JornalismoPortoNet (JPN) é o jornal digital da Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria, Multimédia da Universidade do Porto. Surge no âmbito das disciplinas de laboratoriais de Jornalismo e tem por objetivo aprofundar as competências teórico-práticas dos alunos, desenvolvidas ao longo do curso.
O JPN é um jornal multimédia de informação geral e atualização permanente, acompanhando a evolução das novas tecnologias de comunicação e pondo em prática as mais modernas técnicas de expressão jornalística na Internet.
O JPN assume-se como jornal independente, plural e equilibrado, regendo-se pelos valores éticos e deontológicos do jornalismo. O jornal promove a livre expressão de ideias, o rigor informativo e a distinção clara entre informação e opinião.
Livro de estilo
FONTES
A identificação completa das fontes resulta na credibilidade da informação veiculada. Assim, as citações ou informações devem ser atribuídas às respetivas fontes com a indicação do nome, cargo/função ou qualidade em que o protagonista as prestou. Só em último recurso se admite a não identificação da fonte ou entrevistado. Neste caso, terá de ser apresentada uma justificação plausível à direção do JPN. Não é admissível, por razões éticas e de credibilidade, o uso de expressões como ‘consta que’, ‘dizem que’, ‘correm rumores sobre’, ‘todos sabem que’, ‘é do conhecimento público que’. Quanto à opinião, deve ser devidamente identificada enquanto tal e não deve servir de pretexto para generalizações. A transcrição de citações/declarações deve adaptar-se à linguagem escrita desde que se mantenha fiel ao original, isto é, deve respeitar a essência das ideias do entrevistado, sem deturpações ou interpretações que possam alterar o sentido das expressões usadas.
REGRAS DE ESTILO
1.TÍTULOS
Os títulos das notícias devem ser curtos, claros e diretos. No JPN não há antetítulos nem pós-títulos. O título do JPN deve ser informativo, mas também apelativo, sobretudo nas notícias que não são hardnews. O título deve conter, sempre que possível, referência ao tema, local e/ou contexto da notícia. Este cuidado tem dois objetivos: permitir que a essência da notícia seja facilmente percetível por um leitor de qualquer parte do Mundo; permitir que a notícia seja corretamente categorizada nos agregadores de notícias e motores de busca, cada vez mais utilizados pelos ciberleitores. Sempre que possível, os títulos devem incluir um verbo. Os títulos não podem conter nunca negritos, sublinhados ou hipertexto (evitar itálicos). Não são permitidos títulos só em maiúsculas. As notícias extensas devem ter um ou dois subtítulos. O uso de títulos em forma de pergunta é permitido, desde que a questão seja a notícia ou uma forma de colocar a notícia em perspetiva, assegurando neste segundo caso que o texto responde à questão formulada. O uso dos verbos “poder” e “dever” deve ser evitado nos títulos. São verbos que, quando usados na aceção de “possibilidade” ou “hipótese” conferem ambiguidade à notícia. O uso de adjetivos nos títulos deve ser parcimonioso. O excesso de adjetivos não é aconselhado.
2. “LEADS”
Os “leads” devem, como o nome indica, guiar o leitor pela informação que se segue. Devem por isso ser diretos e claros, com uma ideia por frase. Devem ser curtos, com 25 a 30 palavras. O “lead” deve estar em sintonia com a natureza da notícia. No caso das “hard news” – notícias mais fortes ou de grande atualidade – tendencialmente devem ser respondidas as questões: O Quê?, Quem?, Quando? e Onde? (Como? e Porquê?, se for relevante para perceber a notícia). Nas restantes notícias, é admissível o uso de técnicas que cativem o leitor. A informação incluída no lead deve ser explicada no texto. Os “leads” não podem conter nunca negritos, sublinhados ou hipertexto. Os “leads” não devem começar com advérbios ou gerúndios. É ainda desaconselhado que comecem com declarações.
3. CONSTRUÇÃO DA NOTÍCIA
As hardnews (notícias fortes, de grande atualidade) devem ser redigidas em pirâmide invertida (do mais para o menos importante). No caso de serem extensas, devem ser repartidas em duas ou mais peças autónomas (ver “Estruturas hipertextuais”), todas em pirâmide invertida hipertextual ou pirâmide deitada. As softnews (notícias leves, “fait-divers”), as notícias intemporais e os textos de outros géneros jornalísticos (reportagem, “feature”, etc.), não obedecem à rigidez da pirâmide invertida, ainda que esta seja aconselhada para que o leitor “entre” rapidamente no assunto. Cada parágrafo terá um máximo de seis linhas. Os parágrafos devem ser separados por uma linha branca. Na medida do possível, a cada parágrafo deverá corresponder um período (máximo dois). Deve ser apresentada uma ideia por parágrafo, salvo quando o assunto justifica a junção de duas ideias no mesmo parágrafo. Cada notícia deverá ter um máximo de 10 parágrafos. Sempre que necessário, abre-se nova notícia. A segunda notícia pode ou não ser dependente da primeira (ver “Estruturas hipertextuais”). O JPN deve privilegiar o uso de linguagem percetível para os leitores.
4. HIPERTEXTO/HIPERMEDIA
O JPN dá extrema importância ao uso de hipertexto/hipermedia. Sempre que haja no arquivo do JPN peças jornalísticas que contextualizem ou sirvam de “background” à nova notícia, deve-se usar estas em vez de criar novas peças ou alongar o texto. As várias notícias de um mesmo trabalho devem ser ligadas entre si de acordo com a estrutura textual escolhida (ver “Estruturas hipertextuais”). Essas ligações devem ser feitas no “miolo” do texto (a partir do segundo parágrafo, inclusive) e/ou na coluna de “Notícias relacionadas”. Além das ligações internas referidas, é estimulado o uso de ligações externas, desde que sejam feitas para informação de contextualização ou para alguma fonte utilizada pelo redator (diplomas legais, estatísticas do INE, comunicados institucionais, etc.). Estas devem surgir, de preferência, nos últimos parágrafos, para que o leitor não “fuja” imediatamente do JPN.
A hiperligação deve ser feita na palavra ou expressão mais adequada e evidente (comunicado) e para a página exata onde se encontra o que queremos transmitir ao leitor (“deep link”).
O JPN só faz ligações externas para páginas que mereçam credibilidade (sites oficiais, por exemplo).
As ligações hipermédia devem ser assinaladas com ícone próprio ou com as expressões entre parênteses “ouvir” ou “ver”.
5. ESTRUTURAS HIPERTEXTUAIS
O JPN privilegia estruturas hipertextuais abertas, dando liberdade ao leitor para que percorra o caminho que entender. São exceções os textos curtos, nomeadamente hardnews isoladas, e os textos que apenas se justificam dependentes de outros. Sempre que seja adequado usar uma estrutura fechada, recomenda-se o uso de uma estrutura arbórea em vez de uma estrutura linear rígida. De entre as estruturas abertas, o redator, em articulação com o(s) editor(es), pode optar por estruturas em rede com uma única entrada ou com entradas múltiplas. Caso opte por uma única entrada, recomenda-se que o segundo parágrafo (e seguintes, se houver) sirva(m) de distribuição para todas as outras peças ligadas em rede. Essa distribuição deve ser feita através de hiperligações. O JPN recomenda a utilização das técnicas da pirâmide invertida hipertextual (Zamith, 2005) e pirâmide deitada (Canavilhas, 2006) e as estruturas hipertextuais propostas por Díaz Noci e Salaverría (2003).
6. LINGUAGEM MULTIMÉDIA
6.1. Imagens (fotografia e vídeo)
A fotografia e o vídeo são dois recursos essenciais na linguagem ciberjornalística, razão pela qual se recomenda o incremento da sua utilização sempre que haja pertinência jornalística. O JPN utiliza preferencialmente imagens suas ou imagens de livre uso (logótipos, p.e.). As imagens podem surgir a partir do texto ou integradas no texto. Sempre que seja necessário recorrer a imagens externas, deve referir-se na legenda a sua origem, com a respetiva hiperligação (ex.: “Foto: Universal Records”). O JPN não publica imagens protegidas por direitos de autor sem prévia autorização do(s) respetivos autor(es) e proprietário(s).
6.2. Áudio
O áudio é outro recurso essencial na linguagem ciberjornalítica quer pela sua expressividade quer pela credibilidade que confere às informações veiculadas. Sempre que possível os textos do JPN devem incluir excertos áudio de declarações ou cenários sonoros que sejam considerados jornalisticamente pertinentes. O áudio pode ser colocado a partir do texto ou integrado no texto. Todas as gravações estão sujeitas a prévia autorização dos entrevistados. Sempre que seja necessário recorrer a sons externos, deve referir-se a fonte/proveniência. O JPN não publica sons protegidos por direitos de autor sem prévia autorização do(s) respetivos autor(es) e proprietário(s).
6.3 Infografias
As infografias publicadas pelo JPN devem ser inteiramente produzidas pelos colaboradores do JPN. Se for necessário recorrer a qualquer conteúdo ou recurso externo, é necessária a autorização dos seus autores e a respetiva referência com hiperligação.
7. GÉNEROS JORNALÍSTICOS
O JPN privilegia os géneros jornalísticos objetivos, mas admite, esporadicamente, outros, desde que identificados. O JPN usa habitualmente a entrevista como técnica de recolha de dados. A entrevista enquanto género jornalístico pode ser transcrita em ordem cronológica (pergunta/resposta), mas apenas nos casos editorialmente justificáveis, e sempre com um pequeno texto introdutório em pirâmide invertida. As biografias, as cronologias (data a data) e os “filmes” (hora a hora ou minuto a minuto) devem ser redigidos e apresentados em ordem cronológica.
9. ATUALIZAÇÕES
Sempre que um redator ou editor acrescenta informação ao texto já publicado deve ser dada nota da atualização no final do texto. A nota deve indicar a hora, a data e o conteúdo da atualização a que o artigo foi sujeito; No caso de notícias em constante atualização, deve ser adicionado ao título a expressão “[Em atualização]”.
10. CORREÇÕES
Sempre que um redator corrija informação em um texto já publicado deve ser dada nota da correção no final do texto. Tal como nas atualizações, deve ser indicada a hora, a data e o conteúdo da correção. Ficam excluídas desta norma gralhas ou correções de ordem linguística/gramatical. Caso a correção tenha sido desencadeada por um leitor, por via de email, comentário no site do JPN ou através das redes sociais do JPN, o editor deve agradecer a chamada de atenção e pedir desculpa aos leitores e/ou visados por eventuais danos causados.
11. Opções e Alertas
Sim
|
Não
|
12. CÓDIGO DEONTOLÓGICO DO JORNALISTA
- O jornalista deve relatar os factos com rigor e exatidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público.
- O jornalista deve combater a censura e o sensacionalismo e considerar a acusação sem provas e o plágio como graves faltas profissionais.
- O jornalista deve lutar contra as restrições no acesso às fontes de informação e as tentativas de limitar a liberdade de expressão e o direito de informar. É obrigação do jornalista divulgar as ofensas a estes direitos.
- O jornalista deve utilizar meios leais para obter informações, imagens ou documentos e proibir-se de abusar da boa-fé de quem quer que seja. A identificação como jornalista é a regra e outros processos só podem justificar-se por razões de incontestável interesse público e depois de verificada a impossibilidade de obtenção de informação relevante pelos processos normais.
- O jornalista deve assumir a responsabilidade por todos os seus trabalhos e atos profissionais, assim como promover a pronta retificação das informações que se revelem inexatas ou falsas.
- O jornalista deve também recusar atos que violentem a sua consciência.
- O jornalista deve usar como critério fundamental a identificação das fontes. O jornalista não deve revelar, mesmo em juízo, as suas fontes confidenciais de informação, nem desrespeitar os compromissos assumidos, exceto se o tentarem usar para canalizar informações falsas. As opiniões devem ser sempre atribuídas.
- O jornalista deve salvaguardar a presunção de inocência dos arguidos até a sentença transitar em julgado. O jornalista não deve identificar, direta ou indiretamente, as vítimas de crimes sexuais. O jornalista não deve identificar, direta ou indiretamente, menores, sejam fontes, sejam testemunhas de factos noticiosos, sejam vítimas ou autores de atos que a lei qualifica como crime. O jornalista deve proibir-se de humilhar as pessoas ou perturbar a sua dor.
- O jornalista deve rejeitar o tratamento discriminatório das pessoas em função da ascendência, cor, etnia, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social, idade, sexo, género ou orientação sexual.
- O jornalista deve respeitar a privacidade dos cidadãos exceto quando estiver em causa o interesse público ou a conduta do indivíduo contradiga, manifestamente, valores e princípios que publicamente defende. O jornalista obriga-se, antes de recolher declarações e imagens, a atender às condições de serenidade, liberdade e responsabilidade das pessoas envolvidas.
- O jornalista deve recusar funções, tarefas e benefícios suscetíveis de comprometer o seu estatuto de independência e a sua integridade profissional. O jornalista não deve valer-se da sua condição profissional para noticiar assuntos em que tenha interesse.
Aprovado no 4.º Congresso dos Jornalistas a 15 de janeiro de 2017 e confirmado em Referendo realizado a 26, 27 e 28 de outubro de 2017.
O Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas