Quais são as principais linhas do programa eleitoral da lista Z?

O lema desta lista é atitude e inovação ao serviço dos estudantes. Atitude no sentido de uma mudança de atitude, visto interpretarmos que, da parte das últimas direcções, talvez de uma forma inconsciente, tem havido uma atitude demasiado relaxada no sentido de não haver competitividade nem a presença de duas listas.

O que mudou com duas listas candidatas?

Acho que há uma responsabilidade diferente da parte de ambas as listas. Obviamente que, sendo esta uma lista nova, não tem referências passadas de falta de atitude. Por isso, é um desafio muito importante, ao qual esperamos corresponder, numa atitude positiva e no sentido de fazer crescer a FAP em vários sentidos. E, principalmente, em não deixar adormecer algumas áreas de acção que julgamos ser essenciais.

Que áreas são essas?

A empregabilidade, principalmente, que é um sector que já foi referido, no ano passado, no manifesto eleitoral da lista cessante, mas que não viu grandes desenvolvimentos nesse sector. É uma área que pretendemos inovar e dinamizar através de várias ideias, como parcerias entre os estudantes e as instituições responsáveis, bem como uma aproximação muito grande dos estudantes ao mercado de trabalho. Ou seja, a preocupação que temos com o estudante não é uma preocupação pontual, mas uma preocupação contínua.

E além da questão da empregabilidade?

Pretendemos inovar no sentido de um crescimento noutras áreas, principalmente a nível da imagem, comunicação e cultura, que pretendemos dinamizar criando pontes de contacto e de socialização entre todos os estudantes da academia, promovendo iniciativas e acontecimentos, mas tendo sempre em atenção não ultrapassar a essência das associações de estudantes, que fazem um trabalho muito importante em sede própria.

Como avalia o mandato de Pedro Esteves?

Vejo-o como um mandato em alguns pontos positivo. Contudo, houve um adormecimento e letargia em diversas áreas que considero fulcrais, como a empregabilidade. Vi uma direcção muito fechada e individualizada nas pessoas que representavam as várias áreas.

É capaz de apontar um aspecto positivo e outro negativo do mandato de Pedro Esteves?

Considero a reunião com o ministro Mariano Gago uma atitude louvável com bastante importância e, por isso, das mais positivas. Sou um defensor em primeira instância do diálogo. Nem sempre existe essa preocupação de manter o diálogo.

Esse é um aspecto relativamente ao qual pretende dar continuidade?

Exactamente. Um aspecto mais negativo foi a apresentação do manifesto eleitoral, no início do ano. Agora, que vamos ouvindo e observando as propostas e promessas feitas [pela lista A], verifica-se que houve uma percentagem muito grande de actividades planeadas que acabaram por não se concretizar.

Houve ambição a mais ou algum laxismo?

Acho que houve algum laxismo. Com o aparecimento de outra lista, não pode haver um adormecimento nas matérias e nos programas. A nossa vitória já está conseguida nesse sentido. Porque de certeza que haverá um compromisso muito forte, independentemente da lista que ganhe, com um sentido de responsabilidade muito grande e com o objectivo de cumprir o programa eleitoral.

Relativamente ao mandato do Pedro Esteves, pretende apostar numa continuidade ou numa ruptura?

Se esta lista tivesse de ser um movimento contínuo, teria criado uma aproximação maior à legislatura cessante. Ou seja, não temos vontade de ser continuidade. Pretendemos, antes, ser o ponto de partida para grandes alterações na FAP. Não concordamos com a eternização de algumas pessoas e com as passagens de pastas sucessivas entre membros da lista [vencedora]. Queremos acabar com esse tipo de sucessão. Queremos ter listas eleitas por capacidade de trabalho, por seriedade, por responsabilidade.

Texto e foto: Ana Correia Costa