País aparece também como o segundo maior importador. Brasil é o maior parceiro em compras e vendas. Inglaterra é o maior gastador. Dados constam do Relatório Global de Transferências da FIFA 2024.

 

Evanilson, ex-FC Porto, protagonizou uma das transferências mais caras do ano passado no futebol português. Foto: FC Porto/Facebook

Portugal está entre os países que mais negoceiam jogadores de futebol no planeta. Tanto em compras, quanto em vendas, o país figura no top-5 do mundo em quantidade de transferências internacionais, de acordo com o Relatório Global de Transferências da FIFA de 2024. O país também se destaca nas receitas com vendas (3.º), mas demonstra um baixo poder de compra, ao ocupar apenas a oitava posição entre os mais gastadores.

O relatório da FIFA leva em consideração transferências de jogadores de todas as nacionalidades com contrato com um clube de um país e que se transferiram para outro clube num país estrangeiro, através de qualquer modalidade de negócio (transferência definitiva, empréstimo, retorno de empréstimo ou agente livre). No estudo não são levadas em consideração transferências entre clubes do mesmo país.

Exportador de craques

O país que mais negoceia jogadores com o exterior é, de longe, o Brasil. Tanto em compras quanto em vendas, o país lidera a lista. No último ano, foram 1.102 atletas que ingressaram num clube brasileiro vindos de fora do país, acima de Portugal (767), Inglaterra (745), Espanha (602) e Argentina (552) a fechar o top-5.

Já em saídas para o exterior, Portugal cai duas posições, sendo apenas quarto. Os líderes no assunto são Brasil (1.113), Inglaterra (908), Espanha (783), e só depois Portugal (764). Apesar disso, está à frente de países considerados grandes produtores de jogadores, como a Argentina (763), França (711), Itália (603) e Alemanha (548).

Os grandes gastadores

Apesar de estarem na liderança em quantidade de jogadores recebidos do estrangeiro, nem Brasil, nem Portugal possuem número expressivos em relação ao valor total gasto com transferências. Enquanto os brasileiros figuram apenas no sétimo lugar, com a importância 353 milhões de dólares gastos (perto de 340 milhões de euros), os portugueses são oitavos, com 310 milhões de dólares (à volta de 295 milhões de euros). À frente dos dois, em sexto lugar, o novo grande investidor do futebol mundial: a Arábia Saudita.

Com vista ao projeto de fortalecimento da sua liga, os sauditas gastaram quase 465 milhões de dólares em jogadores. Moussa Diaby (63 milhões), Ivan Toney (42 milhões) e Marcos Leonardo (42 milhões) são alguns dos 318 nomes contratados em 2024. Apesar do alto valor apresentado, o número representa menos da metade do que foi gasto pelos clubes sauditas no ano anterior (970 milhões de dólares).

Em contrapartida, os árabes não conseguiram fazer vendas com bons valores e arrecadaram apenas 28 milhões de dólares em 265 negociações (ainda assim, o maior valor nos cinco anos de estudo). Este resultado manteve os sauditas (33.º) atrás de países como Jamaica (32.º), Bulgária (31.º) e Hungria (30.º).

Já o país que mais gastou foi, certamente, a Inglaterra. São 1.800 milhões de dólares na compra de jogadores que atuavam fora do país, quase o dobro do que gastou a França (995 milhões), que é segunda. Apesar do expressivo resultado inglês, esse não é o maior número de sempre. Em 2023, os clubes ingleses desembolsaram 2.970 milhões em contratações internacionais. Pode-se dizer que os britânicos “ditam” o ritmo do mercado de transferências, visto que, em média, esão responsáveis por gastar entre 22 e 34% do valor total de cada ano analisado.

 

 

Entre os países que mais ganham com vendas, os britânicos também estão na liderança com larga vantagem. Só na última época foram 1.340 milhões de dólares em vendas.

Em seguida, mas ainda muito distante, a França, com 868 milhões. Em terceiro, Portugal, com significativos 672 milhões, pouco mais do que a Espanha, que arrecadou 651 milhões. A fechar o top-5, o país que mais movimentou jogadores, o Brasil, com 592 milhões de receitas.

 

 

Portugal fechou 2024 com o maior valor em vendas em cinco anos. No ano anterior, tinha arrecadado apenas 522 milhões. Os números foram impulsionados por grandes vendas como a de João Neves (63 milhões de dólares, do Benfica para o PSG), Marcos Leonardo (42 milhões, do Benfica para o Al-Hilal) e Evanílson (38 milhões de dólares fixos, do FC Porto, para o Bournemouth).

Uma boa parceria

O relatório também mostra os maiores parceiros comerciais de cada país. Ou seja, com que países os clubes de determinada nação mais negoceiam jogadores. Em relação a Portugal, a resposta tanto para compras quanto para vendas é uma só: o Brasil, e com larga vantagem. Foram 262 os jogadores que saíram do Brasil e assinaram com um clube português e foram 223 os que fizeram caminho inverso. O segundo país que mais negociou com Portugal, tanto em entradas quanto em saídas, foi a Espanha, com 62 e 38 transferências, respetivamente.

A seguir, entre os principais países que recebem jogadores de clubes portugueses, estão países com ligas secundárias, como Turquia e Chipre (23) e Roménia (19). Já entre os países que mais mandam jogadores para Portugal, o top-5 é completado por países mais tradicionais no futebol, como França (41), Inglaterra (25) e Grécia (20).

Editado por Filipa Silva