De acordo com o Eurobarómetro de 2024, a televisão é a principal fonte de informação dos inquiridos portugueses. Já o Instagram é a principal rede social pela qual se mantém informados.
Numa época de imersão digital, os jovens portugueses ainda usam a televisão como principal fonte de informação. No que toca às redes sociais, a que os jovens mais utilizam para se informarem é o Instagram. A população juvenil afirma ainda que considera estar “às vezes” exposta a desinformação e notícias falsas e diz-se “um pouco confiante” de que realmente consegue reconhecê-las quando se cruza com elas. Estas são algumas das conclusões do Eurobarómetro de 2024, o estudo do Parlamento Europeu que investiga as opiniões dos jovens com idades compreendidas entre os 16 e os 30 anos, apresentado nesta segunda-feira (17).
Os jovens portugueses preferem obter “informações sobre assuntos políticos e sociais” através da televisão (53%), enquanto que a maior parte dos jovens da UE escolhem as redes sociais (42%) como fonte primária para se informarem. Em segundo lugar, 40% dos inquiridos portugueses apontam as redes sociais como fonte de informação, seguindo-se as plataformas de notícias online (31%).
Estes números contrastam com a média da União Europeia (UE): entre os jovens europeus, dominam as redes sociais (42%), segue-se a televisão (39%) e, em terceiro lugar, surgem as plataformas online (26%). De realçar, que os jovens podiam escolher mais do que uma opção.
Em Portugal, a rede social na qual os jovens mais buscam por informação é o Instagram (56%), seguindo-se o Tik Tok (33%) e o YouTube (32%). Também os jovens europeus seguem esta tendência, embora os números divirjam ligeiramente.
Em Portugal, 35% dos jovens inquiridos consideram estarem “às vezes” expostos à desinformação. Quanto ao nível de confiança que demonstram relativamente à sua capacidade de reconhecer informação falsa, mais de metade (53%) assume uma posição cautelosa: dizem-se “um pouco” confiantes de que a conseguem reconhecer. Em relação à média da UE, a tendência é a mesma.
Quase metade dos jovens portugueses usa IA para estudar
No que toca ao uso de Inteligência Artificial (IA), mais de metade (62%) dos inquiridos portugueses afirmam ter usado este tipo de aplicações nos últimos 12 meses. À semelhança do que apontam outras notícias sobre o uso da Inteligência Artificial pelos jovens universitários, o Eurobarómetro aponta que quase metade dos jovens entre os 16 e os 30 anos (40%) diz utilizar IA enquanto estuda ou pesquisa. Por outro lado, 34% afirma usá-la para realizar tarefas no trabalho e 28% como auxílio nos trabalhos escolares. Também os jovens da UE seguem a mesma tendência.
Habitação deve ser prioridade da UE
Neste inquérito Eurobarómetro aos jovens, foram também colocadas questões sobre as prioridades da União Europeia (UE) para os próximos cinco anos. Quase metade dos jovens portugueses afirma acreditar que a UE deve centrar a sua atenção na habitação (42%). Já um terço dos inquiridos refere que a UE devia focar-se sobre o custo de vida e aumento dos preços (37%), assim como sobre a situação económica e a criação de emprego (35%).
Se os portugueses dão mais enfoque ao problema da habitação, já os jovens europeus consideram que o aumento do custo de vida e dos preços (40%) devia estar no topo das atenções da UE, e um terço aponta as alterações climáticas e o clima (33%) como prioridade, assim como a situação económica e a criação de emprego (31%).
Os jovens portugueses parecem mais satisfeitos com a existência da União Europeia e do seu modo de funcionamento (47%). Por sua vez, as opiniões dos jovens europeus estão divididas. Embora estejam a favor da existência da UE, 31% tem uma visão positiva do seu funcionamento atual, enquanto que 32% discorda do seu modo de organização.
No que toca à imagem dos jovens portugueses em relação ao Parlamento Europeu, mais de metade diz ter uma visão positiva acerca do mesmo, com um terço a apresentar uma visão “neutra”. As opiniões dos jovens europeus também estão divididas: alguns têm uma imagem “neutra” e outros positiva.
No geral, os jovens acreditam que Portugal beneficia em fazer parte da União Europeia, uma vez que contribui para o “aumento das oportunidades para os jovens estudarem, fazerem voluntariado, trabalharem e viajarem para o estrangeiro” (44%). Por outro lado, outros acreditam que fazer parte da UE ajuda a manter uma relação de cooperação com os outros Estados membros (30%), sendo também uma forma de fortalecer a segurança do país e de garantir a paz (30%). Além disso, promove o crescimento económico e ajuda a criar mais oportunidades de emprego (29%). Também a visão dos jovens europeus segue a mesma tendência.
O inquérito, que envolveu cerca de 25 mil jovens europeus – mil dos quais portugueses – está disponível no site oficial do Parlamento Europeu, assim como os dados referentes a Portugal.
Editado por Filipa Silva