Morreu, esta segunda-feira (21), o Papa Francisco. Tinha 88 anos. O anúncio foi feito esta manhã pelo Vaticano, numa mensagem lida a partir da Capela de Santa Marta, pelo cardeal Kevin Farrell: “Queridos irmãos e irmãs, é com profunda tristeza que devo anunciar o falecimento do nosso Santo Padre Francisco”.
De acordo com a mesma nota, o Papa morreu pelas 7h35 locais, menos uma hora em Portugal Continental.
O Papa participou nas cerimónias de celebração da Páscoa, este domingo, na Praça de São Pedro, no Vaticano, tendo saudado a multidão presente para a Missa do Urbi et Orbi, mas o estado de saúde de Francisco era débil há algum tempo. O Papa foi internado em Roma a 14 de fevereiro por causa de uma bronquite que acabou por evoluir para uma pneumonia bilateral.
Saiu do hospital a 22 de março, mas era sabido que tinha pela frente uma longa jornada de recuperação, de prognóstico muito reservado, tendo em conta o histórico clínico e a idade avançada do Sumo Pontífice. Há vários anos que enfrentava problemas de saúde respiratória.
Nascido em Buenos Aires, capital da Argentina, em 1936, Jorge Mario Bergoglio era filho de imigrantes italianos. Diplomou-se como técnico químico, mas decidiu seguir a via do sacerdócio. O “Papa do Povo”, como ficou conhecido, era Bispo de Roma e chefe da Igreja Católica desde 13 de março de 2013.
Foi o primeiro Papa do hemisfério sul e o primeiro jesuíta a ser eleito para o cargo. Para a história fica um pontificado marcado pela proximidade junto dos fiéis e pela preocupação com os mais pobres e desfavorecidos. “O meu povo é pobre e eu sou um deles”, disse Francisco em várias ocasiões.
O Papa esteve em Portugal em duas ocasiões: em 2017, veio a Fátima, por altura do 13 de maio, para o centenário das aparições na Cova da Iria, em em 2023, para as Jornadas Mundiais da Juventude, que Portugal acolheu em agosto desse ano.
Seguem-se as cerimónias fúnebres, que duram nove dias seguidos. O Papa Francisco decidiu ser sepultado fora do Vaticano, numa capela da basílica de Santa Maria Maior e deixou também instruções para que as cerimónias sejam mais simples do que o protocolo oficial.
O sucessor do Papa Francisco vai ser escolhido pelo Colégio dos Cardeais que vão reunir num conclave, cuja data está ainda por definir, mas que deve ocorrer 15 dias depois da morte do papa. A igreja católica tem, atualmente, 252 cardeais, mas só 138 serão elegíveis para o conclave, por terem menos de 80 anos.