A polícia britânica já identificou os suspeitos dos atentados terroristas que, na passada quinta-feira, provocaram, pelo menos, 52 vítimas mortais. As autoridades britânicas escusaram-se a revelar identidades, mas a imprensa britânica avança com os nomes de quatro muçulmanos.

A BBC noticia hoje, quarta-feira, que a polícia procura agora o quinto elemento, que não terá estado envolvido directamente na colocação das bombas, mas será o planeador de toda a operação.

Sabe-se que os alegados bombistas, presumivelmente suicidas, eram britânicos de origem paquistanesa, não tinham cadastro criminal e levavam vidas acima de qualquer suspeita. Além de partilharem a origem, os indivíduos viviam na zona de Leeds, no norte de Inglaterra, local onde, ontem, a polícia levou a cabo raides em seis casas no âmbito das investigações. Aliás, foi através dos vizinhos dos suspeitos que a imprensa britânica chegou aos nomes dos alegados terroristas.

O “Daily Mail” noticia hoje que os bombistas seriam Hasib Hussain, de 19 anos,
Shehzad Tanweer, de 22 e Mohammed Khan, com 30 anos e uma filha de oito meses. Hussain vivia com os pais e tinha estado, recentemente, no Afeganistão e no Paquistão. Tanweer trabalhava na loja do pai, e Khan tinha-se convertido num religioso devoto.

Hoje, quarta-feira, a polícia identificou o quarto suspeito, mas não revelou qualquer nome nem confirmou aqueles que foram avançados pela imprensa. Sabe-se apenas que o indivíduo tinha nacionalidade britânica e residia em Leeds, West Yorkshire.

A polícia crê que os terroristas, cujos pertences foram encontrados nos locais dos atentados, tenham morrido na sequência dos explosões que provocaram.

Revelação causa apreensão e choque

Na capa do “Daily Express” pode ler-se: “Eles eram todos bombistas britânicos”. A indignação é comum à maioria da população. O facto de os quatro bombistas suicidas terem nascido no Reino Unido e estarem perfeitamente integrados na sociedade britânica deixou os britânicos apreensivos, aumentando os receios de novos ataques.

A partir da denúncia fornecida pela mãe de um dos presumíveis bombistas suicidas, desaparecido desde a véspera dos atentados, a polícia reconstruiu o percurso dos terroristas com o auxílio das imagens fornecidas pelas câmaras de vigilância das estações.

A Scotland Yard concluiu que os suspeitos partiram no dia 6, quarta-feira, rumo a Luton, localidade do norte de Londres onde viveria o quarto terrorista, num carro alugado (o mesmo que ontem foi alvo de uma explosão controlada pela polícia por existirem suspeitas de que pudesse conter explosivos). Na quinta-feira, os quatro dirigiram-se à estação de King’s Cross, transportando, cada um, uma mochila contendo 4,5 quilos de explosivos.

O indivíduo que ontem foi detido em West Yorkshire encontra-se agora em Londres e está a ser interrogado. O homem é suspeito de estar relacionado com um dos terroristas.

As investigações vão prosseguir no sentido de encontrar os mentores do atentado. Até lá, as autoridades britânicas permanecem receosas pela possibilidade da ocorrência de novos ataques.

Os atentados de quinta-feira fizeram cerca de 700 feridos e provocaram a morte a pelo menos 52 pessoas, número que o chefe da Scotland Yard já garantiu ser mais elevado.

Ana Correia Costa
Foto: Daily Express