Depois da vitória diante do Santa Clara, os axadrezados não conseguiram dar continuidade a essa tendência. Apesar da derrota, o treinador do Boavista, Lito Vidigal, destacou a atitude dos seus jogadores e continua a acreditar na permanência.
Boavista começou na frente do marcador, mas saiu derrotado do Bessa pelo Vitória. Foto: Boavista FC/Facebook
O Vitória SC foi ao Bessa, neste domingo (9), fazer uma reviravolta no marcador, vencendo por 1-2 o Boavista. O autor do único golo axadrezado foi Van Ginkel, através de uma grande penalidade marcada no final da primeira parte. Aos 50 minutos, um autogolo de Vukotic deu aos visitantes o mote para a reviravolta, que seria consumada também a partir da marca dos onze metros: Tiago Silva fez o segundo para o Vitória, aos 76 minutos.
Os axadrezados, com esta derrota, permanecem na última posição do campeonato com 15 pontos, complicando o objetivo de manutenção na Primeira Liga. Para o Vitória, a conquista dos três pontos permitiu à equipa comandada por Luís Freire subir ao sexto lugar, após o desaire do Casa Pia frente ao Sporting.
O jogo ficou ainda marcado por uma interrupção, ao minuto 37. O guarda-redes vitoriano, Bruno Varela, queixou-se de insultos racistas por parte da claque do Boavista, fazendo com que o jogo fosse interrompido momentaneamente. Os ânimos acabaram por serenar, e das bancadas chegou apoio ao guarda-redes do Vitória.
Lito Vidigal, para este encontro, promoveu três alterações face ao jogo com o Santa Clara, com as saídas de Boženík, Koné e Joel Silva e as entradas de Vitória, Ariyibi e Diaby. Já o Vitória, orientado por Luís Freire, apresentou seis alterações face ao onze do empate contra o Bétis: saídas de Villanueva, Hevertton, Tiago Silva, Nuno Santos, Embaló e Nelson Oliveira para as entradas de Relvas, Miguel Maga, Samu, Felix, Arcanjo e Dieu.
Num jogo que fica marcado pela supremacia do Vitória, o Boavista apostou sobretudo no contra-ataque, o que se traduziu em poucas ocasiões de perigo para os axadrezados. Por outro lado, o Vitória foi pressionante, esteve à procura do golo e controlou sempre o jogo.
Fases do jogo
O Vitória, logo desde cedo, tentou impor o seu ritmo e ditar o que iria ser o jogo. Foi ao minuto 5 a primeira grande ocasião: jogada construída a partir do corredor esquerdo, com Samu a deixar para o meio, onde, à entrada da área, João Mendes apareceu para rematar com perigo à baliza de Vaclik.
João Mendes esteve em evidência novamente ao minuto 29, com um remate de fora da área que levou o guarda-redes axadrezado a uma defesa apertada.
Só se via Vitória e, ao minuto 33, Maga quase chegou ao golo. Após passe de Handel, rematou forte no corredor direito e obrigou Vaclik a sacudir com os punhos para fora.
Aos 42 minutos, houve uma jogada construída pelo corredor esquerdo, com Felix a deixar para Samu que, dentro da área, com um remate cruzado, proporcionou a Vaclik uma tremenda defesa.
Via-se mais Vitória, mas foi o Boavista quem chegou primeiro ao golo. Jogada a partir do corredor esquerdo, Diaby ganhou nas alturas e cabeceou à baliza, mas Varela fez uma excelente intervenção. Na disputa do ressalto, o lateral João Mendes cometeu falta sobre Vukotic. Van Ginkel não perdoou na marca do penálti: bola para um lado, guarda-redes para o outro, e estava feito o primeiro do jogo.
Logo no começo da segunda parte, era o Vitória quem procurava a “remontada”. Um bom adianto foi dado, aos 50 minutos, com a chegada ao empate. Uma jogada no corredor direito resultou num cruzamento que acabou por ser desviado por Vukotic para dentro da própria baliza.
O Boavista procurava responder ao mau começo, através de uma jogada construída a partir do corredor direito. Sidoine quase fez o segundo, mas valeu o corte de Arcanjo para evitar males maiores.
Ao minuto 76, Felix entrou na área e Lystov cometeu falta. O Vitória ganhava, assim, a oportunidade de passar para a frente no marcador com novo penálti, desta vez a favor dos visitantes. Tiago Silva foi chamado a converter e fez o segundo dos conquistadores. Vaclik ainda adivinhou o lado, mas não conseguiu impedir o golo.
Ao minuto 92, o Vitória teve oportunidade de “matar” a partida: após perda de bola do Boavista, os conquistadores lançaram um rápido contra-ataque, mas Embalo não conseguiu finalizar com sucesso.
O encontro terminou com a vitória do Guimarães, que assim ascendeu ao sexto lugar do campeonato. Um balde de água fria para o Boavista que, depois de ter conseguido há uma semana a primeira vitória deste ano, voltou às derrotas, complicando a desesperada luta pela permanência no principal escalão do futebol português. À 25.ª jornada, tem 15 pontos. A linha de água já está a oito pontos de distância.
Reações ao jogo
Na conferência de imprensa, Lito Vidigal mostrou-se satisfeito com a atitude e entrega dos jogadores, e afirmou que cada vez mais o grupo está a crescer: “Tenho de enaltecer a atitude dos jogadores. Quiserem muito ganhar. Dei-lhes os parabéns e disse-lhes que tinha muito orgulho de trabalhar com eles. Estamos a crescer exponencialmente”, afirmou.
O técnico, que lidera o atua “lanterna vermelha” do campeonato, mantém a confiança na permanência: “a equipa cresceu muito. Estamos mais fortes, mais capazes, mais próximos de vencer”, disse Vidigal aos jornalistas, considerando que a equipa teve “alguma infelicidade na forma como sofreu os golos”.
Do lado dos visitantes, Luís Freire mostrou-se agradado com a exibição da equipa, mas referiu que existem coisas a melhorar nos próximos jogos: “Fizemos uma boa primeira parte, mas com pouca assertividade no último terço”, declarou o técnico para quem “a chave do triunfo foi a força do grupo e a energia dos jogadores.”
O próximo jogo do Boavista está marcado para domingo (16), em Moreira de Cónegos, frente ao Moreirense, num jogo a contar para 26.ª jornada da Primeira Liga. Já o Vitória SC, irá defrontar o Bétis quinta-feira (13), num jogo a contar para a Liga Conferência.
Editado por Filipa Silva