Na quinta, 8 de maio, Plutónio dominou o palco principal da Queima das Fitas, iluminando a noite com uma performance vibrante e uma estátua sua com detalhes em dourado. No final, houve tempo para falar com o público sobre a Queima deste ano. As opiniões, como é tradição, dividem-se.

Com direito a uma grande estátua ao lado do palco, o espetáculo de Plutónio marcou o palco principal da noite de 8 de maio da Queima das Fitas do Porto. O artista luso-moçambicano tornou-se um dos artistas mais consistentes e requisitados do momento, tendo esgotado duas datas já este ano no Meo Arena 

A zona de palco esteve cheia do início ao fim,  com o público a cantar entusiasticamente êxitos como “1 de Abril” e “Alô” — este último, um tema de Dillaz com participação especial de Plutónio. As suas roupas criaram uma ilusão visual, refletindo as luzes do palco e produzindo um efeito quase alucinogénico, que intensificava a atmosfera do espetáculo. No ecrã, imagens de paisagens e fogo acompanhavam as músicas, tornando o seu concerto num verdadeiro espetáculo luminoso. O clima ameno e a boa temperatura ajudaram a criar o ambiente perfeito para a sua apresentação.

A estátua não falhou em representar o cantor: decorada com colares, anéis, relógio e pulseira em dourado, tornou-se um dos grandes destaques do espaço, atraindo os olhares de todos os presentes.

A última música apresentada foi “Cafeína”, que transformou a frente de palco numa coreografia coletiva de energia. O público saltou e dançou, aproveitando ao máximo o pequeno espaço que ainda restava ao seu redor.

A noite de quinta-feira contou ainda com a atuação de Xanow, vencedor do concurso de DJ promovido pela Federação Académica do Porto (FAP), e Van Zee, o jovem rapper madeirense, que contou também com uma plateia generosa. “Alma Nua”, um dos seus temas mais conhecidos, foi dos mais saudados pelo público do Porto.

Concerto de Van Zee. Foto: Beatriz Veloso/JPN

O melhor e o pior da Queima

No final do concerto, um grande fluxo de pessoas dirigiu-se às barracas, para aproveitar a confraternização tradicional daqueles espaços e as bebidas a preços acessíveis. O JPN aproveitou o momento para perguntar o que os estudantes estavam a achar da Queima das Fitas 2025. As respostas foram variadas e, de algum modo, extremas: algumas pessoas acreditam que esta edição foi uma das melhores, enquanto outros apontaram problemas que não existiam anteriormente.

“Tem sido a despedida que eu sempre sonhei, com as pessoas que eu sempre sonhei”, afirmou uma das finalistas entrevistadas. Desde a sua existência, a semana académica é uma ótima oportunidade para os finalistas comemorarem o seu último ano na universidade.

O JPN falou também com alguns estudantes estrangeiros que estavam a descobrir a Queima pela primeira vez. Os estudantes confessaram que não imaginavam que o Queimódromo concentrasse tanta gente nem tanta animação. Estes estudantes  – com origens no Brasil, Inglaterra e Grécia -, caracterizaram a Queima das Fitas como um local “divertido” e “acolhedor e hospitaleiro”.

Apesar disso, a limpeza do recinto e o valor dos bilhetes foi a reclamação recorrente: “Pior que o ano passado, mais caro. O chão está mais nojento. Sentimos menos limpeza. Os concertos começam muito cedo. As casas de banho estão muito boas, falta é lavatórios para lavar mãos”, comentou uma estudante de Economia, que não quis se identificar.

Outra aluna, que será finalista no ano que vem, preferia outro cartaz: “Eu sinto que a Queima está muito festival de música. Sinto que podia ter artistas mais funny, como o Chico da Tina ou o David Bruno”. A estudante afirmou que a presença de cantores como a Rosinha e Quim Barreiros garantem a diversão dos participantes, e que este fator é mais importante do que o peso dos artistas e a sua discografia. “Podiam intercalar, criar um meio termo com noites que são para artistas como Plutónio e artistas divertidos como Quim”, resumiu em conversa com o JPN.

Outras pessoas comentaram sobre a segurança no evento: “Acho mesmo fixe terem criado os lugares seguros e reforçarem a segurança, não há uma Queima se as pessoas não se sentirem seguras”. Foram investidos 30% do orçamento total para assegurar a segurança e o apoio clínico do local, segundo o comunicado da Federação Académica do Porto (FAP).

Apesar dos desafios mencionados, os estudantes destacaram que, no geral, os concertos têm sido “espetaculares”, com cabeças de cartaz de grande nível, que têm superado as expectativas.

Editado por Filipa Silva