Estação da Linha de Alta Velocidade planeada para Santo Ovídio vai passar a ser em São Caetano, Vilar do Paraíso. Projeto inclui uma ponte ferroviária, exclusiva para o TGV, e outra para uso rodoviário.

De acordo com a proposta do consórcio LusoLav, serão necessárias afinal duas pontes em vez de uma. Foto: D.R.

A futura estação da Linha Ferroviária de Alta Velocidade (LAV) em Vila Nova de Gaia vai ser construída em São Caetano, Vilar do Paraíso, e não em Santo Ovídio, como estava inicialmente previsto. A proposta de alteração do traçado foi aprovada esta quarta-feira (10), numa reunião extraordinária de executivo da Câmara Municipal de Gaia.

A nova estação vai ficar localizada na zona de São Caetano, dois quilómetros a sul de Santo Ovídio, delimitada pela Rua de Junqueira de Cima, a norte, pela Rua e pela Travessa do Guardal de Cima, a sul, e a Travessa de Belo Horizonte, do lado nascente. A relocalização pode obrigar a repensar a ligação ao Metro do Porto, uma vez que, para já, o traçado prevê ligar o TGV diretamente ao metro, com base na localização original, próxima da Estação de Santo Ovídio, da Linha Amarela.

O consórcio defende que a nova localização da estação representa uma mais-valia. A proposta destaca a maior acessibilidade rodoviária do local, por estar equidistante da A1, do lado nascente, do IC1, a poente, e da A29, a sul. A estação também deverá criar uma “centralidade” urbana em São Caetano e contribuir para o descongestionamento da estação de Santo Ovídio. O consórcio sublinhou ainda que a nova proposta implica menor construção subterrânea, o que facilita a execução da obra e comporta benefícios a nível da segurança, eficiência energética e viabilidade técnica.

Além da mudança de localização da estação, o novo projeto propõe também a construção de duas novas pontes sobre o rio Douro: uma ferroviária, exclusiva para a linha de alta velocidade, situada numa cota elevada; e outra rodoviária, numa cota inferior, que liga Oliveira do Douro à marginal do Porto. Esta solução pode substituir o plano inicial da Infraestruturas de Portugal (IP), que previa a construção de uma única ponte rodoferroviária.

Relativamente às pontes, o consórcio defende que a separação entre as pontes ferroviária e a rodoviária permite reduzir os riscos de financiamento e de incumprimento de prazos, para além criar uma distinção entre as futuras responsabilidades de manutenção de cada uma das infraestruturas.

A proposta foi apresentada pelo consórcio LusoLav, responsável pela execução do projeto, e foi aprovada pelo executivo da Câmara de Gaia, com os votos favoráveis da maioria socialista. O PSD votou contra, apontando preocupações com o impacto da nova localização e a falta de discussão pública.

Os custos da intervenção são divididos entre o consórcio, a quem está entregue a quase totalidade da obra, e a Metro do Porto, encarregue da instalação da linha e dos equipamentos associados.

De acordo com o calendário previsto pela Infraestruturas de Portugal (IP), a construção da LAV devem ter início em janeiro de 2026, estando o começo do funcionamento apontado para 2028.

Editado por Filipa Silva