Numa entrevista feita ao jornal "Público" na edição desta quinta-feira (17), o ministro da Educação afirmou ter intenções de aumentar as bolsas mínimas para os alunos universitários e de atualizar o valor das propinas de acordo com a inflação.
Ministro da Educação diz estar disponível para um novo mandato. República Portuguesa
O ministro da Educação, Ciência e Inovação deu uma entrevista ao jornal “Público”, esta quinta-feira (17), e reforçou uma ideia que já tinha deixado no Parlamento em março: a intenção do Governo de aumentar a bolsa mínima. É nesse sentido que apontará o estudo anunciado em julho do ano passado pelo ministro sobre a ação social no ensino superior, o qual deve ficar concluído até ao final do mês de abril.
Fernando Alexandre afirmou que, atualmente, são 80 mil os estudantes do ensino superior que beneficiam da ação social, contudo, cerca de 70% desses alunos recebem a bolsa mínima, o que equivale a 870 euros. De acordo com o ministro, esta quantia, que corresponde a 125% do custo da propina, ainda é “um valor muito baixo”.
O membro do executivo de Luís Montenegro adiantou que o objetivo do estudo é conseguir “alinhar o rendimento das famílias com o custo do ensino superior” e que para isso “o primeiro passo é aumentar a bolsa mínima”, já no próximo ano letivo.
Além disso, Fernando Alexandre alertou para a necessidade de atualizar o valor das propinas, que em Portugal estão congeladas desde 2021, “de acordo com a inflação” do país.
Ainda no tópico das propinas, o ministro afirmou que “é preciso liberalizar a enorme oferta de mestrados que temos, que são competitivos a nível internacional e atraem estudantes de todo o mundo” e que, para tal, é essencial “descongelar as propinas dos mestrados”.
Sobre o fim do apoio dos EUA a projetos que tinham com universidades portuguesas, Fernando Alexandre elogiou a resposta das instituições: “Foi claro, quando receberam [o questionário], que não tinham de responder e que não aceitariam aquelas condições, o que mostra que, de facto, são autónomas e independentes, que é aquilo que deve acontecer num bom sistema universitário.”
Mais licenciaturas e mestrados na área da Educação
O ministro da Educação reforçou ao “Público” a importância de apostar na formação de futuros professores: “Penso que podemos alargar o leque de licenciaturas e mestrados que habilitam para a docência sem prejudicar a qualidade do ensino”.
Esta é uma das medidas do Plano + Aulas + Sucesso que tem como objetivo reforçar os profissionais na área da Educação. Embora tenha admitido que ainda não existe um número concreto para o aumento de professores, devido a afinações no sistema de informação, Fernando Alexandre fala em “mais de 6 mil professores” este ano letivo. Dentro deste número estão incluídos tanto os profissionais que regressaram ao sistema depois da reforma, como aqueles que vão dar aulas pela primeira vez.
Para além do reforço de docentes, o ministro de Educação prometeu ainda “duplicar o número de psicólogos com vínculo aos quadros das escolas” e garantiu que “tem havido um reforço ” na contratação de assistentes operacionais.
Editado por Filipa Silva