A exposição "run_it_back.exe" é a primeira da artista norte-americana em Portugal.
Avery Singer na apresentação da exposição “run_it_back.exe” Foto: Tiago Lima/JPN
Avery Singer inaugura, esta quinta-feira (13), no Museu de Serralves, a sua mais recente exposição: “run_it_back.exe” é a primeira exposição da artista em Portugal e com ela o átrio e a sala central do Museu estão “ocupados e totalmente transformados”. A mostra da artista surge em parceria com a DepA architects.
A artista é um dos nomes mais reconhecidos da pintura contemporânea ao nível mundial e de 13 de fevereiro a 7 de setembro convida o público “a examinar ideias de quem é pintado e porquê” nas suas obras, uma vez que para a nova-iorquina a pintura é também “um campo de experimentação crítica”, como referiu na apresentação da mostra à imprensa. A curadora-chefe do Museu de Serralves Inês Grosso afirmou que o trabalho de Avery Singer “não oferece consolo, mas um convite à reflexão”.
A tecnologia e o mundo digital são o mote da arte de Avery Singer. A sua mais recente exposição – que integra duas pinturas no átrio e outras sete distribuídas por duas salas, além de cadeiras cujo design assinou – resulta de “uma pesquisa sobre a economia digital, a criptomoeda e a sua relação com o mercado tradicional”. A artista alia ferramentas digitais com técnicas manuais. O processo de criação da norte-americana é complexo e passa por várias fases.
No início do seu projeto criativo, Avery Singer cria figuras inspiradas em pessoas reais que podem ser amigos ou colegas. A estas figuras, predominantes nas suas obras, a artista acrescenta elementos gráficos. Posteriormente, transfere esta parte do projeto para uma tela, através de um aerógrafo industrial.
É na tela que Avery utiliza algumas técnicas manuais, como aplicar uma goma especial que lhe permite “apagar certas áreas da pintura, um gesto que intensifica sombras e expressões”, segundo Inês Grosso.
Tendo um trabalho marcado pelo uso da tecnologia, Avery Singer contou ao JPN também se interessar pelo uso de Inteligência Artificial (IA). A norte-americana considera que esta é uma área que os artistas ainda estão a começar a explorar: “Neste momento, a IA é uma forma de vida muito recente, está apenas a começar a movimentar-se na nossa paisagem”.
Avery Singer nasceu em Nova Iorque, no ano de 1987 e as suas obras já estiveram expostas em instituições como a Tate Modern em Londres ou o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.
Editado por Filipa Silva