A revisão dos estatutos da FAP é uma das grandes apostas da lista Z. Em que moldes pretendem revê-los?

Quando considero que a FAP tem uma democraticidade no limite, considero que esta é a excepção que confirmou a regra. Em 16 anos, esta ser a primeira vez que tal sucede, mostra a dificuldade que existe para a apresentação de duas listas. Pretendemos que isso seja possível, não só para agora, mas no futuro. Contudo, o sistema actual não proporciona que essa situação se crie com facilidade.

Porquê?

Porque, num universo de 26 votos [a FAP representa 26 associações de estudantes], os órgãos sociais [a soma dos três – mesa, conselho fiscal e direcção perfazem um total de 16, e normalmente concorrem em bloco], perfazem logo uma maioria simples.

Pedro Barrias disse que uma revisão dos estatutos da FAP iria criar instabilidade.

É uma afirmação medrosa, no sentido em que a FAP está perto de atingir a maioridade. E de certeza que, quando a FAP foi criada com esses estatutos, havia o cuidado a ter para que ela se criasse e se solidificasse. Acho que a FAP está numa altura chave para que se abra mais, e uma afirmação dessas traduz, em meu entender, a lógica da continuidade. São as pessoas que não querem acabar com a continuidade e querem eternizar nesses lugares. E esta lista não se revê nesse processo.

Qual é a proposta da lista Z para alterar isso?

Pretendemos reunir e criar uma comissão de revisão, com antigos presidentes da FAP, tesoureiros e dirigentes. Estamos todos de acordo no sentido de alterar os estatutos, principalmente ao nível da parte eleitoral. Não pretendemos alterar o peso das associações de estudantes nem a sua representatividade, mas queremos que sejam criadas formas e processos para que seja permitida a criação de duas listas.

Texto e foto: Ana Correia Costa