Os associados da Liga Portugal votaram a favor de descontar mais pontos aos clubes que tenham salários em atraso. Também deram 'luz verde' a novos protocolos quanto à pirotecnia e arremesso de objetos, além de manter o atual regime anticorrupção.

Os clubes associados da Liga Portugal votaram nesta terça-feira (23), em assembleia geral extraordinária realizada na sede do organismo, no Porto, uma série de propostas para alterar o Regulamento das Competições e o Regulamento Disciplinar.

A assembleia geral aprovou por unanimidade o agravamento da sanção aos clubes que se atrasem no pagamento dos salários aos jogadores (Artigo 74.º do Regulamento Disciplinar). Até aqui, os clubes que não cumprissem com as suas obrigações salariais durante um dos períodos de verificação da Liga, incorriam numa perda de pontos que poderia variar entre dois e cinco. Com o novo regulamento, haverá uma dedução de, no mínimo, cinco pontos e que pode chegar até aos oito.

O último clube da Liga a ser punido por atrasos salariais foi o Lank Vilaverdense, que falhou em cumprir com o prazo estabelecido pela Liga. A sanção foi reduzida de dois para apenas um ponto por ter conseguido provar que cumpriu com os seus deveres salariais em seguida.

Outra medida aprovada e que tem a ver com o Regulamento das Competições é um “novo Regulamento de Prevenção da Violência”. A proposta foi votada dois dias depois dos acontecimentos do jogo entre Chaves e Estoril, no qual um adepto do Chaves invadiu o campo e agrediu o guarda-redes do Estoril. Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião da Liga, a diretora executiva da Liga, Helena Pires, fez, a propósito, um apelo “à serenidade”.

“É óbvio que todos temos que refletir um bocadinho sobre tudo o que aconteceu no jogo em questão. Faremos uma reflexão interna, até porque isto coloca em causa a imagem da competição. O nosso campeonato é competitivo. Estamos nas últimas jornadas. Temos todas as condições para terminar bem. Deixo aqui o apelo a que haja serenidade no final de época”, completou.

Dentro deste regulamento também estão incluídos novos protocolos que devem ser seguidos no caso de deflagração de pirotecnia ou de arremesso de objetos pelos adeptos. O objetivo é garantir a segurança dos adeptos e jogadores e punir os comportamentos hostis. Segundo Helena Pires, será feito um procedimento semelhante ao que é realizado durante os momentos em que há xenofobia e racismo, ou seja, o protocolo adotará um “mecanismo de paragem e retoma” do jogo enquanto as condições não estiverem garantidas. Neste caso, seria um procedimento igual ao do Artigo 16.º do Anexo VI Regulamento das Competições, “Procedimento em caso de racismo, xenofobia e intolerância”.

Também foi aprovada na assembleia geral a “manutenção do regime sancionatório aplicado ao combate aos comportamentos antidesportivos, mantendo inalteradas as sanções contra atos […] suscetíveis de alterar fraudulentamente os resultados das competições, como sejam corrupção, viciação de resultados, coação e apostas desportivas”. A decisão de manter o regime sancionatório foi tomada na sequência da emergência de um novo Regime Jurídico da Integridade do Desporto e de Combate aos Comportamentos Antidesportivos que “prevê sanções significativamente mais leves”, refere a Liga em comunicado.

Editado por Filipa Silva