O Benfica perdeu por um a zero no tempo regulamentar para o Marselha e, nos penáltis, foi eliminado daLiga Europa. A equipa treinada por Roger Schmidt teve poucas oportunidades e foi  castigada pelo clube francês, que só não ganhou por uma margem maior por conta do guarda-redes dos encarnados, Trubin.

O primeiro tempo foi digno do adjetivo “sonolento”. A única chance de maior perigo ocorreu aos sete minutos, quando Onahi partiu com a bola, conduziu-a até a entrada da grande área, e passou para Ndiaye, mas o remate parou numa boa defesa de Trubin. O ucraniano foi buscar a bola no canto direito da baliza. O único jogador do Benfica que parecia não jogar por um empate foi David Neres, que foi uma constante ameaça pela esquerda e foi muito objetivo na condução da bola.

Aos 58 minutos, já na segunda etapa, Neres faz uma bela jogada e passou a bola na linha de fundo para Di María, que optou por rematar em vez de passar para Aursnes, que estava livre. O remate foi bloqueado por um defensor do Marselha. Os franceses recuperam a bola, mas no meio-campo perdem-na novamente. Neres recebe um passe de Kökçu e coloca Aursnes num um contra um com Pau López, mas o guarda-redes do Marselha não precisou de fazer uma defesa. Quatro minutos depois, David Neres foi substituído.

Aos 74 minutos, Rafa faz um remate no meio da grande área que faz ricochete no chão e força uma grande defesa de Pau López, que, na recarga, faz outra grande defesa num remate muito próximo de Ángel Di María. Aos 79 minutos, Aubameyang, que aterrorizou o lado direito da defesa portuguesa durante todo o jogo, fez um cruzamento certeiro para Moubagna. O avançado camaronês, que penetrou na pequena área em alta velocidade, só precisou de empurrar a bola para dentro da baliza.

Com a eliminatória empatada o jogo seguiu para prolongamento e Di María perdeu aquele que talvez pudesse ter sido o golo da qualificação para as meias-finais do Benfica.

Aos 98′, Pau López afastou a bola com urgência e descuido na entrada de sua área. Otamendi recuperou-a e a passou para o ataque rapidamente. João Mário, que até o momento havia feito um jogo apagado, fez um cruzamento perfeito para Di María. O extremo argentino preferiu cabeceá-la no primeiro poste ao invés de servir Rafa, que estava livre e poderia fazer o golo sem contestação do guarda-redes.

Aos 101 minutos, Aubameyang quase faz um golo fantástico. O avançado gabonês conseguiu colocar a bola por cima do guarda-redes, mas ela passou, por pouco, por cima da baliza. Aos 108 minutos, Arthur Cabral saiu em velocidade e, após a bola sobrar para si depois de um cruzamento falhado, preferiu fazer o remate ao invés de passar para Aursnes, que se encontrava novamente livre. Após 120 minutos de jogo, o semifinalista da prova continuava por encontrar.

Na disputa de penáltis, Di María falhou logo o primeiro. O campeão mundial, que teve um dia para se esquecer, colocou a bola no poste. Na quarta marcação do lado do Benfica, António Silva fez um remate mal colocado para uma defesa fácil de Pau López. O último penálti, que consagrou o Marselha como semifinalista, foi convertido firmemente por Luís Henrique. Resultado final: Marselha 1-0 Benfica (4-2).

“Tivemos alguns problemas em praticar o nosso futebol”

O treinador do Benfica, Roger Schmidt, reconheceu que sua equipa não jogou à altura da do Marselha e lamentou a derrota. “Perdemos e tínhamos muita ambição de vencer este jogo, passar à semifinal, mas, a este nível, temos de jogar com adversários muito bons, e o Marselha jogou de forma muito intensa desde o começo, com muita agressividade”, disse o alemão. “Tivemos alguns problemas em praticar o nosso futebol, em encontrar soluções em termos de posse de bola, e proporcionar mais situações aos nossos avançados”, completou.

Na visão de Schmidt, a intensidade do Marselha fez com que fosse difícil ganhar duelos: “Queríamos ter mais bola, jogar mais no meio-campo deles, mas, como disse, eles estiveram muito bem na pressão e nos duelos. Ganharam muitas bolas divididas quando pretendíamos sair para o ataque. Foi difícil encontrar soluções”.

O treinador alemão está cada vez mais sob pressão. Apesar das muitas críticas dos adeptos, persistiu com algumas das suas ideias e não conseguiu mudar o momento do jogo. A persistência em manter Di María durante os 120 minutos quando o extremo argentino já não tem a condição física para jogar tanto tempo foi um dos destaques negativos das escolhas de Schmidt nesta partida.

O próximo jogo do Benfica é contra o Farense, em Faro, na próxima segunda (22) num jogo decisivo. Caso o Benfica empate e o Sporting vença, o Sporting tem a oportunidade de ser campeão no Estádio do Dragão na jornada seguinte com outra vitória. O próximo jogo do Marselha é contra o Toulouse, em Toulouse, no próximo domingo (21), e fará a primeira mão da meia-final contra a Atalanta em casa, no dia 2 de maio.

Editado por Filipa Silva