A arruada da Aliança Democrática mobilizou centenas de pessoas desde a Praça dos Poveiros até à Praça de D. João I, onde Luís Montenegro e outros membros da coligação discursaram esta quinta-feira (15). O líder social democrata dirigiu as suas palavras, sobretudo, para o eleitorado mais jovem.

Cânticos, música e abraços. A última paragem da caravana da Aliança Democrática no Porto foi vivida com uma arruada, esta quinta-feira à tarde, que teve início na Praça dos Poveiros, onde a família social-democrata aguardava pela chegada de Luís Montenegro.

A marcha começou pouco depois das 18h00, com a chegada do líder da AD ao local. Ao longo de todo o percurso, bandeiras e balões esvoaçavam com o vento da invicta, enquanto os apoiantes cantavam e manifestavam o apoio por Montenegro, que seguia à frente da marcha, protegido por uma corrente de seguranças, que não o impediram de cumprimentar militantes e simpatizantes do partido.

Centenas de pessoas partiram da Praça dos Poveiros e acompanharam a arruada da coligação entre o PSD e o CDS, cujo percurso continuou pela rua de Santo Ildefonso, seguindo-se Santa Catarina, passando pelo Bolhão e por último, pela Rua de Sá da Bandeira. Na mesma tarde, o Partido Socialista, liderado por Pedro Nuno Santos percorreu também Santa Catarina e outras ruas da baixa do Porto, contudo, e apesar dos receios, as comitivas não se cruzaram.

A arruada da Aliança Democrática culminou na Praça de D. João I, onde um palco esperava para que se fizessem ouvir as palavras de Luís Montenegro e de algumas das figuras que o acompanharam ao longo dos 11 meses de governação.

Pedro Duarte, ministro dos Assuntos Parlamentares e atual candidato à Câmara Municipal do Porto pelo PSD, foi o primeiro a discursar, lembrando as conquistas do Governo do qual fez parte: “Tivemos oito anos em que o nosso país esteve praticamente estagnado, e tivemos um último ano em que o país sentiu que estava em transformação”.

Seguiu-se Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros e cabeça de lista da AD pelo Porto, que fez um forte apelo aos eleitores “moderados de esquerda e de direita”. Paulo Rangel deixou ainda críticas ao Partido Socialista, que defende que ter sido “radicalizado por Pedro Nuno Santos”.

Luís Montenegro subiu ao palco rodeado pela Juventude Social Democrata, que apoiava com aplausos as palavras do líder da AD. O atual primeiro-ministro falou da “relação de intimidade, compreensão e partilha” que se comprometeu a criar com o eleitorado, ao qual deixou um repto: “se o critério corresponder à confiança na nossa candidatura, estaremos aptos a governar qualquer que seja a dimensão da vitória que nos derem”.

Neste sentido, ainda antes da arruada, o secretário-geral do PSD frisou que ambiciona uma “maioria maior”, expressão que tem usado ao longo da campanha e à qual Francisco Sá Carneiro recorreu na corrida que antecedeu as eleições de 1980. As declarações foram feitas na Câmara Municipal do Porto, durante a visita a uma exposição dedicada a um dos fundadores do PPD/PSD, figura na qual Montenegro afirma encontrar “muitas semelhanças”.

Luís Montenegro na arruada da AD, no Porto.

Participantes da arruada ergueram Montenegro e levaram-no sobre os ombros, ao longo de parte do percurso. Rita Vila Real

O líder do PSD sublinhou que quer os jovens “mais felizes”, e apelou ao patriotismo: “Um português não encontra maior felicidade em nenhuma paragem do que em Portugal”.

Menos impostos sobre o vencimento do trabalho, para comprar casa, mais apoio para arrendar casa, mais vagas na creche e no jardim de infância para poderem constituir família e ter filhos” são algumas das medidas que a AD direciona para os jovens nesta candidatura, para que esta faixa da população não tenha de “optar, no início da sua vida profissional, se quer ou não acreditar no seu país”.

“Ajudem-nos a sermos mais produtivos, mais competitivos, a criarmos mais riqueza, para podermos ser mais justos”, reiterou foram os pedidos do Líder da AD para o público que o ouviu, num comício ao ar livre que encerrou a passagem da caravana da AD pela cidade do Porto, três dias antes das Eleições Legislativas.

Editado por Filipa Silva