O FC Porto empatou a uma bola com a AS Roma, no Estádio do Dragão. Os golos foram apontados por Celik e Francisco Moura. A eliminatória vai ser decidida em Itália na segunda mão.
Francisco Moura fez o golo do empate para o FC Porto. Foto: FC Porto/Facebook
O FC Porto empatou, esta quinta-feira (13), 1-1, com a AS Roma, no Estádio do Dragão. É o quarto empate dos dragões em 2025, tendo também quatro derrotas e apenas uma vitória no novo ano.
Os golos foram apontados por dois defesas: Francisco Moura, do lado da equipa portuguesa e Celik, do lado da equipa italiana. O jogo a contar para a primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa terminou com onze cartões amarelos e um vermelho, exibido a Cristante, aos 72’.
O técnico portista fez apenas duas alterações no onze inicial dos dragões, em comparação com o jogo frente ao Sporting. Na defesa, Anselmi promoveu o regresso de Otávio, após ter falhado o clássico devido a castigo por acumulação de amarelos. Na frente de ataque, Gonçalo Borges regressou também ao onze no lugar de Pepê. A maior surpresa estava mesmo no banco: Marcano regressou ao lote de opções dos portistas um ano e meio depois da sua lesão. A última vez que o espanhol pisou os relvados foi a 15 de setembro de 2023, quando sofreu uma rotura do ligamento cruzado anterior do joelho direito no jogo com o Estrela da Amadora, a contar para o campeonato.
Na equipa romana, contou-se com os regressos dos ex-Benfica Mile Svilar e Cristante aos relvados portugueses. O guarda-redes sérvio representou os encarnados entre 2017 e 2022, e o italiano, entre 2014 e 2016.
O ambiente nas bancadas era frenético. De um lado, os adeptos italianos queriam fazer-se notar. Do outro, os adeptos portistas tentavam mostrar quem mandava em sua “casa”. Juntos, os cerca de 37 mil adeptos que preenchiam as bancadas do Estádio do Dragão, faziam tremer o recinto.
Golo italiano ao cair do pano
Em menos de dois minutos, o FC Porto teve dois erros quase fatais em zonas comprometedoras. Primeiro, Rodrigo Mora, que aos dez minutos passou a bola para Dovbyk, que rematou ao lado. Depois, João Mário que, dentro de área, errou o corte e enviou a bola direta para Koné, mas o lance acabou nas mãos de Diogo Costa.
Aos 14’, a primeira oportunidade de perigo para a equipa da casa, que mesmo com a baliza aberta, não conseguiu finalizar para dentro da baliza dos italianos. Samu encontrou Mora na área, mas o jovem de 17 anos na frente do guarda-redes deixou para Gonçalo Borges, que rematou contra o corpo de um defesa.
À meia hora de jogo, Pellegrini, à entrada da área, rematou ao lado, após um belo cruzamento rasteiro de Angeliño. A Roma ia dominando este primeiro tempo, tendo, até ao momento, apontado cerca de seis remates, contra apenas um dos portistas.
Oito minutos depois, Dybala, campeão do mundo pela Argentina, teve de ser substituído, após algumas queixas na zona do joelho.
Apesar das poucas chances dos dragões, notava-se um grande entrosamento da equipa. Excelente a troca de bola dos azuis e brancos, que tentaram por diversas vezes atacar pelo meio do terreno, apostando em combinações entre Rodrigo Mora e Samu.
Apesar disso, ao cair do pano da primeira parte, a equipa italiana acabou mesmo por se colocar em vantagem no marcador. Celik colocou a bola no fundo das redes de Diogo Costa após ganhar um ressalto dentro de área, que o colocou cara a cara com o internacional português. Com muita frieza e um remate forte, o central turco colocou a sua equipa na frente da eliminatória.
Francisco Moura à ponta de lança
A primeira parte chegou ao fim com seis jogadores amarelados e face a esse problema, Claudio Ranieri efetuou duas alterações na equipa. Koné e Saelemaekers deram os seus lugares a Niccolo Pisilli e a El Shaarawy, respetivamente.
Houve assobios nas bancadas dos adeptos portistas para a sua equipa, que entrou adormecida e ia permitindo os visitantes jogarem como queriam. No entanto, aos 67’ minutos, o FC Porto acabou mesmo por chegar ao empate, após um pontapé de baliza batido de forma rápida por Diogo Costa, que encontrou Pepê desmarcado na frente de ataque. Após uma grande corrida do brasileiro, a bola sobrou para Francisco Moura, que, à entrada da área, finalizou com força para o fundo das redes de Mile Svilar.
Seis minutos depois, o número de cartões no jogo continuava a crescer e Cristante acabou mesmo por ser expulso, após receber o segundo amarelo, devido a uma falta sobre o recém-entrado Fábio Vieira.
Aos 78 minutos, Gonçalo Borges quase marcou, com um remate fortíssimo após um canto, mas a bola passou ligeiramente por cima.
Os azuis e brancos tentaram vez após vez o golo que os colocaria na frente do resultado, mas os remates saíram cada vez mais fracos e longe da baliza romana. Após os quatro minutos de tempo adicional, o alemão Tobias Stieler apitou para o final da partida, num jogo que terminou com 12 cartões exibidos.
A impaciência dos adeptos portistas por melhores resultados fez-se ouvir das bancadas. No plano individual, destacou-se Eustáquio que foi o jogador mais constante em campo. Aguentava a pressão dos ataques romanos e ajudava a equipa na construção do seu ataque. Um dos pontos negativos foi novamente outro jogo sem marcar de Samu. Já lá vão sete encontros sem faturar para o avançado espanhol, a maior seca desde que chegou à equipa portuense.
Apesar do melhor futebol jogado em comparação com o início da época, a bola parece não conseguir chegar com qualidade ao ponta de lança portista, que não tem grandes oportunidades de golo durante os jogos. Para não falar dos cruzamentos, que vêm sendo um dos maiores pontos fracos dos dragões esta época. Será que conseguirão mudar a tempo da segunda mão?
Martín Anselmi: “Vamos a Roma impor o nosso jogo”
Na conferência de imprensa, o técnico argentino, primeiramente, elogiou a equipa por “ser sempre competitiva” e “lutar até ao fim”, e que iria “buscar os três pontos no próximo jogo”.
Sobre a eliminatória o discurso foi simples: “Já sabemos que jogamos para ganhar e queremos ganhar, mas está tudo em aberto. Vamos a Roma impor o nosso jogo e qualificar-nos”.
Quanto à substituição de Rodrigo Mora, que causou alguns protestos nas bancadas, o treinador afirmou que o jogador vinha a “jogar todos os minutos recentemente” e que foi apenas uma substituição para deixar o jovem “respirar”.
Claudio Ranieri: “Fizemos um milagre”
Na sala de imprensa, o italiano de 73 anos demonstrou a sua insatisfação em relação à arbitragem, considerando que “não é normal” acabar um jogo com tantos cartões amarelos. Mas foi mais longe: “como podem mandar um árbitro que sempre penaliza as equipas visitantes? Não acho normal que com um árbitro, em 22 jogos na Europa, a equipa visitante só tenha conseguido empatar nove vezes e o adversário ganhar os restantes jogos”, disse. Ainda assim, garantiu, que não se queria “vitimizar”.
Sobre o jogo, considerou que a equipa fez “um milagre”: “Fizemos uma bela partida, estou muito feliz com o desempenho.”
Quanto à lesão de Dybala, o técnico diz que não sabe o que tem o jogador. “Está com dores. Teve um golpe no osso, mas espero que não seja grave. Só amanhã vou decidir sobre a sua utilização domingo”, afirmou.
O próximo jogo dos dragões será este domingo (16), em Faro, na visita ao Farense, a contar para a ronda 22 do campeonato. A segunda mão dos play-offs está marcada para a próxima quinta-feira (20), em Roma.
Editado por Filipa Silva