O Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, vai discursar esta quinta-feira à nação sobre a nova estratégia militar para a guerra do Iraque. O reforço do contingente militar é a prioridade do plano – cerca de 20 mil soldados serão enviados para o conflito.

O partido democrata, que controla o Congresso e o Senado, já mostrou, entretanto, não estar de acordo com a decisão. O líder do senado, Harry Reid, e a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, enviaram uma carta ao Presidente onde referem que o envio de mais soldados não vai ajudar à resolução da guerra.

O senador democrata Edward Kennedy considera mesmo que o reforço do contingente militar vai agravar o conflito. “A melhor maneira imediata de apoiar nossas tropas é recusar o envio de mais e mais soldados ao caldeirão de uma guerra civil que pode ser resolvida somente pelo povo e pelo governo do Iraque”, considerou.

Além de enviar mais militares, os novos planos da Casa Branca passam também por traçar objectivos para o governo iraquiano melhorar a segurança do país. A estratégia de Bush inclui uma verba de mais de seis milhões de dólares, destinados a pagar o aumento do número de soldados, planos de reconstrução e empregos.

Segundo autoridades do governo norte-americano, o presidente deverá discursar na noite de quarta-feira (horário local). Bush deverá tentar convencer a população americana que o envio de mais soldados vai ajudar a combater a situação de guerra civil e conflitos internos que se vive actualmente no Iraque.

Cerca de 17 mil soldados deverão ser enviados para a capital iraquiana, Bagdade. As restantes tropas serão enviadas para a problemática província de Anbar.

Para além da oposição democrata, Bush enfrenta ainda divergências dentro do seu partido. O senador republicano do Indiana, Richard Lugar, não está de acordo. Em declarações à Reuters, Richard Lugar referiu que “o presidente terá de explicar a sua equipa quais são os objetivos a alcançar no caso de mandar mais tropas, onde, como e por quanto tempo elas serão usadas”.

17 mil iraquianos mortos

Segundo o “Washington Post”, 17 mil civis e polícias iraquianos morreram na última metade de 2006 devido ao conflito no Iraque. Um número que quase triplicou em relação ao primeiro semestre. O jornal americano divulgou estes dados há dois dias atrás, tendo como fonte um responsável do ministério que pediu o anonimato.

Na tentativa de imitar a morte do antigo ditador iraquiano, várias crianças e adolescentes já morreram em várias partes do mundo. Mesmo assim, o Governo Iraquiano anunciou que o enforcamento do meio-irmão de Saddam e do antigo juíz do Tribunal Revolucionário deverá acontecer esta semana.

Alice Barcellos
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c/ agências
Foto: Casa Branca