A WorldCoin fez atualizações ao World ID. A partir de agora, os utilizadores têm que comprovar, com o documento de identificação, que têm mais de 18 anos. Da mesma forma, os utilizadores já inscritos podem solicitar que o seu código biométrico seja apagado permanentemente.

A empresa começou a sua atividade em Portugal há vários meses. Foto: Margarida Gomes Rodrigues/JPN Foto: Margarida Gomes Rodrigues/ JPN

A WorldCoin fez duas atualizações ao World ID. A partir de agora, além de indicarem a idade na aplicação, os utilizadores vão ter a sua idade verificada presencialmente quando se deslocarem ao local de registo da íris para garantir que “a WorldCoin está disponível apenas a pessoas com 18 anos ou mais”. A empresa também vai permitir que o utilizador desative o seu World ID através da eliminação permanente do código da íris

Em comunicado de imprensa enviado esta terça-feira (9) às redações, a WorldCoin explica que a verificação da idade será feita por uma empresa externa antes da entrada no local, sem que esta informação seja armazenada, gravada ou transmitida, “ficando desta forma assegurada a privacidade dos utilizadores”.

Ricardo Macieira, diretor regional para a Europa da Tools for Humanity, dona da WorldCoin, diz ao JPN que as empresas externas encarregues do processo de verificação ainda não estão definidas.  “A WorldCoin está em fase de avaliação das empresas que melhor se adequam à prestação deste serviço. O processo em si vai ser muito simples, similar ao que acontece em discotecas por exemplo, com a validação a ser feita com base num documento emitido pelo Governo, passaporte ou cartão de cidadão”, explica.

Na mesma nota de imprensa, a WorldCoin também indica que o utilizador agora pode solicitar que a sua informação biométrica seja apagada. “Assim que a eliminação for solicitada, o World ID tornar-se-á imediatamente inválido e será iniciado um período de reflexão de 6 meses para proteger contra fraudes, garantindo que as pessoas não podem voltar a verificar imediatamente a sua humanidade. Após este período, o World ID e o código biométrico serão permanentemente apagados e irrecuperáveis”, precisa a nota.

O pedido de eliminação do código da íris poderá ser feito através do site da empresa, sendo necessário mandar o código de prova de propriedade que o utilizador poderá encontrar nas definições da WorldApp. 

O comunicado informa que as atualizações feitas baseiam-se em “avaliações preliminares efetuadas pelas autoridades de proteção de dados, incluindo o Gabinete de Supervisão da Proteção de Dados do Estado da Baviera (BayLDA), principal autoridade de supervisão do projeto na União Europeia (UE)”. 

A atividade da WorldCoin em Portugal foi suspensa por três meses pela Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) a 26 de março. A CNPD informou que a empresa teria recolhido fotografias das íris de menores de idade sem consentimento dos pais. Ao JPN, Ricardo Macieira afirma que o projeto “espera poder retomar as suas operações após a pausa temporária”. “ Para a WorldCoin, é importante manter um diálogo aberto com os reguladores e responder a todas as questões que tenham para que no final destes três meses a empresa possa operar normalmente”, complementou. 

Editado por Filipa Silva