A Comissão de Trabalhadores da Orquestra do Norte reuniu-se com a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, para arranjar soluções urgentes para os salários em atraso dos 37 trabalhadores. O ministério mostrou abertura para encontrar soluções e reconheceu a urgência do problema.

Dalila Rodrigues é ministra da Cultura.

A Comissão de Trabalhadores da Orquestra do Norte classificou a reunião desta quinta-feira com a ministra da Cultura como “muito positiva e tranquilizadora”. Perante a crise financeira do grupo e os atrasos salariais que afetam os 37 profissionais da instituição, Dalila Rodrigues “reconheceu a gravidade da situação e comprometeu-se a dar prioridade à resolução dos salários e subsídios em atraso, em conjunto com a Direção e Direção Executiva”, de acordo com um comunicado emitido no final do encontro.

O encontro, realizado online, contou também com a presença de membros do gabinete da ministra e do vice-diretor geral das artes, Pedro Nuno Barbosa.

Durante a reunião, foram apresentadas propostas para a melhoria estrutural da orquestra, incluindo a alteração dos estatutos e do modelo de financiamento. A Comissão afirma que o ministério se mostrou recetivo a analisar e implementar essas medidas.

A Comissão de Trabalhadores aproveitou ainda o rescaldo da reunião para apelar às câmaras municipais que integram a Associação Norte Cultural para que cumpram os seus compromissos financeiros, nomeadamente através da compra de mais concertos.

A estrutura conta com a participação de 12 municípios, sendo eles Alijó, Bragança, Vila Real, Guimarães, Vieira do Minho, Póvoa do Lanhoso, Montalegre, Terras de Bouro, Torre de Moncorvo, Caminha, Chaves e Fafe. Também foi sugerido que outros municípios possam aderir a contratos-programa anuais para garantir a sustentabilidade da orquestra.

A crise financeira da Orquestra do Norte não afeta apenas músicos, mas também técnicos. No total, 37 profissionais têm salários em atraso, situação que compromete o pagamento de despesas básicas como rendas e contas mensais. “Os problemas alimentares de alguns colegas já foram resolvidos, mas a preocupação com as rendas continua”, alertou ao JPN Vítor Brandão, percussionista da Orquestra e membro da direção da Comissão de Trabalhadores, ainda antes da reunião desta quinta-feira.

Além dos problemas salariais, as más condições das infraestruturas são outra preocupação, bem como a falta da comunicação com a direção da orquestra que, segundo os trabalhadores, tem sido um dos principais problemas à resolução do problema. Como exemplo de esperança, a Comissão aponta que outras orquestras do país, como a do Algarve e a Filarmónica das Beiras, enfrentaram dificuldades semelhantes e conseguiram solucioná-las com mudanças na gestão.

Apesar da reunião ser considerada produtiva, a Comissão reforça a urgência de uma solução rápida. A Orquestra do Norte, fundada em 1992, enfrenta dificuldades financeiras há vários anos e, por agora, os trabalhadores aguardam os próximos passos do Governo para garantir a estabilidade da orquestra.

Editado por Filipa Silva