A Universidade do Porto formalizou o compromisso com a responsabilidade social ao assinar a “Carta de Intenção” da Rede de Voluntariado, Inclusão e Responsabilidade Social (Revires), que visa construir um campus mais inclusivo e solidário. A coordenadora do Núcleo U.Porto Solidária da Revires, Maria Clara Martins, explicou ao JPN quais os maiores desafios na concretização dos objetivos da carta.
A Revires envolve representantes das várias unidades orgânicas da U.Porto. Foto: DR
Com o objetivo de construir uma academia mais inclusiva e solidária, as 14 faculdades da Universidade do Porto e os Serviços de Ação Social (SASUP) assinaram, em fevereiro, a “Carta de Intenção” da Rede de Voluntariado, Inclusão e Responsabilidade Social da Universidade do Porto (Revires).
A Revires nasceu em novembro de 2022, por iniciativa do Núcleo U.Porto Solidário, e é o resultado do trabalho realizado pelo Grupo de Voluntariado Inclusivo.
Maria Clara Martins, coordenadora do Núcleo U.Porto Solidário da Revires, explicou ao JPN que o projeto ambiciona a “construção de um campus socialmente responsável, abrangendo um compromisso mais amplo com a responsabilidade social universitária”.
A “Carta de Intenção” vai entrar em vigor no ano letivo 2025/2026 e formaliza o trabalho desenvolvido pela Revires ao longo de 2023 e 2024, em consonância com as orientações do Livro Verde sobre Responsabilidade Social e Instituições de Ensino Superior.
Com esta assinatura, todas as unidades orgânicas da Universidade do Porto assumem o compromisso de formar cidadãos socialmente responsáveis, capazes de aplicar o seu conhecimento em benefício da sociedade.
Entre as iniciativas destacadas está a criação de uma nova unidade curricular (UC) transversal intitulada de “Formação em Responsabilidade Social” que vai ser “semestral e transversal a toda a Universidade, incluída no catálogo das competências transversais da Universidade do Porto, e vai ser oferecida a todos os estudantes da Universidade do Porto, no próximo ano letivo”.
A UC vai ser lecionada na Faculdade de Medicina Dentária (FMDUP), que foi a unidade orgânica proponente da formação, mas com a colaboração de docentes de outras faculdades.
A UC vai abranger temas como ética, sustentabilidade, inclusão, igualdade de género, direitos humanos, voluntariado, empreendedorismo e inovação social, cidadania e responsabilidade social. Para além da componente teórica, os estudantes vão poder envolver-se em experiências práticas de voluntariado em instituições parceiras da universidade e participar no planeamento e gestão de projetos sociais.
A estratégia da Revires inclui o reforço de parcerias com universidades nacionais e internacionais, de forma a promover a troca de boas práticas em voluntariado inclusivo.
Outros objetivos passam pela dinamização do voluntariado corporativo com empresas e organizações parceiras, pela valorização das atividades sociais através do Portal de Voluntariado e da plataforma de Gestão de Voluntariado da Universidade do Porto e pela proposta de regulamentação do voluntariado em horário laboral para docentes e pessoal técnico, especialista e de gestão (TEG).
Segundo Maria Clara Martins os maiores desafios são encontrar “uma visão de campus mais ampla do que a tradicionalmente associada às infraestruturas e características físicas do espaço ocupado pelas IES, a valorização do envolvimento de todos os membros da comunidade académica e a integração das preocupações de responsabilidade social de forma transversal na sua atuação, particularmente na sua vertente interna”.
Com a sua expansão, a Revires ambiciona consolidar-se como uma marca de referência na Universidade do Porto, promover a igualdade, a inclusão e o compromisso social entre toda a comunidade académica.
Editado por Filipa Silva