O FC Porto empatou a uma bola com o líder Sporting, no Estádio do Dragão. Os golos foram apontados por Fresneda e Danny Namaso. Os leões ficaram reduzidos a nove unidades antes do apito final.

Clássico no Dragão deu em empate a uma bola. Foto: Diogo Sousa/JPN

O FC Porto empatou, esta sexta-feira (07), por 1-1, com o Sporting, no Estádio do Dragão. É o terceiro empate dos dragões em 2025, tendo também quatro derrotas e apenas uma vitória no novo ano. É também o segundo jogo sem vencer diante do Sporting este ano, após terem perdido no confronto com os leões para a Taça da Liga. O FC Porto ainda não venceu para o campeonato em 2025.

Os golos foram marcados pelos “patinhos feios” de ambas as equipas: Iván Fresneda, que esteve perto de sair da equipa do Sporting neste mercado de inverno, e por Danny Namaso, para o lado do FC Porto. Apesar de ter tido algumas oportunidades para dilatar a vantagem, a equipa leonina pecou nas tomadas de decisão no último terço e não conseguiu chegar à baliza de Diogo Costa com sucesso.

Martín Anselmi, apesar de manter a defesa a três centrais, teve de fazer alterações no onze inicial portista, relativamente ao jogo com o Rio Ave, devido à exclusão de Otávio por acumulação de amarelos. Jogou na sua vez Zé Pedro, o central que foi aposta de Sérgio Conceição na última metade da época passada. Jogou também Pepê no lugar de Gonçalo Borges. No banco, destacaram-se também as presenças das mais recentes contratações dos dragões: William Gomes e Tomas Pérez.

Na equipa de Rui Borges, a ausência mais notada do onze inicial foi Gyökeres, que começou a partida no banco de suplentes, devido à sua condição física. Recordamos que o internacional sueco não jogava desde a vitória sobre o Nacional, em Alvalade, dia 25 de janeiro. Jogou no seu lugar Harder, que é o concorrente direto do melhor marcador mundial de 2024.

Antes do início da partida, foi prestada homenagem aos jogadores de andebol do FC Porto que ajudaram Portugal a chegar às meias-finais do Mundial da modalidade na Noruega. Resultado histórico para a seleção das Quinas que nunca tinha passado da fase de grupos e terminou em quarto lugar a competição.

Foi ainda homenageado Raul Peixoto, antigo diretor e vice-presidente do FC Porto, que faleceu aos 79 anos, na quinta-feira.

A coreografia do dragão foi simples: “Paixão”. Perto de 50 mil adeptos (49.193) encheram as bancadas do Dragão, criando um ambiente eletrizante.

Classe de Quenda deu vantagem aos leões

O primeiro lance de perigo aconteceu logo aos três minutos para a equipa do Sporting. Através de um canto, Hjulmand cabeceou a entrada da pequena área para uma grande defesa de Diogo Costa.

Aos 23’, deu-se a primeira alteração: João Simões deu lugar a Debast, devido a lesão.

Cinco minutos depois, há uma recuperação de bola dos azuis e brancos, ainda perto da grande área do Sporting. Rodrigo Mora coloca em Pepê que remata a bola em cheio na barra. Os adeptos no Dragão levaram as mãos à cabeça.

Sucessivas perdas de tempo na recolocação da bola em jogo da equipa do Sporting deixaram os adeptos portistas desesperados. Entoavam-se assobios ensurdecedores com Rui Silva, o guarda-redes dos leões, como alvo.

Aos 35’, celebrou-se uma falta a favor da equipa portista como se fosse um golo. A diferença de critério de João Pinheiro em relação à quantidade de faltas assinaladas a favor do Sporting e a favor do FC Porto era assim contestada nas bancadas.

E a três minutos do intervalo, o Sporting chegou ao golo. Belíssima jogada individual de Quenda, que deixou dois adversários pelo caminho e cruzou rasteiro para Fresneda, que recebeu a bola sozinho e só teve de a encostar para dentro da baliza. Os adeptos leoninos ficaram ao rubro. Atrás da bancada de imprensa, gerou-se uma confusão entre adeptos portistas e Luís Neto, ex-jogador da equipa de Alvalade, que celebrou o golo sportinguista efusivamente.

Após cinco minutos de compensação, terminou a primeira parte do clássico, com bastantes assobios na bancada para a equipa arbitragem, que não esteve no seu melhor.

Empate suado e muitas confusões

Treze minutos após o recomeço da partida gritou-se golo nas bancadas do Dragão, mas foi anulado, devido à posição irregular de Tiago Djaló no momento do cabeceamento.

Aos 67′, bela jogada coletiva do FC Porto, que trocava a bola com qualidade no último terço. No entanto, após o cruzamento para a grande área, João Mário não acertou na bola e acabou por sobrar para a equipa visitante.

Dois minutos depois, nova jogada de perigo para os azuis e brancos, que resultou numa enorme defesa de Rui Silva, após um cabeceamento de Pepê na marca de grande penalidade.

O FC Porto era o único a atacar neste momento do jogo, no entanto, nunca conseguia colocar a bola com qualidade nos jogadores que se encontravam dentro de área, especialmente em Samu, o avançado de referência desta equipa portista, fortemente defendido e sem qualquer espaço para criar jogadas. Já são seis jogos sem marcar para o jovem jogador espanhol.

E foi já depois dos 90 que o FC Porto chegou ao empate, através de Namaso. Após um belo cruzamento para a área, Samu conseguiu esticar-se e colocar a bola rasteira em Danny Namaso, que só teve de encostar.

Um minuto depois, Matheus Reis viu o segundo amarelo e acabou expulso por protestos junto do árbitro. A seguir, nova expulsão para a equipa do Sporting, após Diomande empurrar e encostar a cabeça a Fábio Vieira. A reação do jogador do FC Porto pode ter parecido exagerada, mas a conduta do jogador do Sporting foi antidesportiva. Dois vermelhos para o Sporting em menos de dois minutos.

Após o apito final, houve nova confusão no relvado entre elementos de ambas as formações A equipa técnica do FC Porto reclamava pelo término “precoce” da partida, após cinco minutos de VAR e de sucessivas paragens devido às expulsões no lance final da partida.

Num jogo bastante marcado pela arbitragem, destacou-se o regresso da garra do FC Porto, que parecia esquecida no início da época. Mesmo com as saídas de dois titulares (Nico e Galeno), os portistas mantiveram a compostura e conseguiram um empate suado. Praticaram bom futebol e exploraram bastante jogadas pelo meio do terreno, apostando recorrentemente na qualidade técnica do “Príncipe de Ouro”, Rodrigo Mora, que apesar da tenra idade, demonstra uma grande maturidade dentro das quatro linhas.

Zé Pedro foi outro que teve muito bem em campo: jogou simples, não comprometeu e esteve excecional no capítulo defensivo, tirando no lance do golo. No entanto, quem pode censurá-lo? Foi uma jogada excecional de Geovany Quenda, que tal como Rodrigo Mora, tem muita qualidade nos pés. A geração 2007 portuguesa promete.

Rui Borges: “Não fomos capazes e temos de melhorar”

Na sala de imprensa, Rui Borges admitiu a frustração da sua equipa durante e após o jogo, devido ao golo sofrido, após ter “dominado e controlado a bola” na primeira parte e a “tristeza” por “perder mais dois jogadores” no final da partida.

Quanto ao que falhou nas transições ofensivas, Rui Borges considerou que falhou “tomar melhores decisões” e alguma precipitação, sinal do “cansaço” da equipa. “Nas transições, isso é notório. Às vezes, ou nos agarrávamos demasiado à bola ou não éramos muito claros naquilo que era a ligação para a transição. Faz parte, não fomos capazes e temos que melhorar.” 

Quanto à pouca utilização de Gyökeres, o técnico verde e branco confirmou a gestão física do avançado sueco: “Os adeptos querem e eu também queria ter o Gyökeres nos 90 minutos, mas não é possível!”. Sobre João Simões que saiu lesionado ainda na primeira parte, o mesmo afirma que foi apenas uma lesão “traumática” e “nada de grave”.

Martín Anselmi: “Vamos viver muitas noites mágicas no Dragão”

Durante a conferência de imprensa, Martín Anselmi admitiu que na segunda parte foram “mais agressivos”, com “com mais vontade de competir” e que notou a “evolução que a equipa teve com tão poucos treinos”.

Quanto ao seu primeiro jogo no Estádio do Dragão, o argentino não poupou nas palavras: “Isto é até ao fim. Enquanto o FC Porto puder aspirar ao título, vamos até ao fim. Vamos viver muitas noites mágicas no Dragão”, prometeu.

O próximo jogo do Sporting será terça-feira (11) contra o Borussia de Dortmund, a contar para a primeira mão do playoff da Liga dos Campeões. O FC Porto joga na quinta-feira (13), contra a AS Roma, a contar para a primeira mão do playoff da Liga Europa. O próximo jogo para a Liga será uma deslocação a Faro contra o Farense no próximo domingo (16).

Editado por Filipa Silva