841 mil homens portugueses sofre de uma disfunção sexual, o que equivale a 23,8% da população masculina. A diminuição do desejo sexual é a disfunção mais comum, registando-se em 15,5% dos homens (547 mil). Seguem-se os problemas de erecção (13%, 459 mil homens) e, por último, de ejaculação, que afectam 11,6% (409 mil).

Os dados foram revelados hoje, terça-feira, pela Sociedade Portuguesa de Andrologia (SPA). O estudo, feito em colaboração com os Laboratórios Pfizer, é o maior estudo internacional sobre disfunções sexuais em Portugal e envolveu 1.250 homens portugueses, com idades entre os 18 e os 75 anos.

A SPA e a Pfizer também questionou 1.250 mulheres, mas os dados sobre as disfunções sexuais femininas ainda não foram tratados.

5,8% dos homens portugueses apresentam disfunção eréctil moderada a grave. Relativamente aos problemas de ejaculação, o maior problema é a ejaculação prematura.

É nos homens com mais de 60 anos que este tipo de problemas são mais comuns. 32% (223 mil) dos homens sofriam de diminuição do desejo sexual, enquanto que 26% (181 mil) apresentaram disfunção eréctil e 23% (160 mil) algum tipo de problema ejaculatório.

A disfunção eréctil afecta 17,6% (346 mil) da população masculina com mais de 40 anos e 23,4% (298 mil) dos homens com mais de 50 anos.

A região do Alentejo é a que apresenta maior prevalência de todas as disfunções sexuais. Norte e Centro são as que revelam menor prevalência.

56% não pediram consulta médica

Apesar de nove em cada 10 inquiridos considerar ser possível tratar a disfunção eréctil, a maioria desconhece como é que isso se faz, já que apenas 20% afirmou conhecer os tratamentos.

47% dos homens não fizeram nada quando descobriram que tinham uma disfunção sexual e apenas 44% contactaram um profissional de saúde. A maioria dos homens afectados que não contactaram um profissional de saúde considera que o assunto não constituia um problema (57%) ou que é inevitável e normal à medida que a idade avança (42%).

O presidente da SPA, Nuno Monteiro Pereira, considera que o estudo permite correlacionar dados e perceber os aspectos subjectivos dos doentes. “É inimaginável a quantidade de correlações possíveis a partir de agora. Vamos com cautela definir linhas de investigação. Temos manancial para vários anos”, afirmou, citado pela agência Lusa.

JPN/Lusa
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