A Universidade do Porto é a terceira instituição que mais vagas ganha no próximo ano letivo, graças a uma nova licenciatura da FMUP, que vai ser lançada este ano: Saúde Digital e Inovação Biomédica. Saiba o número de vagas para cada um dos 58 cursos de primeiro ciclo da UP e ainda as instituições de ensino superior que mais ganharam e perderam vagas, em todo o país.

A Universidade do Porto (UP) voltou a atingir um novo máximo no número de vagas abertas (4.714) no Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior. Além disso, em 2024, a segunda maior instituição do país está no top 3 das instituições que mais vagas ganham para o próximo ano letivo – mais 45 vagas do que no concurso anterior -, de acordo com os dados divulgados este domingo (14) pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI).

A Universidade do Porto disponibiliza um total de 58 cursos, entre licenciaturas (52) e mestrados integrados (6). Os cursos que reforçam a oferta da instituição são Bioinformática (cinco vagas), Línguas e Relações Internacionais (duas), Engenharia e Gestão Industrial (uma) e Ciências da Comunicação (uma). 

A estas vagas, juntam-se as 35 vagas da nova licenciatura que a UP se prepara para oferecer: Saúde Digital e Inovação Biomédica, um curso lançado pela Faculdade de Medicina (FMUP), em parceria com as faculdades de Ciências (FCUP) e de Farmácia (FFUP) e com a colaboração do Instituto Superior de Engenharia (ISEP) e de Enfermagem (ESEP).

A nova licenciatura junta-se às seis licenciaturas – Bioinformática, Inteligência Artificial e Ciência de Dados, Engenharia Agronómica, Desenho, Literatura e Estudos Interartes e Matemática Aplicada – que estão incluídas no Programa de Formação Multidisciplinar da U.Porto e que permitem aos estudantes terem acesso a bolsas de estudo e mérito financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A UP tem vindo a liderar a tabela dos cursos com nota de acesso mais elevada de todo o país. No top 10 de cursos que registaram a nota de acesso mais elevada em 2023, mais de metade são da UP: Medicina do ICBAS (186,8), Engenharia e Gestão Industrial (185,05), Arquitetura (184,5), Bioengenharia (184,5), Medicina da FMUP (183,5) e Línguas e Relações Internacionais (182,8).

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No total, vão abrir 55.166 vagas nas universidades e politécnicos públicos do país, mais 158 do que no ano passado, atingindo, mais uma vez, um marco histórico. No  número estão incluídas 712 vagas referentes a concursos locais. O número tem vindo a crescer desde 2015 (ver gráfico), com um novo recorde a cada ano. No total, a oferta pública abrange 1.114 licenciaturas e mestrados integrados

A instituição que mais vagas ganha é o ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, que tem agora mais 138 vagas, seguido do Politécnico de Lisboa (+91) e da Universidade do Porto (+45).

No sentido inverso, o Interior do país é onde se perderam mais vagas, uma situação que se tem vindo a agravar. O Instituto Politécnico de Bragança passa a ter menos 140 lugares, o Politécnico da Guarda menos 48 e a Universidade da Beira Interior menos 37.

A Universidade de Lisboa continua a ser a instituição com mais lugares disponíveis (7.424), logo seguida da UP (4.684). Já o Instituto Politécnico do Porto ganhou 15 vagas e, no próximo ano letivo, vai ter 3.198 vagas. A Escola Superior de Enfermagem do Porto é a terceira instituição do país com menos vagas, mantendo as 257.

Apostar em competências digitais

A regra de fixação das vagas adotada para este ano letivo é quase não mexer na oferta, seguindo também uma linha que já vem sendo seguida neste século, com exceção dos anos pós-pandemia em que o aumento foi mais significativo.

A aposta na criação de cursos financiados pelo PRR e que priorizam competências digitais têm sido também orientações do ministério – e o novo ministro, Fernando Alexandre, já admitiu que as quer também perseguir -, bem como aumentar o número de vagas nos chamados “cursos de excelência”.  Estes cursos são normalmente procurados pelos melhores alunos, com média igual ou superior a 17 valores. Apesar de um crescimento tímido, os 35 cursos que cumprem com esses critérios vão ter mais 46 vagas do que em 2023.

O curso de Direito da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa continua a ser o que mais vagas de acesso oferece anualmente (445 vagas), seguido do mesmo curso lecionado na Universidade de Coimbra, onde há 339 vagas. No entanto, a lista dos dez cursos com mais vagas é dominada por cursos de Medicina e de Enfermagem, no Porto, Lisboa e Coimbra.

À semelhança do ano que agora termina, Engenharia Informática e Computação, com 284, e Medicina, da Faculdade de Medicina, com 245, são os cursos com mais vagas da Universidade do Porto.

Em sentido contrário, as licenciaturas em Engenharia Mecânica, em regime pós-laboral, e Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, em regime noturno, do Instituto Politécnico de Leiria, apresentam o menor número de vagas disponíveis (5). Também as licenciaturas em Física e Química (10 vagas), da Universidade de Évora, e em Engenharia Civil (11) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Já na UP, o curso com menos vagas é o curso de Engenharia e Biotecnologia Florestal, com sede na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, com apenas 15 vagas.

O ensino superior universitário continua a ter mais vagas que o ensino superior politécnico. Segundo a lista divulgada pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação, há 32.810 vagas para o ensino universitário público e 22.356 para o ensino politécnico. Ao contrário do modelo universitário – que em termos absolutos, ganhou 189 vagas em todo o país -, o politécnico perdeu 31 vagas

No próximo ano letivo, quase 100 mil lugares vão estar disponíveis para estudantes que desejam ingressar em universidades e institutos politécnicos. Um número que, além das vagas do concurso nacional, inclui também lugares abertos através de concursos locais, regimes especiais e concursos específicos

 

O prazo de candidatura à primeira fase do Concurso Nacional de Acesso arranca a 22 de julho e decorre até 5 de agosto, como é habitual no site da Direção-Geral do Ensino Superior. Tal como no ano passado, mais cedo do que é habitual para dar mais tempo aos alunos, que estão a concluir o secundário, analisarem a melhor opção antes de escolherem um curso superior e realizarem os exames nacionais, que possibilitam a entrada nas instituições. Os resultados das colocações devem ser conhecidos a 25 de agosto

Editado por Inês Pinto Pereira