Vaticano anunciou que o funeral do Papa Francisco vai decorrer na manhã de sábado, a partir das 09h00 (hora de Lisboa). Cerimónia decorre na Praça de São Pedro e, no final, o caixão será levado para a Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, onde será sepultado.
Papa vai ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Foto: Vatican News/Twitter
O funeral do Papa Francisco, falecido esta segunda-feira aos 88 anos, vai ser celebrada no sábado, a partir das 09h00 (hora de Portugal Continental), anunciou esta terça-feira (22) o Vaticano.
As cerimónias vão decorrer em frente à Basílica de São Pedro e vão ser presididas pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício. Será concelebrada por patriarcas, cardeais, arcebispo, bispos e padres de todos o mundo. A eles juntar-se-ão centenas de milhares de fiéis.
No final da eucaristia, o caixão será levado para a Basílica de São Pedro e de lá para a Basílica de Santa Maria Maior para o sepultamento, cumprindo as indicações de Francisco.
Amanhã, quarta-feira (23), o caixão com o Santo Padre vai ser trasladado da Capela de Santa Marta, onde ainda se encontra, para a Basílica de São Pedro, a partir das 08h00 (de Portugal Continental).
Papa sofreu AVC
De acordo com uma nota oficial do Vaticano, o Santo Padre faleceu às primeiras horas da manhã de segunda-feira de Páscoa, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Francisco esteve em coma e sofreu um colapso cardíaco irreversível, segundo a certidão de óbito assinada pelo médico Andrea Arcangeli.
O comunicado faz ainda referência aos problemas de saúde anteriores do Papa, como o episódio de insuficiência respiratória aguda que levou ao seu internamento em fevereiro e que evoluiu para uma pneumonia bilateral. O Sumo Pontífice esteve internado 38 dias.
Cerimónia simplificada
Em 2024, o Papa Francisco assinou uma nova Ordem para o Funeral do Romano Pontífice que simplificou parcialmente o protocolo a seguir nas suas exéquias fúnebres, face ao aplicado no passado.
Após a confirmação do óbito, esta segunda-feira (21), o corpo foi vestido de vermelho e colocado num caixão único de madeira – no passado, o rito incluía três caixões – na capela privada do Papa, em Santa Marta.
Sobre o rosto foi colocado um véu de seda branca. No interior do caixão, foi depositada a mitra (chapéu papal), o pálio (manto) e sacos com moedas e medalhas cunhadas durante o pontificado de Francisco, bem como uma escritura com uma descrição resumida do seu papado.
O Papa escolheu ser sepultado fora do Vaticano, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, em razão da sua devoção a Nossa Senhora. Será o sexto Papa a ser sepultado nesta basílica, uma das quatro basílicas papais de Roma. Era um local de visita frequente de Francisco, que antes e depois das suas viagens internacionais ia ali rezar diante do ícone da Salus Populina Romani, a Protetora do Povo de Roma.
“Desejo que a minha última viagem terrena termine precisamente neste antigo santuário mariano, onde ia rezar no início e no fim de cada Viagem Apostólica, para confiar as minhas intenções à Mãe Imaculada e agradecer-Lhe o seu dócil e maternal cuidado”, escreveu Francisco no seu testamento, divulgado pela Santa Sé, nesta segunda-feira.
O Santo Padre deixou no mesmo documento expressa a vontade de que o seu túmulo fique entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza: “O túmulo deve estar na terra; simples, sem decoração particular e com a única inscrição: Francisco.”
Marcelo decreta três dias de luto
A morte do Papa Francisco foi lamentada por líderes políticos de todo o mundo. Em Portugal, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou ontem três dias de luto nacional, pela morte do Papa Francisco que recordou, numa declaração que leu ao país, no Palácio de Belém.
“Francisco descobriu Portugal e Fátima, que não conhecia, tarde na sua vida, em 2017, canonizando Francisco e Jacinta Marto, e aí iniciando uma intensa ligação, que, envolveu a canonização de Bartolomeu dos Mártires, e culminou na Jornada Mundial da Juventude, há menos de dois anos, momento inesquecível de presença portuguesa no mundo”, lembrou Marcelo.
“Desses e de outros encontros – em 2016, 2019, 2021 – guardarei, guardaremos, a humildade do Pároco nunca rendido às vestes do Bispo, do Cardeal, do Papa – simples, aberto, generoso, compreensivo, solidário”, “a mais corajosa voz, de entre os líderes espirituais dos últimos doze anos, na defesa da dignidade Humana, da Paz, da Justiça, da Liberdade, da Igualdade, da Fraternidade, do diálogo entre culturas e civilizações, da preferência pelos deserdados das periferias, pelos mais pobres, frágeis, sofredores, sacrificados, excluídos e explorados, rejeitados e esquecidos”, acrescentou o chefe de Estado português.