A primeira longa-metragem do criador da série "Pôr do Sol", Manuel Pureza, estreou nos cinemas nacionais no dia 13 de março. O JPN falou com o realizador.

O mais recente filme de Manuel Pureza estreou dia 13 de março. Foto: "Os Infanticidas"

Estreada como peça de teatro em 2017, na Comuna, a história de “Os Infanticidas”, de Luís Lobão, é agora transportada do palco para o grande ecrã pela visão do realizador Manuel Pureza.

A narrativa prende-se com a história de dois amigos que, na juventude, decidem fazer uma promessa inusitada: não crescer. As duas personagens principais combinam que, se crescerem, o melhor é terminarem com as próprias vidas. Com o avanço da idade e as vicissitudes da vida adulta, esta promessa ganha novas proporções na vida dos dois homens.

Manuel Pureza, o realizador do filme que chegou às salas nacionais a 13 de março, assume que a obra lhe é “muito cara”. Além da “amizade” que tem pelos atores, o realizador conta ao JPN que aquilo que o levou a fazer o filme foi o “espanto” que a peça original lhe causou quando a viu.

O criador da série “Pôr do Sol” afirma que era importante “avaliar a condição humana, o envelhecer, a morte a aproximar-se”, tudo inerente à “arte” de crescer.

Além de “falar sobre amizade, crescer e comprometer”, a intenção de fazer “Os Infanticidas” passa por “perceber se o cinema pode ser mais que uma narrativa, com princípio, meio e fim, em que as imagens se articulam com a palavra, de maneira consequente”. O desafio era “perceber se as palavras do texto (da peça) ganham mais com a imagem e o som”, naturais de uma obra cinematográfica.

“Tenho 41 anos, mas ainda acho que tenho 21”, confessa Manuel Pureza. O realizador defende que “a vida separa-nos, dos amigos, dos nossos sonhos, das ambições” e por isso “é uma inevitabilidade” pensar no tema deste filme.

O “medo de crescer” é real e leva a que, na visão do realizador, “a sociedade tenha um pensamento infantil”.

Luís Lobão assina o argumento do filme e também desempenha um dos papéis principais, ao lado de João Vicente. O restante elenco conta com Anna Leppänen, Joana Campelo, Raquel Tillo, Alexandre Carvalho e Lialzio de Almeida.

Editado por Filipa Silva