O Sporting CP goleou o Boavista por 5-0 e mantém a liderança na luta pelo bicampeonato. Gyökeres desencantou um 'poker' e Maxi Araújo foi o autor do único golo que não teve assinatura do avançado sueco.

Panteras perderam por cinco bolas a zero contra o líder na classificação da Liga. Foto: Facebook Boavista Futebol Clube

O Sporting CP venceu, este domingo (27), o Boavista por 5-0, no Estádio do Bessa. Com esta vitória, os leões mantêm-se na liderança do campeonato, com os mesmos pontos do vice-líder SL Benfica. Já o Boavista está no penúltimo lugar da tabela.

Os verdes e brancos tiveram uma exibição praticamente perfeita, que ficou marcada pelo ‘poker’ de Viktor Gyökeres. Os leões dominaram a partida do início ao fim, não tendo dado qualquer hipótese aos axadrezados de lutar por outro resultado que não uma vitória categórica da equipa de Alvalade.

Onzes iniciais

O Sporting CP queria sair da cidade Invicta a liderar o campeonato, após ter carimbado a passagem à final da Taça de Portugal a meio da semana, no jogo com o Rio Ave. Depois de uma vitória confortável por três bolas a uma, com ‘hat-trick’ de Gyökeres, em casa, frente ao Moreirense, na passada jornada, a equipa de Alvalade era obrigada a vencer para se manter na liderança, sabendo já da vitória do Benfica por 6-0 em casa, frente ao Aves SAD.

Rui Borges alterou o 3-4-3 dos leões. Pedro Gonçalves foi titular – mais de cinco meses depois da sua última titularidade no campeonato -, substituindo Geovany Quenda. Geny Catamo passou para o lugar mais à direita da linha de quatro, enquanto Pote ocupou a posição de extremo esquerdo. 

No lado axadrezado, Stuart Baxter também mexeu no onze, após vencer o Farense por 1-0, no Algarve. O capitão Seba Pérez, impedido de jogar por acumulação de cartões amarelos, deu o lugar a Moussa Koné no centro do campo, completando o onze da equipa do Bessa, que abandonou o 4-4-2 do último encontro e adotou um 5-4-1.

O Boavista tencionava aproveitar os recentes resultados positivos – duas vitórias nos três jogos antes deste – e pontuar frente ao líder, assegurando a permanência na Primeira Liga.

Antes do apito inicial, os mais de 18 mil adeptos que encheram as bancadas do Estádio do Bessa respeitaram um minuto de silêncio em memória do Papa Francisco, que faleceu na passada segunda-feira, aos 88 anos.

Leão esfomeado

O conjunto de Rui Borges entrou muito forte e logo ao segundo minuto teve a possibilidade de abrir o marcador. Pote combinou com Francisco Trincão, que disparou para uma bela intervenção de Vaclík.

A equipa de Alvalade continuou a pressionar alto no terreno e, ao sexto minuto, chegou à vantagem. Depois de alguma confusão na disputa de bola na área do Boavista, a bola sobrou para Maxi Araújo, que cruzou rasteiro para o suspeito do costume, Viktor Gyökeres, marcar o seu 36.º golo no campeonato.

O Boavista reagiu bem ao golo sofrido, tendo feito o lance mais perigoso da primeira parte ao minuto 11′, quando, após um pontapé de canto, Reisinho apareceu sozinho, mas cabeceou à barra. Logo no minuto seguinte, repetiu-se a jogada que deu o primeiro golo aos leões – Maxi cruzou pela esquerda e o sueco ainda arriscou um pontapé de bicicleta -, que o guardião checo dos axadrezados conseguiu defender.

O Sporting instalou-se no meio-campo do Boavista e foi à procura do segundo golo. Ao minuto 33, nota para uma bela jogada no lado direito do ataque sportinguista. Trincão, já dentro da área, arranjou espaço para cruzar para Gyökeres, que, de cabeça, atirou ao lado. Já no período de compensação, ninguém foi capaz de parar o goleador sueco que voltou a fazer das suas: a bola veio de Trincão pela esquerda e invadiu a grande área, aumentando a vantagem para 2-0.

Demolidor sueco

A segunda parte começou com trocas em ambos os conjuntos. No lado leonino, Pedro Gonçalves saiu e deu lugar a Geovany Quenda. Nos axadrezados, Moussa Koné e Marco van Ginkel saíram, tendo entrado Bozenik e Gregory Ariyibi, respetivamente.

Aos cinco minutos da segunda parte, Gyökeres fez o ‘hat-trick’, ao atirar por baixo das pernas de Vaclík, depois de um excelente passe em rutura de Trincão.

Ao minuto 57, o avançado sueco voltou a aparecer isolado e Vaclík defendeu num primeiro momento, mas a bola ficou à mercê de Maxi Araújo, que apenas teve de encostar para chegar ao 4-0.

Decorrida uma hora de jogo, Bozenik recebeu um cruzamento do lado direito boavisteiro e atirou de cabeça por cima da baliza de Rui Silva, que teve um dia bastante calmo.

Destaque para a entrada do japonês Morita, ao minuto 69, que foi substituir o médio sportinguista Hjulmand, de regresso aos jogos depois de ter estado mais de um mês lesionado.

O avançado sueco do Sporting teve oportunidade de fazer o ‘poker’ ao minuto 73, quando apareceu mais uma vez isolado perto da área, mas o guarda-redes axadrezado levou a melhor e impediu o quinto golo dos leões.

O jogo terminou da mesma forma que a primeira parte: com golo do Sporting. Mais uma excelente combinação entre Harder e Gyökeres, que estava sozinho e apenas encostou para o 5-0, o ‘poker’ do goleador. O sueco ultrapassou, desta forma, Salah na corrida para a Bota de Ouro.

No lado do Sporting CP, o destaque vai para o homem do jogo, Viktor Gyökeres. Já faltam palavras para descrever o avançado sueco. Está mais que pronto para outros voos e tem tudo para consolidar o seu estatuto como um dos melhores avançados no futebol mundial. No geral, foi uma vitória muito bem conseguida pelos leões, que criaram bastantes oportunidades e, em nenhum momento, perderam o controlo do jogo.

Já no Boavista, o único destaque foi do guarda-redes Vaclík. Sem muitas hipóteses de defesa nos golos sofridos, foi responsável por impedir que o resultado tivesse outros números, porque o Boavista poderia ter sofrido mais dois ou três golos. 

Uma noite infeliz, diz Baxter

Na sala de imprensa, o treinador do Boavista reconheceu que o “Sporting é um adversário forte” e que “esta não foi uma noite feliz”. Stuart Baxter admitiu ter gerido o onze “consoante o contexto, até pelas lesões” e pela ausência do capitão Seba Pérez. “Esta derrota deve ser colocada atrás das costas o quanto antes”, reiterou.

O técnico escocês assegurou ainda que a equipa vai encarar o próximo jogo como uma final. “Do or die”, foram as palavras utilizadas pelo treinador para descrever esta “final”: “matar ou morrer”.

Visivelmente satisfeito durante a conferência de imprensa, o técnico do Sporting CP rasgou elogios à equipa, afirmando que “esteve ligada do início ao fim, com uma energia fantástica” e que “faltam adjetivos para estes jogadores”. Rui Borges também não poupou palavras sobre Gyökeres: “As pessoas acham que digo isto por ser nosso avançado, mas é o melhor avançado da Europa”. Apesar da goleada de mão cheia, o treinador sportinguista defendeu que os verdes e brancos poderiam “ter feito muitos mais golos”, destacou.

Quando questionado sobre o ambiente à volta da equipa afirmou: “Quando nos rodeamos de gente que acredita em nós […], torna-se fácil e desafios tornam-se conquistas”, acrescentou.

Rui Borges enalteceu ainda o apoio dos adeptos leoninos: “O ambiente foi fantástico e acredito muito que fará toda a diferença no final da época”.

A história da 31.ª jornada ia fechar-se esta segunda-feira (28), mas o “apagão” que deixou Portugal, Espanha e regiões do sul de França sem luz durante horas adiou o encontro entre o Casa Pia e o Estoril Praia para as 20h30 desta terça-feira, no Estádio Municipal de Rio Maior.

Já com os jogos deste domingo encerrados, os leões seguem na liderança do campeonato, com os mesmos 75 pontos que o vice-líder Benfica. O Boavista está em penúltimo lugar na tabela, com 21 pontos, os mesmos que o último classificado, o Farense, e a 3 pontos do lugar de ‘play-off’ de descida de divisão, ocupado pelo Aves SAD.

Os próximos compromissos de ambas as equipas vão contar para a antepenúltima jornada do campeonato. O Boavista tem encontro marcado para o dia 5 de maio com o AFS, na Vila das Aves. O Sporting vai jogar em casa dia 4 de maio, frente ao Gil Vicente, no último encontro antes do dérbi decisivo com o Benfica.

Editado por Filipa Silva