A Casa da Música recebeu no sábado os suecos Cult of Luna, uma banda que faz parte do novo movimento de metal que combina este género com o pós-rock praticado por bandas como os Mogwai.

A banda sueca apresentou-se no palco da sala 2, perante um número razoável de pessoas. O público deste novo género de metal não é o habitual dos concertos de música tida como mais pesada. Existe um forte apelo aos ouvintes de pós-rock e de outras vertentes de música alternativa, o que se reflectiu no tipo de pessoas que assistiram ao espectáculo – o preto não foi a única cor das roupas.

O concerto, que começou morno, tornou-se mais intenso a partir de “Genesis”, retirada do segundo álbum, “The Beyond”, que foi reconhecida por parte do público a partir dos primeiros acordes.

O som, apesar de límpido e sólido, ressentiu-se pelo baixo volume dos sintetizadores, o que fez com que se perdesse a melodia de várias músicas, desprovendo-as de sentido.

Apesar dessa falha, a força das guitarras dos Cult of Luna foi transformando, gradualmente, um concerto apático em enérgico.

Construindo picos violentos a partir de melodias harmoniosas, a música que fazem não tem nada de original, mas resulta num todo final bem conseguido. Os Cult of Luna mostraram que são uma banda que funciona melhor ao vivo do que em estúdio.

A banda sueca, não sendo um dos melhores exemplos da nova onda de “pós-metal”, cujo máximo expoente se encontra nos norte-americanos Isis, conseguiu satisfazer o apetite dos presentes no concerto por este novo género musical. Foram a primeira banda do género a tocar em Portugal.

No final do concerto, que durou cerca de hora e meia, houve ainda tempo para um “encore”, que o vocalista Klas Rydberg revelou ter sido o primeiro da história do grupo.

Tiago Dias
Fotos: Ana Sofia Marques