A dois meses do país voltar às urnas, o JPN falou com os partidos com assento parlamentar para saber em que pé estão os respetivos programas eleitorais para as eleições antecipadas de 18 de maio.
Com eleições marcadas para 18 de maio, os partidos têm cerca de dois meses para trabalharem os programas eleitorais que vão apresentar aos portugueses. Dado o curto espaço de tempo que falta até à ida às urnas, não é por isso de estranhar que os programas apresentados nas últimas legislativas, de março de 2024, sirvam de base às propostas. Apesar do foco estar para já no fecho das listas de candidatos, há já partidos a discutirem o programa eleitoral.
No PSD, já há um calendário interno, com todos os procedimentos obrigatórios, entre eles, a apresentação da lista de candidatos a deputados e da programação eleitoral. Em entrevista ao JPN, o deputado Francisco Lopes, eleito pelo Porto, diz que o partido liderado por Luís Montenegro ainda não se reuniu para debater o programa eleitoral, o que estava previsto acontecer, possivelmente, durante esta semana.
Do lado dos socialistas, segunda força mais votada nas Legislativas do ano passado, o secretário-geral do partido, Pedro Nuno Santos, disse, em entrevista à RTP, que o programa que o PS sufragou em 2024, vai sofrer uma “atualização” com novas propostas. O líder do PS afirmou que a economia, saúde e habitação vão ser as prioridades desta campanha eleitoral.
À direita, Rui Afonso, do Chega, avançou ao JPN que o partido de André Ventura iniciou na segunda-feira (17) reuniões para debater o programa eleitoral que apresentou em 2024. Rui Afonso, um dos 50 deputados eleitos nas últimas eleições, adiantou que o Chega está a realizar alterações no que toca à parte da fiscalidade. “Vai ser muito mais completa do que tínhamos em 2024”, afirmou o deputado.
A Iniciativa Liberal confirmou ao JPN que já deu início à revisão do programa eleitoral apresentado em 2024. Fonte oficial do partido adiantou que o Conselho Nacional da Iniciativa Liberal vai realizar-se a 30 de março, em Braga, onde será realizada a deliberação das listas candidatas às eleições, bem como, a visão do partido para os portugueses.
As principais medidas defendidas no programa eleitoral não vão ser alteradas. Segundo a mesma fonte, “não existiram mudanças profundas no país que justifiquem uma atualização” no programa eleitoral. Contudo, o partido já começou a fazer algumas “afinações” face às alterações que o mundo enfrentou neste último ano, garantiu.
À esquerda, o deputado José Soeiro do Bloco de Esquerda explicou que para já o programa eleitoral ainda não está a ser discutido, nem avançou uma data ao JPN. No entanto, o partido de Mariana Mortágua já tem reunião marcada para decidir sobre as lista dos candidatos que vai apresentar para estas eleições.
O PCP também já está em reuniões para debater o programa eleitoral. Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, avançou que estão a trabalhar as medidas relacionadas com a saúde, fiscalização e investimento público. À semelhança dos outros partidos, os comunistas vão “assumir, no fundamental, o programa eleitoral” que levaram às últimas eleições.
Vasco Cardoso também adiantou que os cabeças de lista do partido pelos diferentes círculos eleitorais vão ser divulgados até ao dia 26 de março.
O JPN tentou contactar o PAN e o Livre, mas não obteve resposta em tempo útil.