Circulação de transportes públicos na Rua de Costa Cabral é uma necessidade aos olhos do autarca, que reafirmou a sua opinião na reunião do Executivo da passada segunda-feira (10). Maria Manuel Rola, do Bloco de Esquerda, reforça que é preciso apostar na mobilidade sustentável, assim como ouvir os especialistas, moradores e utilizadores da artéria portuense.
Maior artéria portuense começa na Praça do Marquês de Pombal, no limite das freguesias do Bonfim e de Paranhos e, prolonga-se até à Estrada da Circunvalação, na Areosa, freguesia de Paranhos. Foto: via Google Maps
Rui Moreira insistiu na necessidade de manter a passagem de autocarros na Rua de Costa Cabral. A mobilidade desta “via estruturante” da cidade do Porto voltou a ser um dos temas discutidos na reunião privada do Executivo Municipal desta segunda-feira de manhã (10). O autarca continua a defender que não existe “alternativa àquela rua para o transporte público”, o que impossibilita a sua transformação numa rua pedonal – a solução ideal para o presidente da Câmara do Porto – ou numa rua de sentido único.
“A não ser que haja aqui alguma situação que não conheça, não vejo uma alternativa, repito, a uma via estruturante que hoje é fundamental para o transporte público. E nós queremos transporte público”, frisou. O presidente do município do Porto voltou a fazer uma analogia entre a cidade e o videojogo SimCity. Rui Moreira afirmou que, na vida real, “fazer cidade é um pouco mais complexo” do que “brincar” no jogo, até porque a Rua de Costa Cabral é “invulgar na cidade do Porto”, devido ao seu extenso comprimento e curta largura.
“Estas antigas estradas têm, de facto, um grande problema. São alinhadas por edifícios que não podem recuar facilmente”, explicou. Em média, a faixa de rodagem – vias onde circulam veículos – ocupa cerca de 70% da via pública, ou seja, o espaço restante para os passeios é reduzido e as possibilidades de criar vias reservadas ou alargar a estrada são nulas ou muito reduzidas.
Quando questionado acerca das possíveis soluções apresentadas por especialistas, nomeadamente a passagem de transportes públicos em apenas alguns trechos de Costa Cabral, Rui Moreira referiu que não se pode pôr os autocarros “a fazer ângulos retos sucessivos”, que resultariam do intercalar entre a maior artéria do Porto e algumas das ruas que existe à volta. Se assim for, “mais vale não haver autocarros”, reiterou o autarca.
Maria Manuel Rola, vereadora do Bloco de Esquerda, também se pronunciou sobre a questão, sublinhando que é importante saber ouvir quem vive e trabalha naquela rua, salientando que “este é um problema de vivência daquele espaço, de segurança e de mobilidade concreto“. A vereadora bloquista reforçou que “quem ali vive, trabalha, estuda” e os “vários técnicos que pensam a cidade e a mobilidade” apresentam “disponibilidade elevada […] para que a Câmara os ouça nesta situação”. “Com certeza, terão várias ideias para uma mobilidade diferente que privilegie a mobilidade suave e o transporte coletivo na cidade do Porto”, acrescentou.
Editado por Filipa Silva