A Câmara do Porto refere que a unidade deverá entrar em funcionamento dentro de "um a dois meses". Ao contrário da sala de consumo assistido, que existe na Pasteleira, este equipamento vai dar apenas resposta aos consumidores de substâncias injetáveis.

A autarquia manifestou interesse em ter uma unidade móvel em agosto de 2023. Foto: Retha Ferguson/Pexels

O Porto vai ter uma segunda unidade de consumo assistido de drogas, desta vez móvel, dentro de um a dois meses. A informação foi esta terça-feira (9) avançada pela Câmara Municipal do Porto (CMP), uma semana depois de ter terminado o prazo para a apresentação de propostas no âmbito do concurso público para a aquisição da viatura.

“O município prevê estar em condições de disponibilizar à cidade uma unidade móvel, integrada no Programa de Consumo Vigiado, entre um a dois meses“, pode ler-se na página da autarquia. Este vai ser o segundo equipamento do género em Portugal, visto que já existe um na capital.

Para além da disponibilização do veículo, é necessário, segundo a autarquia, assegurar o respetivo financiamento da equipa técnica para que a unidade móvel possa funcionar. Esta responsabilidade pertence ao Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD).

De acordo com a Câmara do Porto, “a concretização desta resposta móvel surgiu da avaliação positiva promovida pelo Município do Porto, em conjunto com o ICAD, a ARS-Norte e o ISS, entidades que integram a Comissão de Implementação, Acompanhamento e Avaliação do Programa de Consumo Vigiado, que reconheceram ‘utilidade e a eficácia’ ao funcionamento da sala amovível“.

Já existe uma sala de consumo assistido no Porto, na Pasteleira. Contudo, esta sala está no limite da sua capacidade e apresenta uma grande afluência de consumidores, principalmente provenientes de outros concelhos (62%). “Se esta resposta só existe na cidade do Porto, é natural que as pessoas se deslocam até aqui“, explicou a vereadora com o pelouro da Saúde e Qualidade de Vida da Câmara do Porto.

Catarina Araújo instou ainda os outros concelhos a trabalharem para que medidas semelhantes apresentadas nos seus programas “saiam do papel”. “O Porto tem feito tudo o que está ao seu alcance. Mas não pode ser o único município a fazê-lo“, acrescentou.

A sala amovível não está, no entanto, preparada para tantos utilizadores de substâncias fumadas. A necessidade de ter uma unidade móvel no concelho para combater este problema já havia sido apresentada por Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto.

O equipamento móvel que vai passar a existir vai dar apenas “resposta aos consumidores de substâncias injetáveis em todo o território“, pode ler-se na página da autarquia. A vereadora explicou que no equipamento móvel “não é possível cumprir todos os requisitos ao nível da saúde pública, quer junto daqueles que estivessem lá a consumir, quer junto das pessoas que lá trabalham”.

O Programa de Consumo Vigiado do Porto foi aprovado em 2020 pela autarquia. Na altura, falava-se de um plano a três anos, sendo que no primeiro ano entraria em funcionamento uma sala de consumo assistido e dois anos depois uma unidade móvel. A sala de consumo assistido acabou  por abrir portas apenas em agosto de 2022. A unidade móvel está agora mais próxima de chegar ao terreno.

Editado por Inês Pinto Pereira