Em hora de balanço, começa a guerra dos números sobre adesão dos professores da região Centro à greve decretada pela Federação Nacional de Professores (FENPROF) e pela Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE). Os sindicatos afirmam que 66% dos professores aderiram à greve. Já o Ministério da Educação afirma que apenas os exames do 9º ano foram afectados.

Segundo o Ministério, só 191 alunos em cinco escolas não realizaram o exame de hoje. Para não prejudicar os alunos, será marcada uma nova data para a repetição da prova.

A Confederação Nacional de Associações de Pais, ouvida pela agência Lusa, recebeu com agrado a decisão do Governo, mas recusa desde já a repetição dos exames durante o mês de Agosto, apelando a que este venham a ser realizados durante o próximo ano lectivo.

Já na área do ensino pré-escolar e do primeiro ciclo, os sindicatos afirmam que a adesão rondou os 90%. A greve foi convocada pela FENPROF e pela FNE em resposta às recentes medidas do Governo que, segundo os sindicatos, “afectam todos os educadores de infância e professores”.

A greve abrange todas as regiões do país, e está decretada de hoje a quinta-feira. Os sindicatos anunciam greve para amanhã em Lisboa. Quarta-feira é a vez dos professores abrangidos pela DRE do Norte protestarem e quinta-feira fazem greve os docentes afectos à DRE do Alentejo e Algarve.

A grande polémica em torno da greve começa quando a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, definiu “serviços mínimos” para garantir a realização dos exames do 9º ano e do Ensino Secundário.

Os docentes que não respeitassem esta decisão seriam penalizados de acordo com a lei, garantiu a ministra no domingo passado. Os sindicatos encararam esta decisão como uma violação do direito à greve e defenderam ser ilegal a definição de serviços mínimos uma vez que a “realização de exames nacionais não é uma necessidade social inadiável”.

Hugo Manuel Correia
Foto: stock.xchng