Apresentação da nova chancela editorial da livraria e do primeiro volume de uma coleção que homeageia a cidade do Porto e Portugal junta Ana Neiva, Germano Silva, Pedro Abrunhosa e Rui Paula numa conversa sobre a alma da cidade.
“Porto” é o nome do primeiro volume da coleção publicada pela nova chancela editorial Livraria Lello Curates. Foto: site Livraria Lello
A Livraria Lello Curates, uma nova chancela editorial, é lançada esta sexta-feira (11), às 21h00, na icónica livraria portuense. A sessão vai reunir Ana Neiva, Germano Silva, Pedro Abrunhosa e Rui Paula, quatro referências da cultura e identidade do Porto, numa conversa intitulada “Porto, Poema de Granito”, moderada por Jorge Sobrado, responsável pela Cultura na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Norte.
Rui Moreira, Presidente da Câmara do Porto vai também marcar presença no evento para celebrar um protocolo de colaboração do município com a Livraria Lello, que passa a integrar o programa Cartão Porto, garantindo entrada prioritária no espaço a todos os munícipes portadores do cartão.
A nova chancela apresenta uma coleção que se estreia com uma homenagem à Invicta, sendo “Porto” o nome da primeira publicação. O volume de arranque é dedicado à cidade, percorrendo-a ao longo de um dia que se divide em “três tempos essenciais: o trabalho, o passeio e a celebração“.
Cada capítulo do livro é aberto por uma expressão idiomática portuense, como “Vergar a mola”, “Andar no laréu” e “Ir p’rá gandaia”. A Lello define que o primeiro volume “mais do que um guia, trata-se de uma curadoria sensorial construída a partir de fotografias autorais, ilustrações originais e textos evocativos“. “A cidade é abordada com tempo e com detalhe — como quem lê devagar”, sintetiza.
Em nome da livraria, Francisca Pedro Pinto, da Direção de Marca, explica, também na nota de imprensa, a origem da nova coleção: “nasce da vontade de editar Portugal como o sentimos. Curar é cuidar e editar é eternizar. Olhar para Portugal como quem lê poesia“, uma vez que “o património não é passado, é uma linguagem viva, feita de matéria, memória e emoção”.
“Na Livraria Lello, acreditamos que as cidades, como os livros, se leem. O Porto é o nosso primeiro poema”, acrescenta a responsável.
A coleção “propõe uma leitura curatorial e sensível do território“, enquanto une património material e imaterial, tradição e contemporaneidade. Ainda este ano, vão ser acrescentados mais dois volumes à coleção Livraria Lello Curates, um dedicado à gastronomia e outro a Portugal.
Como habitual, as montras da Lello transmitem para o exterior o que se passa lá dentro e, através de duas instalações criadas pelo estúdio italiano Happycentro, a livraria “convida à contemplação e à descoberta – entre o analógico e o digital, entre o impulso e a memória“.
As ilustrações presentes nos livros e nas montras foram concebidas para o efeito e “incorporam símbolos afetivos do imaginário portuense“, como as camélias, as francesinhas, os azulejos, os martelos de São João, o alho-porro, a Ponte Luiz I e a icónica escadaria da Lello.
No interior da livraria está também exposta uma peça interativa concebida pelo mesmo estúdio: uma pequena máquina analógica, feita com madeira e impressão 3D, que convida quem visita a rodar uma manivela. Uma sequência de imagens em papel desenrola-se a cada volta, como acontece nos folioscópios – blocos ou pequenos livros com desenhos organizados sequencialmente, que, quando folheados rapidamente, suscitam a impressão de uma sequência de animação. A peça evoca, assim, um gesto impresso no próprio livro, que tem uma gaivota a levantar voo no canto inferior das páginas.
Editado por Filipa Silva