Esta quinta-feira de manhã, foi dado o pontapé de saída para a construção do Centro de Alto Rendimento no Olival. André Villas Boas e Eduardo Vítor Rodrigues assinaram o protocolo de parceria na Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia. À margem do evento, Villas-Boas falou ainda da renovação de Alan Varela, da contratação de Gabri Veiga e do atual clima do futebol português.

André Villas-Boas e Eduardo Vítor Rodrigues assinaram o acordo esta quinta-feira (29) na Câmara de Gaia. Foto: Fernanda Lima/JPN

O Futebol Clube do Porto (FCP) e a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia assinaram esta quinta-feira (29) o protocolo de parceria que marca o arranque oficial do projeto de construção da nova academia do FCP no Olival. Mais um “passo”, nas palavras de Villas-Boas, para a concretização de um projeto que o líder dos dragões classificou como “a construção do futuro do FC Porto”.

“É o primeiro passo, ainda há os passos do licenciamento, de construção da obra e de toda a edificação, mas é um passo que vincula estas duas grandes instituições no contínuo desenvolvimento infraestrutural do FC Porto e também no contínuo desenvolvimento de uma das freguesias mais periféricas do concelho de Gaia”, afirmou no discurso o líder portista.

A poucos metros do Centro de Treinos e Formação Desportiva do Olival, atual quartel-general das equipas A e B do FC Porto, o clube encontrou as condições que procurava para construir o seu Centro de Alto Rendimento (CAR) com vista a “centralizar operações entre profissionais e a formação”, e de assegurar “um equipamento de excelência em linha com as necessidades de uma equipa europeia de topo”,  disse o presidente do FC Porto que adiantou que o projeto do complexo será da responsabilidade do arquiteto Silva Garcia: “um profissional reconhecido, respeitado e sério. Estou seguro de que teremos assegurada a excelência arquitetónica, funcional, paisagística e ambiental de convivência com a envolvente natural e humana do espaço”, referiu.

Em declarações aos jornalistas à margem da assinatura do protocolo, André Villas-Boas acrescentou que com o acordo a autarquia dará todo o apoio ao FCP nas várias etapas implicadas na construção da academia e sublinhou que a freguesia onde o CAR vai ser implantado terá também benefícios: “Temos toda uma área envolvente que vamos ceder à Câmara Municipal de Gaia para a construção de opções de lazer e bem-estar para a população do Olival e para os gaianses.”

O presidente do FCP informou ainda que a escritura pública de aquisição dos terrenos “foi feita recentemente”, e frisou que o clube fez a compra sem necessitar de financiamento: “Comprou-os com os seus próprios meios, o que revela um trabalho de excelência feito nos últimos 12 meses para a recuperação financeira e credibilidade do clube na banca nacional e internacional”, afirmou.

Quanto a prazos, não foram adiantadas datas, mas o responsável admitiu, no discurso, que além dos prazos de licenciamento, a construção demorará “mais dois anos”. De acordo com o site MaisFutebol, a estimativa é de que a construção demore 30 meses.

Como vai ser o CAR?

O CAR, uma das promessas feitas em campanha eleitoral por André Villas-Boas, vai ter dois núcleos: um dedicado à equipa principal, com alojamento para estágios, e outro com um miniestádio e áreas destinadas ao treino de alta competição. A futura academia do FC Porto pretende ser um espaço de “desenvolvimento e crescimento desportivo e pessoal dos atletas das equipas principais do clube”.

O complexo, instalado em 31 hectares de terreno, vai ter cinco campos de futebol, uma residência para atletas, um auditório, um pavilhão polivalente, uma bancada com 2 mil lugares e outros espaços essenciais para o dia a dia das equipas profissionais. A estimativa do investimento, para o conjunto das três fases do projeto, era de 30 a 35 milhões de euros.

Antes da chegada à presidência do FCP de André Villas-Boas, o clube tinha assumido um compromisso com a Câmara Municipal da Maia, mas em junho de 2024 anunciou que o projeto seria descontinuado, alegando falta de condições para o pagamento do valor em falta relativo à compra de 14 lotes de terreno para a construção da academia na Maia. 

Alan Varela renova, Gabri Veiga bem encaminhado

Aos jornalistas, o líder dos dragões falou ainda de matéria desportiva. Sobre Alan Varela anunciou que a renovação com o jogador estava fechada, até 2030, com cláusula de rescisão de 75 milhões de euros: “É uma peça fundamental para o futuro do clube”, afirmou. Villas-Boas falou também abertamente das negociações pela contratação do jovem médio espanhol Gabri Veiga, ao Al Ahli, da Arábia Saudita. De acordo com o presidente do FC Porto, o acordo estará próximo: “Estamos numa fase cada vez mais próxima de um acordo total. Há sempre imprevistos, mas gostaríamos muito de contar com a presença dele para o Mundial do Clube, aproveitando a janela de 1 a 10 de junho.”

Villas-Boas teceu ainda considerações sobre o ambiente atual do futebol português, com Sporting e Benfica em “pé de guerra” depois da final da Taça de Portugal: “Todos estes discursos de ‘unir o futebol’, de almoços e almocinhos, de congressos que apontam para um sentido de união do futebol português… posso garantir-vos que não é o caso. Isso é por demais evidente. Penso que está na altura do Sr. Presidente da Federação Portuguesa de Futebol dar um murro na mesa, relativamente às situações que estão a acontecer, às declarações que estão a ser feitas por presidentes das grandes instituições, que não podem passar impunes e sem um castigo severo, na minha opinião”, concluiu.

Editado por Filipa Silva