Projeto Porto Solar representa um investimento autárquico de 722 mil euros. Ao todo, foram instalados mais de 2.300 painéis solares nas coberturas de 25 escolas básicas do Porto e de quatro edifícios públicos. Rui Moreira visitou na sexta-feira o Regimento dos Sapadores Bombeiros, onde a energia solar pode vir a representar uma poupança de 20 mil euros ao ano.

Rui Moreira

Rui Moreira visita edifícios municipais que foram instalados painéis fotovoltaicos. Fiona Valoi/ JPN

O presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Moreira, visitou, na sexta-feira (19), dois dos edifícios públicos onde foram instalados painéis fotovoltaicos ao nível das coberturas, no âmbito do projeto Porto Solar. O projeto lançado em 2022 promove a instalação de painéis fotovoltaicos em infraestruturas municipais. 

Durante a visita ao quartel do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB), onde foram instalados 458 painéis solares, Rui Moreira, presidente da CMP, afirmou que “o investimento público de substituir as energias por uma energia que é produzida por nós, é muito relevante”. No total, a autarquia estima que pode vir a poupar 20 mil euros na fatura anual de energia do regimento graças à energia produzida pelos painéis.

Sobre o desafio da redução em 50% das emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) até 2030, assumida pelo Município do Porto em 2019, Rui Moreira relembrou a decisão de integrar na empresa das Águas a da Energia: “há uns anos, transformamos a nossa empresa de águas em Empresa de Águas e Energia. As cidades hoje começam a poder produzir energia, já não são apenas consumidores”. 

O projeto Porto Solar representa um investimento autárquico de 722 mil euros e abrange 29 infraestruturas do município do Porto: 25 escolas básicas mais quatro edifícios públicos (Polícia Municipal, Regimento de Bombeiros, Viveiro Municipal e Oficinas do Carvalhido).

No total, foram instalados 2.327 painéis fotovoltaicos. Tudo com dinheiros municipais, segundo o presidente da CMP que deixou algumas críticas à burocracia envolvida no recurso ao PRR neste campo: “neste momento as questões do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) nesta matéria estão muito atrasadas”. “

Poderíamos ter feito muito mais, se não se desse o caso de haver enormes burocracias ao nível da Direção-Geral da Energia, que atrasa projetos de uma forma absolutamente incompreensível”, disse ainda Rui Moreira numa referência específica à comunidade energética do Bairro Agra do Amial que aguarda por uma decisão da DGE para que os painéis fotovoltaicos deste bairro possam iluminar as casas dos 180 moradores.

Filipe Araújo, vice-presidente da CMP, com o pelouro do Ambiente e Transição Climática, que também esteve na visita, também falou sobre o tema para sublinhar que “há mais de um ano que estão lá os painéis colocados” e que “até ao momento ainda não receberam um watt de energia. É a mesma coisa que deitar energia fora”, rematou.

O vereador do Ambiente acrescentou que estas “comunidades energéticas” carecem de autorização da DGE e que a “grande intenção da câmara é investir “6 milhões de euros” para alargar essas comunidades energéticas a todos os bairros sociais da cidade.

Não fosse esta questão das autorizações, e o município já podia ter feito muito mais, advertiu Rui Moreira: “Em termos da nossa capacidade de investimento, aquilo que vocês veem aqui, o município do Porto poderia ter feito cinco vezes mais do que já fez”, garantiu.

A visita prosseguiu para a Escola Básica Bom Pastor, em Paranhos, estão já colocados 52 painéis solares e onde a câmara quer poupar mais de 3 mil euros por ano na conta da luz. Rui Moreira assistiu, numa sala de aula, a uma demonstração sobre a expectativa de poupança associada ao funcionamento destes painéis solares.

O projeto Porto Solar envolve empresas municipais nomeadamente a Domus Social, a Águas e Energia do Porto, a Agência de Energia do Porto. Promove também ações de gamificação  e sensibilização de alunos das escolas abrangidas sobre a importância da energia renovável.

Artigo editado por Filipa Silva