos dois a três anos.

Quais vão ser requalificados?

Está previsto que sejam requalificados dez espaços, ao longo deste ano e do próximo. Estão localizados no Parque da Pasteleira, na Associação de Moradores do Campo Alegre, no Palácio de Cristal, nas Fontainhas, no Jardim Paulo Vallada, na Areosa, no Parque do Covelo, no Amial, na Prelada – Adelaide Estrada e em Asas de Ramalde, onde vão ser substituídos e/ou instalados equipamentos e pavimentos.

E quais vão ser ampliados?

O município tenciona ampliar os parques infantis de Soares dos Reis, das Condominhas, de Santa Luzia, do Inatel, do Jardim da Arca D’Água e do Jardim da Cordoaria.  ao todo seis.

Os anúncios foram feito na sequência da discussão da proposta “Pelo Direito das Crianças a brincarem na rua e por espaços infantis mais inclusivos” apresentada pelo Bloco de Esquerda, a qual foi aprovada com votos a favor do partido proponente, da CDU e do PS. Já o movimento de Rui Moreira e o PSD preferiram abster-se. O vice-presidente da CMP salientou que a autarquia quer oferecer áreas de proximidade, convivência e lazer à população e que, por serem espaços dirigidos aos mais pequenos, procuram ter “um cuidado muito especial, uma gestão contínua”, realizando uma “higienização regular”, numa ótica de “manutenção preventiva, corretiva e com inspeções anuais”.

Os planos do executivo alinham-se com a proposta do Bloco no âmbito da inclusão, criação e melhoria de espaços exteriores seguros, sustentáveis e inclusivos. Filipe Araújo mencionou ainda que os parques infantis existem ou vão ser criados numa “lógica multifuncional dos espaços verdes” da cidade, uma vez que a envolvência com a natureza e brincar num espaço com sombra é uma mais-valia para o bem-estar e a proteção das crianças.

Neste sentido, mesmo tendo optado pela abstenção, a vereadora social-democrata Mariana Ferreira Macedo sublinhou a importância de trazer a inclusão para o debate do executivo e frisou que “a inclusão começa na infância e, portanto, os parques devem ser pensados para todos sem exceção e nenhum cidadão com deficiência deve ver as suas ações ainda mais diminuídas, em virtude da falta de acessibilidades, principalmente quando a responsabilidade é do poder público para as suprir”.

Entre os locais propostos por Sérgio Aires para serem criados novos parques infantis estão a Rotunda da Boavista (Praça Mouzinho de Albuquerque), a Praça da República, cujo jardim está a ser reabilitado, e apontou a falta de acessibilidade ao parque infantil nos Jardins do Palácio de Cristal, para crianças que se desloquem em cadeira de rodas, e de sombras no de Bessa Leite.

O vereador bloquista apelou também, com o apoio dos pais das crianças em tratamento no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, à criação de um espaço para que estas possam brincar ao ar livre com segurança, sobretudo, da exposição solar. Rui Moreira explicou que o município não tem forma de intervir no espaço do IPO para construir um parque infantil, no entanto, afirma que “há um problema no espaço exterior, que está quase exclusivamente dedicado a estacionamento” e, em nome do município, garantiu: “não deixaremos de falar com o IPO (…), porque não é uma questão de espaço”.

Editado por Filipa Silva