Afurada Living Lab apostou numa rede de bicicletas elétricas e na instalação de painéis solares em edifícios públicos, entre outras iniciativas, para reduzir a emissão de dióxido de carbono e sensibilizar a população para a mudança de comportamentos.

Afurada

Afurada living Lab apresentou resultados na terça-feira (26). Fiona Valoi/JPN

O Afurada Living Lab terá evitado a emissão de mais de 13 toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera em resultado de uma rede de partilha de bicicletas elétricas, da instalação de painéis fotovoltaicos, da partilha de energia e da transformação de plástico em novos produtos, na freguesia da Afurada, em Vila Nova de Gaia.

Criado em 2022 “para responder a múltiplos desafios relacionados com a descarbonização das cidades”, com foco na mobilidade urbana sustentável, na eficiência energética dos edifícios e na transição para uma economia circular, o “laboratório vivo”apresentou, na última terça-feira (26), alguns resultados.

As ações levadas a cabo junto dos 1229 habitantes desta zona piscatória resultam de uma parceria entre a Associação CEDES, o município de Vila Nova de Gaia, a GAIURB e a Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia de Trondheim.

Em declarações ao JPN à margem da apresentação, Carla Pires, da GAIURB,  explicou que para envolver mais pessoas no projeto é promovida “a utilização da bicicleta elétrica para evitar emissão do dióxido de carbono”, bem como “a produção de energia renovável” que depois “é utilizada em edifícios públicos da comunidade, sendo eles, o Centro de Interpretação do Património da Afurada, a escola Básica de Baixo na Afurada e o mercado”.

 “Essas ações também tentam criar alterações de comportamentos e sensibilização da população local e de toda a população que utiliza o espaço nas suas deslocações diárias, seja em trabalho ou seja em lazer”, concluiu.

Bicicletas, painéis solares, upcycling

As ações levadas a cabo pelo projeto estão organizadas em temas. Na mobilidade urbana sustentável, Catarina Selada, responsável de Políticas e Estratégias do CEiiA-Centro de Engenharia e Desenvolvimento, explicou que “no projecto foi desenvolvida a aplicação “Bike Afurada” que tem como objetivo, quantificar as emissões evitadas quando um cidadão utiliza um modo de mobilidade mais sustentável”.

A aplicação usada na rede de bicicletas elétricas partilhadas pela comunidade permite otimizar a utilização dos velocípedes, convertendo as emissões de CO2 evitadas em tokens, que podem ser trocados por bens, serviços ou benefícios no ecossistema da freguesia.

Na temática Energia e Edifícios, foi criado a “Comunidade de Energia Renovável da Afurada”, “que consistiu na instalação de painéis fotovoltaicos e de sistemas de armazenamento e partilha de energia em três edifícios: Centro Interpretativo do Património, Escola Básica de Baixo e Mercado da Afurada”, referiu Raúl Junqueiro, diretor da InnovationPoint.

Esta iniciativa terá permitido a geração de energia responsável por 44% do autoconsumo dos edifícios, num total de 27,4 MWh.

Raúl Junqueiro explicou ainda que foi desenvolvida “uma plataforma que gera energia na comunidade, assente em tecnologia de inteligência artificial”

De acordo com uma nota de imprensa do Afurada Living Lab, no plano da economia circular, o projeto desenvolveu também o ‘Afurada Upcycle’, “que incidiu na recolha de resíduos plásticos e na transformação em novos produtos, através da utilização de máquinas de upcycling numa oficina criada para o efeito no mercado da Afurada, em diversas sessões participadas por 140 residentes”.

No âmbito do “Afurada Smart RAYT”, está ainda prevista para junho a instalação de quatro contentores inteligentes de recolha de bio-resíduos. Os contentores possuem um sistema de controlo de acessos e estão integrados num sistema de gestão, o que permite monitorizar a quantidade de resíduos depositados, ajudando na otimização da gestão do setor e tornando-o mais eficiente.

O projeto tem um investimento global de 1.084.301 euros, e  foi concretizado com o apoio do programa Ambiente, Alterações Climáticas e Economia de Baixo Carbono dos EEA Grants.

Artigo editado por Filipa Silva