Além de atribuir oficialmente a autoria dos atentados do passado dia 7 à Al-Qaeda, Downing Street elabora ainda uma listagem dos atentados perpetrados pela rede terrorista islâmica ao longo dos últimos 12 anos.

O comunicado foi publicado hoje, quinta-feira, no “site” dos serviços do primeiro-ministro britânico, Tony Blair.

Na elencagem dos ataques terroristas, os atentados da passada semana no centro londrino surgem como a 31ª operação da rede de Bin Laden nos últimos 12 anos.

De acordo com a lista, a organização islâmica terá actuado pela primeira vez a 26 de Fevereiro de 1993. O alvo foi o edifício do World Trade Center (Nova Iorque, nos Estados Unidos), que acabaria por ser completamente arrasado por novo ataque da mesma organização, a 11 de Setembro de 2001. A listagem inclui ainda o atentado de 11 de Março de 2004, em Madrid.

No comunicado, Downing Street esclarece que a lista não elenca todos os atentados terroristas, e especifica que alguns dos ataques listados estiveram directamente relacionados com Bin Laden ou outros líderes da Al-Qaeda.

O texto salvaguarda ainda que muitos dos atentados referidos foram planeados por terroristas que se inspiraram na rede islâmica.

Prudência ao responsabilizar Al-Qaeda

“Sabemos que essas pessoas agem em nome do Islão”. Foi a declaração contida e cautelosa de Tony Blair a seguir aos ataques no centro de Londres. Na segunda-feira, sem nomear qualquer rede terrorista, o primeiro-ministro britânico limitou-se a um “parece provável” que os autores dos ataques sejam os mesmos “terroristas extremistas islâmicos” que provocaram os atentados em Madrid (2004) e em Nova Iorque (2001).

O chefe da Scotland Yard (polícia britânica), Ian Blair, foi, contudo, mais incisivo, ao afirmar, dois dias após os atentados, que estes apresentavam “todas as características da Al-Qaeda”.

Entretanto, a organização terrorista apressou-se a reivindicar a autoria dos atentados. Fê-lo por duas vezes: primeiro, por um grupo auto-denominado “Organização Al- Qaida/Jihad na Europa” e, no dia 9, via Internet, pelas “Brigadas Abu Hafs al-Masri – Divisão da Europa”, nome de um chefe da Al-Qaeda morto no Afeganistão e que havia reivindicado os atentados de Madrid.

Dois minutos de silêncio na Europa

Às 12 horas de hoje, dia em que se assinala a passagem de uma semana sobre os atentados de Londres, os 25 estados membros da União Europeia cumpriram dois minutos de silêncio em homenagem às vítimas.

Até ao momento foram oficialmente registados 52 mortos. 700 pessoas ficaram feridas, 15 das quais permanecem internadas em estado crítico.

Ana Correia Costa
Foto: James Cridland