Há um novo espaço verde junto ao Hospital de São João, no Porto. Com mais de 16 mil metros quadrados, novas áreas lúdicas rodeiam o hospital para entregar a toda a comunidade natureza e atividade física. Há também uma área destinada apenas à ala de psiquiatria do hospital.

Foi inaugurado esta quinta-feira (5) um novo espaço verde no Hospital de São João, no Porto. O “pulmão verde” do hospital, da autoria do arquiteto paisagista Nuno Sousa, foi pensado com o surgimento do heliporto, que exigiu uma requalificação do espaço exterior do centro hospitalar.

O arquiteto responsável contou aos jornalistas, na inauguração que decorreu esta manhã, que, durante as obras que requalificação houve a necessidade de remover “quase todas as espécies arbóreas”, para harmonizar o espaço verde com o Heliporto do hospital, inaugurado em 2024. O arquiteto refere que, no lugar dessas, foi preciso pensar em árvores “de pequeno porte” que não interferissem com o tráfego aéreo.

O novo espaço, inaugurado no Dia do Ambiente, e que representa um investimento de 1 milhão de euros, estende-se por 16 mil metros quadrados, e apresenta à comunidade 6 mil novas plantações, 400 novas espécies de árvores e 28 espécies arbustivas. Todos podem usufruir dos novos espaços lúdicos, que para além da natureza, promovem a prática desportiva com equipamentos de exercício físico. O espaço tem também uma passagem direta para a estação de metro do Hospital de São João.

“A natureza é um potente ansiolítico”

No projeto, foi também incluída a requalificação de um espaço reservado aos doentes da ala psiquiátrica do Hospital de São João. Esta área vedada já existia, mas encontrava-se em estado de abandono. Agora, o espaço oferece aos pacientes um campo de jogos, espaços verdes, um lago e uma estufa, que será plantada e cuidada pelos utentes da ala psiquiátrica.

Miguel Bragança, diretor do Serviço de Psiquiatria do Hospital de São João, vê o ressurgimento da natureza no espaço hospitalar como uma oportunidade para melhorar o tratamento dos doentes: “Acredita-se que se os doentes tiverem espaços abertos, nós podemos diminuir a medicação ansiolítica e sedativa”, diz ao JPN.

A importância da natureza no tratamento da saúde mental não é um tema de agora. Segundo o médico psiquiatra, “sempre se pensou e sempre se acreditou e fizeram-se estudos já em todos os países do mundo que a ligação à natureza é nuclear para a reabilitação de uma pessoa”.

O diretor do serviço de psiquiatria acredita que “a prescrição de indutores de sono e dos restantes psicofármicos” irá “diminuir”, e que os espaços verdes deveriam “ser obrigatórios em todos os serviços de psiquiatria”.

Editado por Filipa Silva