Patrícia Silva começou a prova nas últimas posições, mas, nos últimos 100 metros, conseguiu alcançar a medalha de bronze por apenas uma centésima de segundo, em relação à quarta classificada.

Patrícia Silva, atleta do Sporting, conquista medalha de bronze nos Campeonatos Mundiais de Pista Coberta. Foto: Federação Portuguesa de Atletismo

Patrícia Silva conquistou, este domingo (23), a medalha de bronze na prova de 800 metros dos Mundiais de Pista Coberta, que decorreram em Nanjing, na China. A atleta do Sporting com 25 anos fez história ao terminar a prova com um tempo de 1:59.80, estabelecendo um novo recorde nacional em pista coberta. A conquista já lhe pertencia desde fevereiro, quando ultrapassou a marca de Carla Sacramento, ao fazer 2:00.79 no Campeonato Nacional de Clubes, realizado em Pombal.

Na reta final dos Mundiais de Pista Coberta, a atleta natural do Cartaxo demonstrou grande capacidade de luta, tendo superado a polaca Anna Wielgosz, que terminou em quinto lugar, e a suíça Audrey Werro, que ficou em quarto. A atleta portuguesa foi apenas ultrapassada pela sul-africana Prudence Sekgodiso, que venceu com um tempo de 1:58.40, e pela etíope Nigist Getachew, que ficou com a medalha de prata, ao registar 1:59.63.

A conquista aconteceu após a participação de Patrícia Silva nos Europeus de Pista Coberta, em Apeldoorn, nos Países Baixos, onde ficou em sétimo lugar nos 1.500 metros, feitos em 4:09.97. A atleta manteve-se focada e teve um desempenho em Nanjing que chamou à atenção, tendo recuperado nos últimos 100 metros. Com este terceiro lugar, Patrícia Silva conquistou a 17.ª medalha para Portugal nos Campeonatos Mundiais “Indoor”, a única que o país trouxe desta competição em 2025.

Filha dos ex-atletas Rui Silva e Susana Cabral, e também neta do ex-atleta Carlos Cabral, Patrícia Silva relembrou a força e a determinação que caracterizam os atletas da família. O pai também deixou uma marca no atletismo, ao conquistar o bronze nos Jogos Olímpicos de 2004. Rui Silva sagrou-se ainda campeão mundial em Lisboa, em 2001, e conquistou três títulos europeus, em 1998, 2002 e 2009.

A atleta dedicou a medalha à avó, Maria do Rosário, que já faleceu, relembrando o apoio que recebia dela: “era uma das minhas maiores adeptas. Foi um ano muito difícil a nível mental. Acredito muito em mim e penso que ela foi uma das pessoas que me ensinou isso e que me fez saber que posso ser tão boa como as outras. Por tudo isso, isto é para ela“.

Além da conquista de Patrícia Silva, Isaac Nader voltou a alcançar o quarto lugar nos 1.500 metros, tal como em Glasgow, na Escócia, com um tempo de 3:39.58, numa prova vencida pelo norueguês Jakob Ingebrigtsen, que somou o segundo ouro após a vitória nos 3.000 metros. No setor feminino, Salomé Afonso repetiu a oitava posição do ano passado na prova dos 1.500 metros, que realizou em 4:07.67. Já no salto em comprimento, Gerson Baldé foi o oitavo classificado, alcançando a marca de 8,03 metros.

Editado por Filipa Silva