A noite de terça-feira (06) da Queima das Fitas foi marcada por cartazes, risadas e comboios de finalistas e caloiros. A presença de Quim Barreiros e Rosinha marcou a noite mais cheia da Queima até agora.

Após uma tarde repleta de cor e alegria, com o cortejo académico nas ruas do Porto, a noite da Queima das Fitas atraiu mais público para os animados concertos de Rosinha e Quim Barreiros, fazendo desta a noite mais movimentada do evento até agora. Como é tradição, os estudantes entraram no espírito e apimentaram os concertos com cartazes feitos à mão, formação de “comboios” na plateia e muitas risadas.

Por volta das 22h25, a zona do palco ganhou vida aos poucos. Acompanhada de dançarinas e do seu clássico acordeão, Rosinha foi recebida com gritos pela plateia e com muita animação. A cantora aproveitou a noite para apresentar a sua nova música, “Ele Gosta do que Tenho no Meio das Pernas”, lançada este ano. O público seguiu a letra pelo ecrã gigante e acompanhou a coreografia, imitando as dançarinas de vestidos rodados e saltos altos. Contudo, os seus clássicos “Eu levo no Pacote” e “Eu chupo” foram as músicas que mais levaram o público a loucura.

“Bebam muito, festejem muito, celebrem muito e, quando tiverem um tempinho, estudem qualquer coisa” foi o conselho que Rosinha deixou aos estudantes no fim do seu concerto. A cantora pediu aos estudantes para que lhe dessem uma camisola da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), que estava a ser exibida pelos estudantes, e recebeu a peça antes da sua última sequência de músicas.

Após o concerto, em entrevista ao JPN, a artista revelou que a Queima das Fitas tem um lugar especial na sua lista de eventos: “Em todos os concertos, há sempre aquele nervosinho, até hoje. A Queima das Fitas do Porto é outro assunto. Não é aquele nervosinho na barriga, são aqueles nervos no corpo inteiro”, confessou.

Rosinha afirmou que os espetáculos começam relativamente vazios e, “após duas músicas, estava cheio até lá atrás”, referiu, para concluir: “Temos que dar tudo, vocês merecem”.

A cantora destacou que a sua personalidade fora dos palcos não é muito diferente da sua versão artística, sendo a maior diferença entre a Rosinha e Rosa Maria o estilo da indumentária: “A Rosa normalmente anda vestida de preto, com cores escuras, nunca de mini-saia. A Rosinha só veste cores vibrantes e saias curtas”. Relativamente ao sentido de humor e às brincadeiras no palco, a cantora portuguesa garante que não há no palco uma persona diferente da do dia a dia: “Não há diferença nenhuma. Eu não estudo brincadeiras para dizer em palco, não estudo piadas, porque eu sou assim”.

Como é também da praxe, Rosinha abriu o palco principal para o maior “veterano” da Queima, Quim Barreiros, sendo a relação de ambos marcada pela admiração mútua, e não por rivalidades: “Encontramo-nos há anos na Queima. Tenho sempre o prazer de dar um beijinho ao Quim Barreiros, que é uma pessoa que admiro bastante”, conta ao JPN. Os cantores dividem o palco e complementam-se, sendo as atrações mais tradicionais da Queima há muitos anos.

Quim Barreiros: 37 anos de Queima do Porto

Ao som de mugidos de vaca, pelas 23h45, o público começou a vibrar. Quim Barreiros subiu ao palco e trouxe consigo um convidado especial: o neto mais velho, Diogo, que este ano entrou na universidade. O artista mais veterano da Queima confessou ao público que esteve “18 anos” à espera deste momento: o de ver o neto a entrar na academia que o “avô babado” anima há já 37 anos.

Quim Barreiros entrou em palco com o neto Diogo, que este ano entrou para a academia. Foto: Beatriz Veloso/JPN

O concerto foi como todos esperavam: animado, com cantoria e comboios de finalistas. Quim pediu a colaboração da plateia para cantar uma música, “O Sarapanto”, lançada no ano passado, e o público não dececionou ao demonstrar a sua excitação. O artista afirmou que “em 50 e tal anos a fazer cantigas, [essa] é a mais verdadeira delas todas”. Os clássicos “A Garagem da Vizinha” e “A Cabritinha” também não faltaram. Num cartaz lia-se: “Quero ser tua vizinha”.

Durante o espetáculo, o cantor ainda convidou o público a dançar à moda antiga e recebeu, assim como Rosinha, uma camisola da plateia, mas neste caso da Faculdade de Desporto. Após alguns assobios, o artista declarou o seu amor pelo Porto com bom humor: “Há muitas t-shirts, mas a minha é do Futebol Clube do Porto”.

A festa continuou após os concertos principais, com muitos estudantes a dirigirem-se ao palco secundário, onde o funk e a música eletrónica tomaram conta da noite.

Esta quinta-feira, o hip hop domina o cartaz da Queima. Van Zee e Plutónio são os artistas principais da noite de quinta-feira (8).

Editado por Filipa Silva