No discurso de tomada de posse, Cavaco Silva apresentou cinco matérias a que irá dar maior importância na sua agenda.

O crescimento da economia portuguesa, a aposta na educação dos jovens e na formação dos trabalhadores, o reforço da credibilidade e eficiência da Justiça, a sustentabilidade do sistema de segurança social e a credibilização do sistema político são assuntos que para o novo Chefe de Estado estarão sempre na ordem do dia.

O novo Chefe de Estado afirmou também que será “um regime firme no combate à corrupção”, acusando-a de “corroer a democracia, subverter os valores matriciais e prejudicar o desenvolvimento”. Cavaco, para quem “a corrupção é inimiga da democracia”, promete uma luta “sem tréguas”, com “firmeza nas leis e na punição”.

Cavaco pretende criar condições para um crescimento mais forte da economia portuguesa. “O combate ao desemprego e ao atraso face à União Europeia” é uma das soluções apontadas. “Somos um espaço onde a Europa se abre ao Atlântico e isso pode ser uma vantagem”, disse.

Para o Presidente da República, “a sustentabilidade do crescimento económico passa por uma política energética”. “Portugal é um país fortemente dependente em matéria energética”, recordou.

Os atrasos em matérias de qualificação dos recursos humanos foram outra questão focada por Cavaco. O novo Chefe de Estado pretende apostar na educação dos jovens e na formação dos trabalhadores.

Para “a realização de uma efectiva igualdade de oportunidades”, Cavaco mostra-se interessado no combate ao insucesso e abandono escolar. Para isso pediu o “empenho dos professores e a cooperação activa dos pais”.

Um sector que preocupa o Presidente da República é o da Justiça. “Constata-se uma preocupação não apenas com a morosidade dos processos judiciais mas com os sintomas de degradação de qualidade e prestígio das instituições”, afirmou. Cavaco quer ver criadas condições para “o reforço da credibilidade e eficiência do sistema de Justiça”.

O Chefe de Estado focou também as matérias sociais, referindo-se aos idosos, cidadãos portadores de deficiência, desempregados e crianças. Cavaco destacou a sustentabilidade do sistema de Segurança Social como uma “questão séria que exige dos responsáveis políticos uma atenção especial”.

A credibilização do sistema político é uma matéria que interessa ao Presidente da República. “Os dirigentes políticos têm de ser um exemplo de honestidade e do cumprimento das promessas feitas”, disse.

“A democracia não se esgota em eleições e na alternância dos poderes”, sustentou Cavaco, para quem “a escolha dos dirigentes não eleitos deve ser feita baseada no mérito, e as configurações político-partidárias não podem contar”.

Gina Macedo
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